Entenda como pandemia ainda pode alterar planos da F1 para o GP de São Paulo
Com o GP do Japão ainda sob ameaça, etapa do Brasil pode inclusive mudar de data para acomodar o resto do calendário
A Fórmula 1 se aproxima de sua pausa de verão, que começa após o GP da Hungria na próxima semana, mas a categoria já olha para o resto da temporada 2021 e, principalmente, para duas provas que seguem como dúvidas: Japão e São Paulo. E enquanto a etapa de Suzuka deve ter seu destino selado apenas após as Olimpíadas, a prova em Interlagos ainda pode acabar mexendo com o resto do calendário.
A etapa de Hungaroring será a 11ª de 2021, e a F1 mantém na cabeça a ideia de que fará 23 provas na temporada, apesar do calendário contar no momento com apenas 22, já que não foi anunciado um substituto oficial para o GP da Austrália, cancelado há algumas semanas.
E nisso, o Brasil segue como uma grande dúvida para a categoria. No primeiro ano do novo contrato, a F1 e a organização do GP de São Paulo têm grande interesse em manter a etapa, que já realizou inclusive a venda de ingressos. Mas a atual situação da pandemia pode levar a mudanças no calendário para garantir a manutenção da prova, e o Japão entra com um papel importante nessa lógica também.
Sergio Perez, Racing Point RP19
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
Segundo reportagem publicada pela revista alemã Auto Motor und Sport, a situação do GP do Japão, marcado para 10 de outubro, deve ter seu destino oficializado em 10 de agosto, dois dias após a Cerimônia de Encerramento dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Enquanto as etapas da MotoGP em Motegi e do WEC, em Fuji, já foram canceladas, a F1 mantém a prova no calendário, aguardando o fim dos Jogos, mas o cenário atual no país não é dos melhores.
O Japão vive um momento de crescimento no número de casos, e a chegada de milhares de atletas e pessoas de delegações do mundo todo não devem ajudar neste sentido. Apesar de informações da imprensa local afirmarem que a Honda pressiona o governo para garantir a realização da prova, para que possa fazer uma despedida da F1 em casa, a ameaça de cancelamento segue em alta.
A data limite, 10 de agosto, foi colocada porque seria o máximo em que a categoria pode adiar o envio dos containers com equipamento e materiais de publicidade para montagem do circuito antes do GP.
No momento, o GP do Japão é a terceira perna de uma rodada tripla que começa na Rússia, em 26 de setembro e que segue na Turquia, em 03 de outubro. Caso seu cancelamento seja confirmado, a F1 já teria pensado em uma alternativa, segundo a revista: fazer outra sequência de três corridas, mas na América, com duas provas em Austin, em 17 e 24 de outubro, antes do GP do México, em 31 de outubro.
Autódromo de Interlagos
Photo by: Duda Bairros
E é nesta conta que entraria o Brasil. Um dos grandes problemas para a realização do GP de São Paulo no momento é que o país segue na chamada lista vermelha do governo britânico. Isso significa que qualquer pessoa que passe pelo país teria que cumprir uma quarentena de 14 dias no retorno, o que complicaria a sequência da temporada.
No momento, o GP de São Paulo está marcado para 07 de novembro, o que criaria uma exaustiva rodada quádrupla, algo que nenhuma equipe aceitaria.
Com o objetivo de evitar a quarentena e manter a realização da etapa, que tem a aprovação do CEO da F1, Stefano Domenicali, um plano que vem sendo considerado é o adiamento do GP de São Paulo em uma semana, para 14 de novembro. Logo na semana seguinte, no dia 21, seria acrescentado uma nova etapa, substituindo a Austrália.
Apesar de diversas candidatas na Europa, como a Alemanha, as condições climáticas do fim do ano complicam a realização de uma etapa no velho continente e, com isso, o local ideal seria mais uma prova no Oriente Médio.
Start action, Francesco Bagnaia, Ducati Team leads
Photo by: Gold and Goose / Motorsport Images
Neste contexto, duas provas surgem como candidatas. A primeira, seria o retorno do GP de Sakhir, no anel externo do circuito do Bahrein, que fez sua estreia em 2020 e foi muito elogiada por pilotos e fãs. A outra, seria a estreia do Catar. Apesar de não fazer parte do calendário da F1, a pista de Losail é tradicional no calendário da MotoGP, que corre lá desde 2004.
O momento para a introdução do Catar seria ideal também para o próprio país, que sediará a Copa do Mundo de Futebol da FIFA no próximo ano. Em meio a críticas da comunidade internacional sobre as condições dos trabalhadores envolvidos na construção dos estádios, o país busca modos de se promover, ajudando também na divulgação da Copa.
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