Mansell: Pilotos de hoje nunca saberão como é um verdadeiro carro de F1
Para o inglês, os carros antigos eram mais potentes e os pilotos assumiam mais riscos: "A cada curva o carro estava literalmente tentando te matar"
As comparações entre a Fórmula 1 moderna com a do passado são comuns, seja do ponto de vista da questão tecnológica ou da qualidade dos pilotos. Hoje o debate ganhou um novo capitulo, com a opinião de Nigel Mansell, o campeão mundial de 1992. Para o britânico, os pilotos que competem na categoria atualmente, jamais saberão como era pilotar “um verdadeiro carro de F1”.
Mansell falou sobre a potência dos carros, que chegava a 1500 cavalos, e de como a sensação de guiá-los era algo único e indescritível.
“A Fórmula 1 nunca voltará a ser como era. Pilotar aqueles carros turbo foi a coisa mais emocionante e assustadora que você poderia fazer na vida. O carro da Williams de 1987, nada chega perto daquele carro, nada no mundo. E a F1 nunca voltará a isso. É sério, os pilotos de hoje nunca saberão como é um verdadeiro carro de F1", disse Mansell em entrevista à revista oficial da FIA, a Auto International Journal.
"Na classificação você literalmente tinha até 1.500 cavalos de potência, dizem que a BMW tinha mais ainda. O carro destracionava em sexta marcha na reta, a 280 ou 300 Km/h. Como piloto, não dá para colocar isso em palavras. Em cada curva que você fazia, o carro estava literalmente tentando te matar".
O campeão, que precisou superar Ayrton Senna para faturar o título de 1992, depois de ser vice em três ocasiões, falou de como era pilotar no antigo circuito de Silverstone, onde haviam cercas e postes ao lado da pista que ameaçavam a vida dos pilotos enquanto eles aceleravam em velocidades superiores aos 300Km/h.
“Naquela época, se estivéssemos correndo no antigo circuito de Silverstone, por exemplo, você ia para a reta do Hangar no modo classificação, bem acima de 320 km/h. Você fazia a curva da Stowe sem tirar o pé do acelerador, e isso na pista antiga, com postes de 15 centímetros de largura com grades do lado de fora das curvas, funcionando como cercas. E você fazia as curvas abertas, quase acertando esses postes".
"Então você está na curva da Club e não levanta o pé. Você tinha que sair da curva e literalmente respirar aliviado: primeiro, porque você podia respirar depois das extraordinárias forças G que te puxavam na curva; e em segundo lugar o mais importante, porque quando você saía da curva, pensava: "eu consegui".
O “Leão” ainda valorizou o período, por ter competido contra quem chamou de “Os melhores dos melhores”. Mansell teve como adversários, pilotos como Niki Lauda, Gilles Villeneuve, Alan Jones, além de ter protagonizado a disputa por títulos com Nelson Piquet, Alain Prost e Senna.
“Isso tudo foi, em uma palavra, a experiência mais fenomenal, irreal, e bela que um esportista pode ter. Estar no auge de sua forma, competindo contra múltiplos campeões mundiais, que lutavam para proteger suas posições e vencer mais um campeonato e aniquilar os rivais”.
Veja galeria de imagens da carreira de Mansell:
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