"Estou em uma curtição", diz Barrichello, sobre Indy no Brasil
Brasileiro analisa primeiras etapas e adaptação à categoria; "Tenho trabalhado mais que na Fórmula 1", afirma
Desde 1993, Rubens Barrichello vive uma semana como a mais importante do ano. Ela sempre chegava na época do GP do Brasil de Fórmula 1. Neste ano, com a mudança para a Indy, a empolgação é um pouco diferente, mas a importância para ele continua a mesma.
"Estou em uma curtição, com um frio na barriga, esperançosos para que dê tudo certo. Estou feliz em ter a torcida a favor, em encher a casa e ouvir o 'Rubinho, Rubinho' gritado com muito carinho", destaca Barrichello em entrevista exclusiva ao TotalRace. O paulista também analisa a troca de categoria.
"Como toda mudança, é superpositiva. Tudo bem que mudamos de última hora, mas estou supercontente. Fizemos isso com o pé no chão. Em Interlagos, eu sabia muito daquela pista. No Anhembi, vou a um simulador para aprender um pouco. Serão dois dias de evento e no Anhembi terei duas horas antes da classificação", diz o piloto, que destaca as principais diferenças de um F-1 para um Indy.
"O sofrimento é por não estar completamente confortável no carro, pois não tem volante hidráulico, é 200 kg mais pesado que um F-1, o motor é turbo, os pneus não têm aquecedor... Uma série de coisas. Mas o maior sofrimento é o pouco teste que tenho na pista de corrida. Em todas as provas que fui sempre teve algo. Na primeira prova vazou óleo do câmbio e só fiz o segundo treino e vi que aprendi mesmo a pista depois da 30ª volta", continua.
"Em Long Beach a pista alagou na sexta e só a aprendi uma hora antes da classificação. Apesar de deixarem usar o pneu especial, vermelho, nos treinos, você torra ele para a corrida, então não vale a pena. Vai demorar um pouco para me adaptar, pois essa é minha realidade", explica o piloto, que não se incomoda em ter de começar do zero.
"Se esse campeonato tivesse 16 provas e oito delas em um mesmo lugar, minha segunda metade de campeonato seria muito competitiva. O fato de não conhecer a pista, o circuito oval, faz a gente largar atrás, com estrategias arriscadas, dificuldades... Mas estou ali para dar a cara a bater e estou me divertindo muito."
Sobre o desentendimento com Helio Castroneves na última curva de Long Beach, Barrichello diz que são águas passadas. "Quando disse que falta respeito é que o carro é tão robusto que as batidinhas acabam acontecendo, como no kart. De repente, no meio da freada, você sente um toque. Espero melhorar a competitividade mesmo não conhecendo as pistas, aí o sorriso será maior que agora."
Por fim, o brasileiro admite que a família está bem com a mudança de rotina: "Tenho trabalhado mais que na Fórmula 1. Tenho viajado muito, fazendo coisas com patrocinadores e me ambientando mais na equipe. Mas as crianças têm participado muito. Recebi do Dudu uma mensagem excepcional: 'Papai, sei que você deve estar triste e nervoso, mas não deveria brigar com o helinho. do seu filho que te ama'. Sensacional."
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