A Renault ainda pode salvar a temporada?
O editor do Motorsport.com, Adam Cooper, conversou com Rob White sobre os planos da escuderia
Independentemente das especulações sobre o futuro da montadora francesa na Fórmula 1, a Renault tem problemas a curto prazo para resolver nesta temporada. De um lado, a pressão da Red Bull, por outro, seu pessoal da Renault Sport. No início do ano as equipes enfrentavam problemas de confiabilidade, mas agora o foco é na performance do motor.
Mais penalidades
O problema extra fica por conta da utilização de mais uma unidade de potência, o que deixa os pilotos cada vez mais preocupados por terem que largar na rabeira do grid. Daniel Ricciardo, Daniil Kvyat e Max Verstappen já usaram a quinta unidade, o que os deixa na "bolha", podendo perder 10 lugares para a largada. Aparentemente é inevitável, restando saber quando e onde isso vai acontecer.
Então, o que deu errado este ano? Com a palavra, o diretor técnico, Rob White:
"Estamos atrás desde o início. Tivemos incidentes desde a primeira sessão na Austrália. Sabíamos que seria um efeito dominó, mas não sabíamos a extensão completa. Os primeiros sinais de problemas apareceram pouco antes da temporada começar, ao desmontar os motores pós-Barcelona (testes de fevereiro). O problema era claramente na área do pistão."
"Fizemos uma correção, o que demonstrou mais a frente não ter sido suficiente, o que é pior, nos custou bons resultados na China e no Bahrein. Em seguida fizemos uma segunda mudança, com resultados um pouco melhores. Chegamos a um bom nível a partir de Mônaco."
Desempenho sacrificou a confiabilidade
White está convencido de que reparar a confiabilidade do carro acabou sugando recursos para performance.
"Estamos em julho e é óbvio que a alocação de recursos que era para a nossa performance já foi utilizado para sanar a falta de confiabilidade. Então, perdemos tempo e agora temos que fazer malabarismo. A questão que estar por vir agora é a melhoria do desempenho do carro versus as penalidades esportivas. Somente um de nossos pilotos está numa situação mais tranquila (Carlos Sainz), qualquer outro será punido pelo uso de uma nova unidade."
"Algumas sanções podem nos custar mais caros do que se imagina. Não queremos ser punidos na Hungria ou Cingapura, já que ultrapassar nesses circuitos é muito mais difícil do que na Bélgica, por exemplo, ainda mais se o tempo estiver ao nosso favor. E esse será nosso jogo, conciliar aonde a punição poderá não ser tão prejudicial. Claro que isso não é exato, não gostaríamos de ter uma mudança não programada na Hungria."
A chave do sincronismo
Isso traz à tona uma questão interessante e que vai colocar a Renault sob pressão na Hungria. Se algum dos V6 em questão falhar, as equipes serão obrigadas a utilizarem nas próximas semanas os seus modelos "B-spec", antecipando a previsão dos engenheiros.
"Exatamente!", diz White. "Não há como esconder que teremos que usar um modelo atualizado antes do previsto e são coisas como essas que nos prejudicaram no início do ano."
O grande problema é o tempo de espera necessário para quaisquer alterações da unidade de potência. Mesmo quando os engenheiros sabem o que fazer, as corridas acabam acontecendo, prejudicando os times esportivamente.
"Há todo um processo delicado dentro do ciclo de desenvolvimento do motor. O prazo de diagnosticar, entender, projetar e fabricar uma solução é de meses, e não dias ou semanas. Agora sabemos que temos que antecipar algumas coisas."
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