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Berger lembra Senna: pensamos em mudar a Tamburello em 1989

Austríaco fala de relação com brasileiro na F1 e revela que ambos pensaram em mudar curva fatídica em Imola após sua batida forte em 1989

1991 World Champion Ayrton Senna, race winner Gerhard Berger, McLaren CEO Ron Dennis

Foto de: Sutton Motorsport Images

Grande amigo de Ayrton Senna, o austríaco Gerhard Berger falou sobre o brasileiro ao podcast oficial da Fórmula 1, Beyond the Grid. Entre outras histórias, o ex-piloto lembrou do momento em que ele e Senna tiveram nas mãos a possibilidade de mudar a curva que mais tarde, em 1994, mataria o brasileiro no circuito de Imola, na Itália.

No GP de San Marino de 1989, Berger havia tido um acidente no mesmo local, a curva Tamburello, quando a asa dianteira de sua Ferrari cedeu. Com o carro de tanque cheio, o austríaco desmaiou após o impacto com o muro de concreto e seu carro pegou fogo enquanto ele ainda estava dentro dele. Após o ocorrido o austríaco pensou em mudar o ponto e dividiu sua preocupação com Senna, no entanto nenhum dos dois viu solução para fazer a curva mais segura.

“Em Imola, na manhã após o acidente de Ratzenberger, ele me falou: ‘Gerhard, precisamos nos juntar pela segurança do esporte’”, falou Berger.

“E nós havíamos pensado em fazer alguma coisa depois daquela corrida sobre isso, mas infelizmente ele morreu.”

“É uma história bem triste, mas eu tive um acidente praticamente no mesmo lugar que ele e sobrevivi por sorte (em 1989). Quando eu estava no hospital, ele me ligou e eu falei: ‘Ayrton, nós temos que fazer alguma coisa com essa parede. Algum dia alguém vai morrer neste muro’. Algumas semanas depois nos encontramos em um teste em Imola. Nós fomos ao local do meu acidente e tentamos entender como mover o muro, mas vimos que atrás tinha um rio.”

“Nos olhamos e vimos que não havia nada para fazer. Nós andamos de volta e não fizemos nada. Foi o lugar onde ele morreu. Estava nas nossas mãos ali, e não pensamos em colocar uma chicane e reduzir a velocidade ali. Não reagimos da maneira certa.”

Após a morte de Senna, uma chicane foi colocada na curva Tamburello, com uma extensa caixa de brita.

Berger ainda reconheceu que Senna sempre esteve tecnicamente um passo à sua frente.

“Não era uma questão de velocidade, era uma questão de pacote”, seguiu.

“Obviamente Ayrton tinha uma grande vantagem em relação a mim, ele começo no kart com quatro anos. Ele tinha 400 corridas antes de começar na Fórmula 1. Eu comecei a correr com 21, e com 24 eu estava na Fórmula 1. Eu acho que tinha 40 corridas do zero até a F1.”

“Você nunca vai conseguir essa experiência de volta, então, falando deste lado, Ayrton era um cara muito experiente. E isso combinado a um grande talento, a um cérebro muito bom – ele era um lutador de rua brasileiro – e ele tinha uma grande habilidade para se concentrar. Isso era o que fazia ele diferente do resto. Acho que se você cortasse a mão dele, ele não sentiria até que a corrida terminasse. Isso o dava uma vantagem.”

“Ele jogava o jogo, é claro – como todos faziam e como eu fazia. Ele era inteligente, então o jeito que ele jogava você não entendia rápido. Um jeito tipicamente brasileiro. Mas fora de questão: acho que se eu estivesse na merda ele me ajudaria, assim como se ele estivesse na merda eu o ajudaria. Tínhamos uma relação honesta.”

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