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Senna já teve "dias de Alonso" contra os motores Honda

Mesmo em ano de tricampeonato, piloto brasileiro chegou a dar broncas nos engenheiros da McLaren tão pesadas quanto às de Alonso no último fim de semana em Suzuka

Ayrton Senna
Ayrton Senna e Alain Prost, rivalidade histórica
Ayrton Senna e Alain Prost, companheiros e rivais na McLaren
Ayrton Senna
Largada: Alain Prost, Damon Hill e Ayrton Senna
Alain Prost, Ferrari e Ayrton Senna, McLaren batem na primeira curva
Alain Prost, Ferrari e Ayrton Senna, McLaren batem na primeira curva
Largada: Damon Hill, Alain Prost, Ayrton Senna e Michael Schumacher

Quem ouviu as polêmicas declarações no rádio de Fernando Alonso durante o GP do Japão no fim de semana - quando se referiu ao motor de seu carro a um de GP2 - poderia achar que o espanhol estava pegando pesado com a equipe. Os integrantes da McLaren e Honda podem não ter gostado, mas sabem que não é a primeira vez que tomam broncas de um piloto campeão.

O ano era 1991 e a equipe passou dos motores V10 para os V12. Testes em Estoril antes do início da temporada foram marcados e Ayrton Senna estava guiando a nova McLaren MP4/6, que daria o terceiro e último título mundial ao Brasil.

Em meio às sessões, palavras para a imprensa que talvez nem passasse na cabeça de Alonso, quando pensou em ferir o comando do time:

"Eu não sei o que eles (Honda) fizeram durante o inverno", disse Senna. "Não há progresso e nem potência", afirmou. Mesmo assim, na primeira corrida do ano, em Phoenix, ele dominou todo o fim de semana, mas não se retratou.

Naquele ano, Senna acabou vencendo também os três GPs seguintes, mas ficou sem visitar o lugar mais alto do pódio nas cinco provas seguintes. Mais do que isso, viu a Williams-Renault de Nigel Mansell crescer no campeonato e tomar a liderança.

"A Williams está muito rápida, de fato", declarou. "É muito difícil para eu manter o ritmo. A Honda está trabalhando duro para melhorar o motor, mas o chassi da Williams é muito melhor que o nosso. Se não tivermos equipamento novo, vamos ter problemas durante a segunda metade da temporada", dizia à imprensa na época.

Mesmo com a vitória na Hungria, Senna não viu a evolução que gostaria, mas percebeu que estava indo muito além das críticas e acabou pedindo desculpas aos engenheiros, pela forma que estava lidando com as adversidades.

Coincidentemente, o palco em que finalmente a McLaren MP4/6 trouxe o rendimento - e o título - esperado ao brasileiro, foi o local em que Alonso fez as críticas mais duras publicamente à equipe. Na época, o que calou Senna foi o objetivo conquistado: vencer a Williams e Nigel Mansell. O que poderia silenciar Alonso?

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