Devido à pandemia causada pelo Covid-19, os calendários das principais categorias do esporte a motor mundial foram impactados. Com corridas canceladas ou adiadas até pelo menos o início de maio, os pilotos da Fórmula 1 e da MotoGP estão se virando para passar o tempo livre até o momento de voltar aos carros e motos.
Muitos estão seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde e dos governos nacionais e estão ficando em casa, enquanto outros estão aproveitando as "férias forçadas" para fazer outros tipos de atividade ao ar livre, mas longe de grandes aglomerações...
Os irmãos Márquez têm defendido em suas redes sociais que as pessoas fiquem em casa nesse momento, até a crise causada pelo coronavírus diminuir.
Mas não demorou muito para que as coisas na casa dos Márquez ficasse um pouco... estranha
Outro piloto que está ficando em casa é o francês Romain Grosjean, da equipe Haas na F1. Mas a rotina de Grosjean é bem diferente da dos Márquez. O piloto está passando o tempo com a família, atuando em uma profissão diferente, a de professor.
Mas uma atividade comum entre os pilotos nesse período de férias forçadas é o exercício física. Para não perder o ritmo com esse grande intervalo sem correr, eles são forçados a passar ainda mais tempo na academia para compensar, como é o caso de Aleix Espargaró, piloto da Aprilia na MotoGP, que divulgou um vídeo mostrando um pouco de seu treinamento.
Já Carlos Sainz, da McLaren, também está treinando, mas o espanhol começou a ir na academia com ainda mais gosto. Na terça (17), ele postou uma foto na academia celebrando que seu teste para o Covid-19 deu negativo. Sainz tinha motivos para se preocupar, porque um funcionário da McLaren havia testado positivo na véspera do início das atividades de pista do GP da Austrália. Mas ele afirmou que vai continuar em quarentena porque é o certo a se fazer nesse momento.
Um piloto que não está seguindo muito a risca a orientação de ficar em casa é Valtteri Bottas. O finlandês da Mercedes postou uma foto fazendo trilha no Mont Agel, região próxima francesa próxima do principado de Mônaco.
Além de mostrar suas rotinas durante esse período, vários pilotos também estão usando suas plataformas para conscientizar as pessoas sobre a importância de seguir regras básicas durante esse período, como é o caso do hexacampeão Lewis Hamilton, que postou um vídeo mostrando para seus seguidores o modo correto de se lavar a mão.
Já o ítalo-brasileiro Franco Morbidelli, da MotoGP, deu instruções sobre o modo correto de se usar máscaras.
Enquanto a pandemia causada pelo Covid-19 não diminuir e os pilotos não retornarem à suas rotinas normais, imagens como essas serão cada vez mais comuns.
Covid iguala acidente e bate guerra como fator mais impactante em um ano da F1
O primeiro cancelamento de um GP no mundial de Fórmula 1 aconteceu no seu terceiro ano, em 1952. O GP da Espanha deveria ser a nona e última etapa do campeonato, no circuito de Pedralbes, mas acabou cancelado por questões financeiras. A situação se repetiu novamente em 1953, até que a etapa conseguiu integrar o calendário em 1954
Em 1955, um desastre marcou a história do automobilismo mundial. Nas 24 Horas de Le Mans, uma batida envolvendo o piloto da Mercedes Pierre Levegh matou 83 espectadores e feriu outros 180. A repercussão do acidente foi tamanha que afetou o calendário da F1, com as etapas da França, Alemanha, Suíça e Espanha canceladas. Na Suíça, as consequências foram ainda maiores, com o esporte a motor sendo banido do país pelas autoridades, algo que foi revertido apenas em 2018, com uma etapa da Fórmula E em Zurique
Em 1956, o mundo acompanhou o conflito armado que ficou conhecido como "Guerra de Suez", entre Israel e Egito. Com isso, o preço dos combustíveis subiu muito e as etapas da Espanha e da Holanda se tornaram inviáveis para as equipes, sendo canceladas. No ano seguinte, o conflito continuou afetando o calendário da Fórmula 1 e outras três provas tiveram que ser canceladas: além da Espanha e Holanda novamente, a etapa da Bélgica precisou ser removida da temporada pelo mesmo problema
Naquele ano, a etapa da Alemanha seria realizada no circuito de rua de AVUS, em Berlim. Mas devido às reclamações dos pilotos sobre os perigos da pista, especialmente as curvas, que chegavam a ter uma inclinação de 40 graus, a prova foi cancelada.
Em 1969, o GP da Bélgica foi cancelado devido ao boicote de parte dos pilotos, que exigiam mudanças para deixar a pista mais segura. O boicote veio após uma inspeção do circuito por Jackie Stewart, que, naquela época, era o piloto mais envolvido do grid no debate sobre segurança. Como os donos do circuito de Spa não cederam aos pedidos dos pilotos, a prova acabou cancelada. A etapa belga passou pela mesma situação dois anos depois, em 1971, e, depois disso, ficou de fora do calendário da Fórmula 1 até 1983, quando a pista foi reformada e encurtada.
Em 1972, a F1 já tentava realizar duas etapas nos Estados Unidos, assim como a Liberty tenta atualmente. Mas o projeto do GP do Oeste dos Estados Unidos, na Califórnia, não foi concretizado. Outro GP cancelado naquele ano foi o do México. Após a morte de Pedro Rodríguez, piloto que era ídolo nacional, no ano anterior, o interesse dos mexicanos pela prova caiu consideravelmente e a etapa foi cancelada.
No final dos anos 70 e início dos anos 80, a Fórmula 1 se viu dividida em uma disputa entre a Federação Internacional do Esporte Automobilístico (FISA) e a Associação de Construtores da Fórmula 1 (FOCA), que levou a uma situação curiosa. No GP da África do Sul de 1981, vários pilotos boicotaram a prova devido ao embate entre as instituições. O medo de que isso se repetisse na Argentina afugentou os patrocinadores, levando ao cancelamento da prova.
Na temporada de 1983, a Fórmula 1 tentou organizar uma etapa em Nova York, em um circuito de rua que seria montado no bairro do Queens, mas o projeto não conseguiu ser concretizado pela categoria, nem nos dois anos seguintes. Se tivesse sido realizada, a prova em Nova York seria a terceira em território americano no mesmo ano, junto com Long Beach e Detroit
Na temporada de 1985, o GP da Bélgica seria realizado originalmente em 02 de junho, mas após problemas com o novo asfalto do circuito, a prova precisou ser adiada, acontecendo três meses mais tarde, em 15 de setembro.
Uma das histórias mais curiosas de cancelamentos de etapas da Fórmula 1 vem do GP do Canadá de 1987. Naquele ano, a etapa foi cancelada porque os organizadores não conseguiram resolver um problema inusitado: duas cervejarias locais, Labatt e Molson, queriam ser as patrocinadoras master do evento, mas não foi possível chegar a um acordo e a prova foi cancelada.
A etapa do Pacífico, que seria realizada no circuito de Okayama, em 16 de abril, precisou ser remarcada após o terremoto próximo à cidade de Kobe em janeiro, matando mais de 6 mil pessoas. A prova foi transferida para 22 de outubro
O GP da Bélgica de 2003 foi cancelado devido à nova lei aprovada no país contra o tabagismo. Como muitas equipes do grid tinham patrocínio de marcas de cigarros, a etapa acabou sendo retirada do calendário. A situação foi resolvida e a F1 voltou a correr em Spa já no ano seguinte
Em 2011, o GP do Bahrein estava marcado para ser a prova inaugural do campeonato, mas a etapa foi inicialmente adiada devido a protestos contra o governo do país. Foi sugerido uma mudança no calendário, para a corrida do Bahrein ser realizada em 30 de outubro com o GP da Índia fechando o ano em dezembro, mas as equipes recusaram e a prova no país do oriente médio acabou cancelada naquele ano