Conheça o único brasileiro que lidera categoria na Europa

Vitor Baptista, de 17 anos, lidera temporada 2015 da EuroFormula Open a duas etapas do final e pode engrossar lista de conquistas internacionais do Brasil no automobilismo

Vitor Baptista

O ano de 2015 marcou o fim de um longo jejum de títulos brasileiros em categorias internacionais, com Nelsinho Piquet se sagrando campeão na temporada de estreia da F-E (2014-2015). O número de conquistas do país, no entanto, pode aumentar ainda neste ano: Vítor Baptista, que disputa a Euroformula Open, lidera o campeonato a duas etapas do final da temporada.

Baptista, que foi campeão da F3 Brasil Light em 2014, compete pela primeira vez com monopostos fora do país – o piloto havia disputado campeonatos de kart na Europa. Os primeiros passos do paulistano no mundo da velocidade foram dados no kartódromo de Aldeia da Serra, bairro da cidade de Barueri, na região metropolitana de São Paulo.

“Quando eu tinha seis anos de idade, minha família se mudou para Aldeia da Serra, onde existe um kartódromo. Sempre passávamos pelo local e, um dia, pedi aos meus pais para andar. Eu era muito novo, então precisei de adaptações no kart. Comecei a ir aos domingos, mas depois comecei a pedir para andar mais dias – duas a três vezes por semana – até que pedi para correr profissionalmente. Foi assim que tudo começou”, disse.

"Aos 14 anos, fui para a Europa correr de kart, já que o nível é mais alto por lá. Fiz isso por dois anos e então voltei para o Brasil, já decidido em migrar para os monopostos. Fiz a temporada passada pela F3 Brasil Light e agora estou na EuroFormula Open”, afirmou.

A primeira temporada na EuroFormula Open – que corre em praças tradicionais do automobilismo, como Jerez de la Frontera, Estoril, Spa-Francorchamps e Silverstone, sempre em rodadas duplas – tem sido muito boa para Baptista, que lidera o campeonato a duas etapas do final.

“No início, tive um período de adaptação. Todas as pistas eram novas para mim e tive que usar o simulador, mas consegui uma boa base. No começo, tive um pouco de dificuldade nas disputas, pois o nível lá é muito mais alto do que no Brasil, os pilotos são bastante agressivos.”

A consistência de Baptista, entretanto, foi uma característica que logo pôde ser notada pelos adversários, já que, exceto pelo quinto lugar na segunda corrida em Jerez e uma quebra na primeira prova no Red Bull Ring, o brasileiro esteve no pódio nas demais corridas - com cinco vitórias conquistadas até o momento.

As etapas finais serão realizadas em Monza e Barcelona. Sobre a primeira, que acontece no próximo final de semana, o brasileiro se mostra otimista, ainda que nunca tenha corrido na tradicional pista italiana.

“Monza eu não conheço, apenas pelo simulador. A pista tem praticamente o mesmo perfil de Spa-Francorchamps, de alta velocidade. Nos últimos treinos que fiz em Misano, consegui acertar o carro para as configurações de Monza e me senti bem. Então espero andar tão bem quanto em Spa”, disse o piloto, que venceu as duas provas da rodada dupla na pista belga.

O principal adversário de Baptista no campeonato é o russo Konstantin Tereschenko, com quem o brasileiro divide o protagonismo da temporada, tendo dividido muitas curvas com o adversário. Na tabela, a diferença entre os dois é de quatro pontos – 227 para Baptista, contra 223 de Tereschenko.

Para o próximo ano, o objetivo do piloto é ingressar na F3 Europeia. Disputar a EuroFormula Open, além de proporcionar a experiência de correr na Europa, serve de preparação para o alto nível de dificuldade da categoria que faz boa parte do calendário como preliminar das provas do DTM.

“Comecei a caminhada na EuroFormula Open porque o nível não é tão alto quanto o da F3 Europeia e os custos são mais baixos. No final do ano passado, quando terminei minha temporada na F3 Brasil, sabia que estava pronto para correr na Europa, mas se eu fosse direto para a F3 Europeia gastaria uma quantia além das minhas condições e não andaria entre os dez primeiros, o que não é bom para o primeiro ano lá”.

“Fazer este ano na EuroFormula Open, então, serviu como uma espécie de preparação. (A F3 Europeia) é o campeonato de F3 mais forte da Europa, o plano para o ano que vem é correr lá. Conversei com equipes já e algumas delas se mostraram interessadas”, disse.

Futuro? Baptista diz que o caminho natural pós-F3 Europeia seria GP2 ou a Formula Renault 3.5 e, então, a F1. O piloto admite, no entanto, que pensa em caminhos alternativos. “Meu objetivo sempre foi a F1. Neste ano, comecei a me envolver um pouco mais com a parte financeira e realmente percebi o quanto essa questão pode complicar as coisas”.

“Então vi que é realmente necessário ter um segundo plano, até um terceiro. Se não conseguir chegar à F1, quero correr no DTM, que acho espetacular – muitos dizem que é a ‘F1 dos carros de turismo’. Meu sonho é correr, não vou deixar este esporte”, completou.

Confira o vídeo com momentos de Vitor Baptista na EuroFormula Open:

 

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