Primeira mulher a chefiar equipe, Monisha vira estrela na Índia
Em sua terra natal, e chefe da Sauber está sendo uma das atrações do GP. Ela destacou o crescimento da F-1 no país
Monisha Kaltenborn vem sendo um dos grandes nomes da F-1 em 2012. Foi nomeada chefe da Sauber no meio da temporada - time que faz um grande campeonato -, sendo a primeira mulher a ter tal cargo na categoria e viu mostras de sua popularidade agora no GP da Índia, sua terra natal. Ela participou de vários eventos, interagiu com crianças, deu palestras e, claro, muitas entrevistas. Ao TotalRace, Monisha, que mora na Europa, contou sobre sua volta à Índia.
“É um sentimento animador estar aqui. A Índia é muito intensa. Quando nós chegamos aqui, as primeiras coisas que notamos são os barulhos, os cheiros, as pessoas, os gostos...é tudo muito forte”, destacou Monisha que saiu do país ainda criança. “Tenho grandes memórias daqui. Muitas vezes tudo é novo pra mim, pois a Índia muda muito rapidamente em pouco tempo. Então acaba sendo um misto de sentimentos. Por um lado, algo me faz sentir em casa e por outro, tudo me parece novo”, comentou.
De acordo com a dirigente, o automobilismo está crescendo no país, mas ainda há um longo caminho a percorrer para que ele fique realmente popular. “Não é um trabalho simples. A Índia tem um esporte muito dominante que é o críquete. É incomparável. No último ano, a mídia fez um grande trabalho de informação na ocasião do grande prêmio de estreia. Mostraram as regras, os times, os pilotos, enfim, deram tudo aquilo que as pessoas gostariam de ler. Também temos projetos com as crianças, então elas estão começando a gostar do esporte. Claro que o críquete ainda é o preferido, mas vejo o interesse pela F-1 aumentando aqui. Diferente de outros, aqui a F-1 precisa criar o interesse nas novas gerações. Acho que a Índia pode gostar muito desse esporte, inclusive estando ligada à parte de tecnologia e engenharia”, considera Monisha.
Sobre o fato de ser a primeira mulher a comandar um time de F-1, Monisha disse que é normal as pessoas ainda estranharem e fazerem muitas perguntas. Mas ela tem dificuldade em saber as respostas. “Não entendo esses questionamentos como algo sexista. É um meio que sempre foi dominado por homens, então aos poucos essa filosofia vai mudando. Mas não sei dizer a diferença entre o meu trabalho e o de um homem, pois nunca faço as coisas pensando em como um homem faria. Talvez a mulher no automobilismo olhe as coisas de um jeito mais pragmático, sem tanto envolvimento com as corridas. Não que eu não tenha paixão por isso tudo, gostou muito, mas vejo como uma atividade como as outras. A mulher talvez lide de um jeito mais concentrado, sem se preocupar tanto com os carros ou com quem está mais rápido. Pensamos em onde queremos chegar e como devemos fazer para conseguir. Isso é importante, acaba sendo uma vantagem para administrar pessoas”, comparou.
Segundo a indiana de 41 anos, uma das diferenças na forma de administrar a Sauber é a comunicação integrada. De acordo com Monisha, as decisões acabam sendo tomadas por muita gente. Todos precisavam ser convencidos. “Aqui, quando vamos fazer uma mudança, isso passa por muita gente. Todos trabalham juntos e precisam estar convencidos. Isso acaba dando outra validade às coisas. Mas isso não quer dizer que as decisões são tomadas de maneira mais vagarosa. É tudo muito transparente, aberto, mas também muito claro”, definiu.
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