Quais novatos ainda estão na briga por uma vaga na F1 em 2026?

Em 2024, Oliver Bearman acabou com o mito de que os carros da era atual da Fórmula 1 seriam muito difíceis para os pilotos novatos. O inglês marcou pontos para a Ferrari quando substituiu Carlos Sainz na Arábia Saudita e foi esse resultado que acabou o garantindo uma vaga na Haas em 2025, mas também abriu portas para outros novatos.

Acontece que em anos anteriores, as equipes hesitaram em contratar pilotos das academias para assumir o lugar de quem já estava no grid, isso porque havia o medo de que guiar os carros com efeito solo seria um desafios que os novatos não conseguiriam dominar rapidamente.

De fato, a 'silly season' de 2023 para 2024 foi bastante parada - Logan Sargeant foi testado em '23 e acabou ficando na Williams, apesar de ter sido substituído por Franco Colapinto no fim da temporada de '24 e o mesmo aconteceu com Daniel Ricciardo, que viu Liam Lawson assumir seu assento na Racing Bulls.

Onde Ricciardo se atrapalhou, os pilotos mais jovens floresceram. Além da exibição de Bearman em Jeddah em 2024, mais novatos (ou pilotos com menos experiência) continuaram a brilhar à medida que as chances foram surgindo ao longo do ano.

Lawson voltou a substituir Ricciardo nos estágios finais de 2024 e ganhou uma vaga na Red Bull, Colapinto provou ser um upgrade imediato em relação a Sargeant, e a Alpine até mesmo deu a Jack Doohan uma chance na última corrida da temporada passada, antes de uma temporada de estreia que acabou tendo apenas seis corridas.

A inclusão de Andrea Kimi Antonelli, Gabriel Bortoleto e Isack Hadjar no grid de 2025 mostrou uma fé renovada na juventude. Os erros estão intrinsecamente ligados a esse risco, mas há uma razão para serem chamados de "erros de novato".

Era de se esperar que 2026 fosse um pouco semelhante, dada a abordagem limpa dos regulamentos técnicos, mas a decisão da Cadillac de buscar a experiência (escolhendo dois pilotos que perderam seus assentos para 2025) e a abordagem amplamente estática dos assentos do próximo ano em outros lugares criaram um pequeno 'gargalo' no campeonato.

A 'safra' de novatos de 2026 será muito menor - se, de fato, ela existir. Há alguns nomes que foram mencionados como possíveis pilotos de corrida na próxima temporada, mas para muitos suas chances são remotas.

Arvid Lindblad

Vencedor da corrida, Arvid Lindblad, Campos Racing

Foto de: Formula Motorsport Ltd

Há uma certa expectativa de que Arvid Lindblad seja um piloto da Racing Bulls no próximo ano. Embora o piloto anglo-sueco esteja "apenas" em sétimo lugar em sua campanha de estreia na F2, Helmut Marko é conhecido por ser um fã de Lindblad e sabe-se que ele impressionou os chefes da Red Bull até agora.

Lindblad pilotou um Red Bull no TL1 do GP da Inglaterra, e certamente terá mais oportunidades no final da temporada se a vaga na Racing Bulls for de fato para ele. Enquanto ele ficou a um segundo do ritmo de Lewis Hamilton naquela sessão, o novato ficou a apenas meio segundo da marca de Max Verstappen.

Seus planos gerais de corrida não eram necessariamente comparáveis, já que Verstappen fez uma simulação de corrida com o pneu médio, enquanto Lindblad fez suas voltas com o pneu macio, mas o tetracampeão havia fornecido uma referência anterior com o mesmo composto.

Se Lindblad conseguir entrar pela porta da Red Bull em 2026, a dificuldade para a gerência será determinar quem vai para onde. Qual dos dois, Yuki Tsunoda e Lawson, será deixado de lado, e vale a pena promover Hadjar para a equipe principal da Red Bull?

Há muito a ser decidido pelas duas equipes antes da próxima temporada, mas parece que a Lindblad está no páreo, seja qual for a decisão de Marko e outros.

Paul Aron

Paul Aron, Sauber

Foto de: Guido De Bortoli / LAT Images via Getty Images

A Alpine tem um pequeno dilema para a próxima temporada. Sem nenhuma opção experiente, a equipe deve continuar apostando na juventude - e, para isso, seu foco provavelmente permanecerá interno: ela manterá Colapinto no carro ao lado de Gasly ou Paul Aron será convocado para o próximo ano?

A aposta mais inteligente seria na permanência de Colapinto; o desempenho do argentino tem melhorado ultimamente e ele desperta um interesse significativo das marcas latino-americanas que querem se alinhar com seu empregador. Mas se Flavio Briatore decidir que Colapinto não é o piloto para o futuro, então Aron pode encontrar um assento de corrida em seu caminho.

Dizem que o estoniano tem sido impressionante nos testes privados de carros anteriores, embora seja difícil verificar isso. Sabemos que ele tem se comportado bem em suas sessões de treinos com a Alpine e a Sauber este ano, embora a Hungria tenha sido um pouco mais difícil de ler, devido ao problema com o trem de força que ele teve no TL1.

Você também pode argumentar que Aron também deu a Bortoleto e Hadjar uma corrida pelo seu dinheiro na F2 na última temporada, embora seu desafio pelo título tenha diminuído um pouco no final da temporada.

Ele é uma aposta externa, mas não descarte Aron de uma vaga na F1 ainda.

A safra do primeiro ano da F2 - Fornaroli, Browning e Dunne

Pódio: Vencedor da corrida Alex Dunne, Rodin Motorsport, segundo lugar Luke Browning, Hitech TGR, terceiro lugar Leonardo Fornaroli, Invicta Racing

Foto de: Clive Rose / Getty Images

Parece um pouco difícil justificar o lugar de Lindblad em relação a outros pilotos atualmente no mercado para uma corrida de F1 para a próxima temporada, já que há três colegas de primeiro ano que foram muito impressionantes este ano. No entanto, é improvável que eles consigam uma chance para 2026, a menos que consigam garantir papéis de reserva genuínos e encontrar um caminho para o campeonato nessa função.

Desses três - Leonardo Fornaroli, Luke Browning e Alex Dunne - apenas Fornaroli não está vinculado a uma academia da F1. Isso dá liberdade teórica ao italiano, mas também o coloca em risco de ficar sem oportunidades de assumir um papel, já que as equipes têm maior probabilidade de optar por um de seus 'produtos' jovens.

De qualquer forma, Fornaroli tem se destacado na F2 este ano, demonstrando um nível de consistência impressionante para um piloto tão jovem. Depois de conquistar o título da F3 no ano passado sem nenhuma vitória, ele também provou que tem a vantagem decisiva necessária para conquistar as vitórias.

Browning também tem sido forte; embora menos consistente que Fornaroli, o nativo de Cheshire tem sido um visitante frequente do pódio ao longo da temporada. Uma das peculiaridades estranhas da temporada de Browning está em sua taxa de conversão entre corridas de sprint e de longa duração - 130 dos 161 pontos de Browning vieram das corridas completas de domingo, enquanto apenas 31 vieram de sprints.

Como sua classificação tem sido consistente, pode-se sugerir que a natureza do grid invertido dos sprints tende a atrapalhá-lo. Ele seria uma opção natural para a Williams como reserva em tempo integral em 2026.

Dunne, por sua vez, tem sido impressionante e irritante em igual medida. Talvez um dos primeiros favoritos no cálculo da F2, tendo estabelecido o ritmo com vitórias no Bahrein e em Ímola, seu desespero para manter a liderança na saída da linha em Mônaco levou a um tremendo amontoado quando ele se chocou com o azarado Victor Martins.

Embora Dunne tenha tido que controlar seus instintos menos comprometedores, ele também esteve do lado do azar, pois os deslizes técnicos ao longo do ano o privaram de bons resultados.

O irlandês perdeu o segundo lugar na corrida da Áustria por ter ultrapassado o limite de desgaste da prancha e, mais tarde, recebeu uma penalidade de 10 segundos após a vitória na corrida de Spa, porque o procedimento de configuração de largada definido não foi acionado - como resultado, ele caiu para nono. Sem essas indiscrições, ele estaria muito mais próximo de Fornaroli na disputa pelo título.

Depois de 2026: O novo campeão da F3 pode seguir o caminho de Bortoleto?

Campeão da F3 Drivers e vencedor da corrida Rafael Camara, Trident

Foto de: Formula Motorsport Ltd

Rafael Câmara venceu a F3 com folga nesta temporada, 42 pontos à frente de Nikola Tsolov, já que o brasileiro conquistou o título com uma rodada de antecedência. Parte da academia de jovens pilotos da Ferrari, o recifense de 20 anos pode ser a próxima aposta da Scuderia, agora que Bearman está totalmente integrado ao mundo da F1.

Grande parte das esperanças de Câmara de ganhar dois títulos consecutivos depende da equipe com a qual ele vai correr na F2 no próximo ano. Embora não esteja na disputa pelo grid da F1 do ano que vem, ele poderia muito bem repetir seu compatriota Bortoleto com um passo à frente em 2027 se conseguir superar o obstáculo do primeiro ano. Com o apoio da Ferrari, Câmara pode contar com os recursos necessários para realizar esse sonho.

Durante sua campanha de conquista do título da F3, o brasileiro demonstrou um ritmo de qualificação prodigioso e garantiu a pole nas três primeiras rodadas do ano, além de mais duas nas nove rodadas do campeonato.

Classificar-se tão bem na F3 é um pouco como uma faca de dois gumes; dado o tamanho do grid, a inversão das primeiras posições para os sprints de sábado se estende aos 12 primeiros - e, portanto, Câmara achou difícil recuperar posições a partir daí, dada a natureza das corridas de F3, em que as compensações de pneus são quase inexistentes.

Mas isso não será um problema tão grande na F2; se ele conseguir mostrar um progresso semelhante ao dos campeões anteriores Bortoleto e Fornaroli, será um candidato muito comentado nas discussões da silly season do próximo ano.

Rafael Camara, Trident

Foto de: Formula Motorsport Ltd

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