Saiba por que a Eau Rouge é a curva preferida dos pilotos
Curva favorita da maioria dos pilotos da F1, Eau Rouge em Spa instiga por downforce e já foi palco de tragédias: "tem de ter colhão", diz Kvyat
O GP da Bélgica, domingo, será disputado em um dos circuitos mais cultuados do automobilismo: Spa-Francorchamps. Além do belo traçado, um dos motivos de tamanha mística é porque em Spa se localiza uma das curvas mais adoradas e temidas pelos pilotos, a Eau Rouge.
Todo amante de automobilismo a conhece, mas por trás da "Água Vermelha", em livre tradução, estão alguns detalhes e curiosidades. Na verdade, após a descida que a antecede, a Eau Rouge é apenas a curva à esquerda, de entrada no “S”. A de saída é chamada Raidillon, mas com a fama, a Eau Rouge acabou “dominando o pedaço”.
A composição Eau Rouge/Raidillon é especial pois está na base de uma descida e lança os pilotos morro acima numa reta propícia para ultrapassagens. Ela é primordial para o tempo de volta. Um F1 passa pelo trecho a quase 300 Km/h e o desafio é fazê-la de pé embaixo.
Nesta semana, Felipe Massa postou foto fazendo o raio de Usain Bolt em plena Eau Rouge e a chamando de melhor da F1. Mas muitos outros pilotos declaram seu amor pela curva.
“Ela causa uma impressão especial a cada volta, pois seu corpo é comprimido no final da curva. A sensação é estranha, mas uma grande diversão também”, disse Fernando Alonso sobre os efeitos do downforce no carro e pilotos.
Para o alemão Michael Schumacher, a aproximação da Eau Rouge era como “voar monte abaixo e ver uma enorme montanha à sua frente”.
Toda essa combinação já causou algumas tragédias. Foi na Eau Rouge que a jovem promessa alemã Stefan Bellof se acidentou e morreu a bordo de um Porsche nos Mil Quilômetros de Spa, em 1985.
Outra vítima foi Guy Renard em um Toyota Corolla GT durante as 24 Horas de Spa, em 1990. Jacques Villeneuve descreveu o acidente sofrido por ele em 1999 no local como “o mais incrível da carreira”.
Após um período em que a evolução dos carros tornou a curva mais fácil de ser feita, a introdução da última geração de unidades de potência em 2014 mudou o jogo novamente. Atualmente, os pilotos são unânimes em dizer que a Eau Rouge voltou a ser um grande desafio.
“Com os carros atuais, a Eau Rouge voltou a ser uma curva para quem tem colhão, sobretudo no molhado”, diz Daniil Kvyat.
O campeão e líder do campeonato, Lewis Hamilton, assina embaixo. “A Eau Rouge sempre é a parte mais excitante do circuito. Quando você a ataca pé embaixo, ao chegar no final, suas vísceras vão lá no fundo. E parecem que vão sair pela boca quando você chega ao topo da colina lá na frente. É algo bem empolgante quando você está a 320 km/hora”.
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