A partir do último mês de janeiro, Christian Fittipaldi acumulou duas funções à sua profissão de piloto: o ex-piloto de F-1, Indy e Nascar virou comentarista da Rádio Jovem Pan e diretor-executivo de um projeto chamado "Scott Fittipaldi", que tem a presença da velocidade mas nenhuma associação com o automobilismo.
O time é, na verdade, um projeto olímpico de Mountain Bike, modalidade muito praticada no país e um dos principais hobbies do piloto. Apesar de treinar, Christian acompanha do lado de fora o desempenho de seus atletas (Edivando Cruz, Fred Mariano, Márcio Ravelli, Odair Pereira, entre outros cinco apoiados), admitindo que ainda sente aquele "frio na barriga" antes de qualquer competição.
Nesta conversa com o TotalRace, Christian conta detalhes desta nova fase e comenta como é voltar à F-1 após 17 temporadas, desta vez manejando um microfone e desconversa quando é cogitada a sua participação com o time nas Olimpíadas, quando terá 43 anos de idade. Confira:
TOTALRACE: Depois de ser pioneiro na Nascar, você está criando um novo desafio nas duas rodas, no Mountain Bike, formando uma equipe para as Olimpíadas do Brasil. Dê mais detalhes para nós.
CHRISTIAN FITTIPALDI: O ciclismo é um esporte que prativo há muitos anos. No ano passado, quando voltei ao Brasil, encontrei velhos amigos comecei a conversar. Comecei a retomar minhas atividades e andar muito de mountain bike e surgiu a ideia de tentar estruturar equipe mais forte possivel para as Olimpíadas do Rio. Essas Olimpíadas só vão acontecer uma vez enquanto eu estiver vivo, então essa é a oportunidade que temos de ajudar quem está entrando no esporte, desenvolver grandes talentos e mandar o Brasil com a melhor representação possível de Mountain Bike. Se a gente conseguir ser competitivo, ter chance de ir bem no Rio, será um fruto colhido de um trabalho que começamos em 2010. Será bom para todo mundo. O mais importante é dar oportunidade a atletas novos que têm uma certa dificuldade de começar no esporte ajudar a dar a eles a oportunidade que eu tive quando corri de carro.
TOTALRACE: Um bom primeiro passo foi dado: você conseguiu uma aliança com uma grande empresa do ramo...
CHRISTIAN FITTIPALDI: A Scott, das marcas de bicicletas importadas, é uma muito solida. Na Suíça, ela domina todo o Mountain Bike internacional. Poder estar associado a uma marca como eles aqui no Brasil é uma honra muito grande.
TOTALRACE: Você foi pioneiro na Nascar; será também nas duas rodas?
CHRISTIAN FITTIPALDI: Sinceramente, estou enxergando de uma maneira de poder ajudar, agregar o esporte e colocar o Brasil em uma oportunidade de entrar na Olimpíadas com chance de ser competitivo. Há um esforço grande de pesoas por trás e se essa meta se atingir será otimo para todos.
TOTALRACE: Você ainda não respondeu se irá andar...
CHRISTIAN FITTIPALDI: Tenho atualmente dois socios e nós três já geramos confusão suficiente, mas é óbvio que minha natureza é competir desde os 11 anos. Estive envolvido nesse meio e não vou deixar de comentar. A partir do momento que você vai a um evento e participa indiretamente, dá o frio na barriga. Ainda bem que estou sentindo isso. Se não tivesse, estaria algo errado.
TOTALRACE: Além das bicicletas, você está se envolvendo no rádio, como comentarista. Como tem sido essa experiência nova?
CHRISTIAN FITTIPALDI: Tem sido ótima essa associação nossa. Eu já conhecia o Téo [José, narrador da Rádio Jovem Pan] e tinha uma história pela Indy e o [Cláudio] Carsughi tem uma história grande com meu avô. É uma sincronia legal entre nós. Espero que a gente esteja agregando nas transmissões de F-1 no Brasil. Tivemos três etapas, uma prova quieta na Austrália, uma prova emocionante na Malásia e nem vou comentar o GP da China. Simplesmente fantástico, foi uma das melhores corridas dos últimos anos e tenho certeza que vai continuar assim até o fim da temporada. Até o ano passado, quatro pilotos brigaram pelo título, e quem sabe esse ano temos cinco ou seis pilotos.
TOTALRACE: E como é voltar à Fórmula 1 após 17 anos?
CHRISTIAN FITTIPALDI: É uma boa pergunta... É voltar e não é. Não estou dentro do carro, mas, de certa maneira, eu estou voltando, acompanhando e lendo para estar bem preparado para quando tiver de fazer um trabalho. É uma emoção bem grande, pois, antes de ir aos Estados Unidos, corri três temporadas na F-1, então ter esse contato de novo com a categoria mais importante do automobilismo mundial para mim tem sido fascinante.
Veja a entrevista em vídeo: