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F1: Hamilton pode sofrer investigação da FIA por camiseta usada no GP da Toscana sobre morte de Breonna Taylor

Hexacampeão usou no pódio camiseta cobrando prisão dos policiais envolvidos com a morte de Breonna Taylor

Valtteri Bottas, Mercedes-AMG F1, 2nd position, and Lewis Hamilton, Mercedes-AMG F1, 1st position, on the podium

Foto de: Charles Coates / Motorsport Images

A manifestação de Lewis Hamilton no GP da Toscana contra a morte de Breonna Taylor pode ter novas repercussões. Segundo divulgado pela BBC nesta segunda, a direção da Fórmula 1  e da Federação estão analisando se o hexacampeão quebrou o regulamento da categoria com o ato e Hamilton pode passar por uma investigação da FIA.

No GP da Toscana, Hamilton trocou sua tradicional camiseta com os dizeres "vidas negras importam" por uma que cobra respostas no caso de Breonna Taylor, que foi morta pela polícia de Louisville, no estado do Kentucky, em março. Segundo relatos, três policiais a paisana entraram em seu apartamento e houve uma troca de tiros com o namorado de Taylor, que acabou sendo alvejada com oito tiros.

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A camiseta de Hamilton tinha os dizeres "Prendam os policiais que mataram Breonna Taylor", e uma foto de Taylor atrás com a frase "Diga seu nome". O hexacampeão usou a camiseta não apenas na manifestação antirracismo realizada antes da corrida como também no pódio.

Agora, os chefes da F1 estão analisando se o piloto da Mercedes quebrou o regulamento durante o GP da Toscana ao utilizar uma camiseta que destacava a brutalidade da polícia.

De início, não ficou claro qual seria o regulamento que Hamilton estaria quebrando. Perguntado se a FIA estava considerando a camiseta como portadora de uma menagem política, um porta-voz da FIA disse que o assunto está "atualmente sob consideração" e que "esse é o ponto que está sendo analisado".

Em uma nota, tradicionalmente enviada aos pilotos sobre o ato antirracismo pré-corrida, o diretor de provas da F1, Michael Masi, deixa claro: "A FIA apoia qualquer forma de expressão individual que esteja de acordo com os princípios fundamentais de seu estatuto".

O estatuto da FIA determina que o órgão é neutro em todas as suas ações.

O documento diz: "A FIA deve abster-se de manifestar discriminação em razão de raça, cor de pelo, gênero, orientação sexual, origem étnica ou social, idioma, religião, opinião filosófica ou política, situação familiar ou deficiência no curso de suas atividades e de tomar qualquer ação a esse respeito".

Há também uma referência no Código Desportivo Internacional que determina que as equipes não podem usar referências políticas em seus carros, mas não há nada específico sobre os pilotos.

"Os competidores que participam de competições internacionais não podem fixar em seus carros propaganda que seja política ou religiosa de modo que seja prejudicial aos interesses da FIA", determina o artigo 10.6.2 do Código Desportivo Internacional.

Após a morte de George Floyd em maio, que deu início a uma série de manifestações pelo mundo buscando o fim do racismo e a igualdade racial, Taylor se tornou um dos nomes mais relembrados.

Após a vitória no domingo, Hamilton disse: "Fazia algum tempo que eu estava pretendendo trazer essa conscientização para cá, que existem pessoas sendo mortas na rua. E alguém foi morta em sua própria casa, com a polícia estando na casa errada. E esses caras ainda estão livres".

Nas redes sociais, o uso da camiseta por Hamilton gerou muitos comentários, com pessoas questionando a mensagem ou o local de sua utilização. Até pouco tempo, a F1 proibia mensagens que não tinham relação com a competição, e isso também acontecia nos demais campeonatos da FIA.

Houve quem criticou Hamilton por esconder os patrocinadores da equipe com a camiseta no momento do pódio. Porém, a Mercedes saiu em defesa de seu piloto, republicando fotos dele com a roupa nas redes sociais.

Um usuário questionou: "Sinto muito, mas o pódio da F1 não tem nada a ver com política", e outro escreveu: "Como que vocês deixam que o esporte se torne uma bandeira política?"

A ambos, a Mercedes respondeu: "Isso não é política. É algo básico, direitos humanos".

Ao longo desta temporada, a F1 e a FIA iniciaram campanhas antirracismo e a favor da diversidade, que abriram espaço para as manifestações feitas antes das corridas. Hamilton tem sido uma figura central destes atos, como o piloto mais importante do grid e o único negro.

O porta-voz disse que a FIA está trabalhando com Hamilton em seu programa de diversidade.

No sábado, o chefe da Mercedes Toto Wolff disse que Hamilton tem todo o apoio da equipe para destacar a injustiça racial e que ele tinha total controle para decidir quais camisetas usar.

Wolff disse: "Não há dúvidas, é uma decisão apenas dele. O que ele fizer, vamos apoiar. A equipe está lutando contra qualquer forma de racismo e discriminação e é uma luta pessoal de Lewis com o Vidas Negras Importam. Vamos dar a ele todo o apoio possível".

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