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Alonso vê era Senna/Prost como "muito chata"

Para bicampeão, época de Ayrton Senna e Alain Prost na Formula 1 obrigava pilotos a pouparem pneus e combustível e diferença de performance entre McLaren e rivais era enorme

Largada: Ayrton Senna lidera para a McLaren
2017 aero regulations, top view
2017 aero regulations, front view
1986 World Championship contenders, Ayrton Senna, Lotus, Alain Prost, McLaren, Nigel Mansell, Williams, Nelson PIquet, Williams
Start: Ricardo Patrese, Williams Renault, Nigel Mansell, Williams Renault, Ayrton Senna, McLaren Honda, Michael Schumacher, Benetton Ford
The end of season group drivers group photograph
Fernando Alonso, McLaren
Fernando Alonso, McLaren
Ayrton Senna, McLaren MP4/5B Honda with Nigel Mansell, Ferrari 641 behind
Fernando Alonso, McLaren MP4-31
Jenson Button and Fernando Alonso, McLaren on the grid.
Fernando Alonso, McLaren
Fernando Alonso, McLaren on the grid.

Fernando Alonso tem sido um dos principais críticos da direção tomada pela Fórmula 1 nos últimos anos. Entretanto, o espanhol acredita que muitos dos problemas do regulamento atual, em vigor desde 2014, também afetava o que muitos consideram o 'período de ouro' da categoria: os anos 1980-1990, que teve Ayrton Senna e Alain Prost como os principais nomes.

"A F1 era muito chata naquele tempo. Se você vê agora uma corrida de 1985, 1988 ou 1992 vai dormir durante a prova, pois a McLaren era muito forte, o quarto colocado estava uma volta atrás e a diferença entre os carros era de mais de 25 segundos. Além disso, dez carros não completavam a prova, pois a confiabilidade não era muito boa", disse.

"Os números de audiência e de público nas corridas caem agora, como naqueles chatos anos 1980, quando Senna, Prost e os demais economizavam pneus e combustível", afirmou. 

Para o espanhol, o auge da F1 aconteceu nos anos 2000, quando muitas fabricantes entraram na categoria.

"Creio que a F1 cresceu bastante naquela época, muitas montadoras entraram na categoria, como BMW e Toyota. A audiência da TV e o público nos autódromos estavam no máximo", comentou.

"Levamos a F1 para novos países - corremos na Coreia, na Índia, em Cingapura, fizemos duas corridas na Espanha - atingimos o máximo. Entretanto, não entendemos a situação, provavelmente. Os custos subiram demais, a tecnologia se tornou bastante complexa e algumas fabricantes saíram", acrescentou.

Alonso crê ainda que é comum que pilotos sejam vistos de modo mais positivo após se aposentarem. "Quando você para de correr, isso te transforma em um ídolo. Quando você está na ativa, você é criticado. Aconteceu com Felipe (Massa), com (Mark) Webber."

"Os pilotos dos anos 1980 são grandes campeões e idolatrados. Nesta geração, (Lewis) Hamilton e (Sebastian) Vettel são ídolos para as crianças que iniciam no kart agora."

O asturiano não escondeu também que a frustração com o regulamento atual é que não é possível explorar todo o desempenho que a atual tecnologia empregada na categoria disponibiliza. "Os recursos, os orçamentos destes times e a tecnologia que utilizamos permitem a estes carros serem máquinas fantásticas e provavelmente extrapolariam a física como conhecemos hoje."

"Entretanto, não sentimos isso. Temos um carro muito lento e sem aderência. Estamos em um monoposto, mas com a sensação de um GT."

Para 2017, Alonso se mostra otimista com a mudança de regulamento e acredita que os carros -  com mais aerodinâmica e com a previsão de serem cerca de cinco segundos por volta mais velozes - estarão mais ao gosto do espanhol.

"Creio que isso trará mais emoção e prazer ao guiar, pois sentiremos a aderência e poderemos forçar ao máximo nas curvas", completou.

Autosport / Matt Beer, Ian Parkes

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