Max Verstappen voltou a ocupar as manchetes da Fórmula 1 nas últimas semanas. O piloto da Red Bull venceu duas corridas consecutivas (Monza e Baku), as primeiras desde Montreal e Barcelona em 2024, e as duas com mais de 10 segundo de vantagem. Este ano, o único outro piloto a vencer com essa diferença foi Oscar Piastri no Bahrein, com 15s499 de vantagem sobre George Russell.

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Se o tetracampeão conseguiu retornar a um nível tão alto, isso se deve em parte ao fato de ele ter se aproveitado dos erros da McLaren mas, acima de tudo, por confiar em uma Red Bull que fez progressos claros em sua configuração de baixo downforce. Laurent Mekies está muito satisfeito com o fato de o sucesso do GP da Itália ter sido confirmado no Azerbaijão, onde a configuração tem muito em comum, apesar das diferenças notáveis entre os dois circuitos.

"Provavelmente sentimos que as coisas boas que vimos em Monza foram encontradas novamente [em Baku]", explicou o chefe da Red Bull à imprensa internacional, incluindo o Motorsport.com. "Nas curvas lentas de Baku - há pouco downforce e apenas curvas de baixa velocidade - funcionou muito bem para nós. É uma equação diferente de Monza, então essa é a boa notícia".

"O que é certo é que tivemos o ritmo necessário para nos distanciarmos dos outros [no domingo], o que é uma ótima notícia para nós", acrescentou Mekies ao Canal+, descrevendo uma "confirmação extraordinária" : "Monza é específica, mas Baku também é, só há curvas lentas. Vamos fazer uma corrida de cada vez, mas é verdade que a combinação da demonstração de Max [em Baku] e também o alto ritmo de Yuki é um bom sinal para o resto do campeonato".

Max Verstappen, Red Bull Racing

Foto de: Mark Sutton / Fórmula 1 via Getty Images

A Red Bull melhorou o assoalho do RB21 em Monza, mas para Mekies foi mais uma questão de melhor operação do carro, resultado de um melhor entendimento, do que qualquer outra coisa. "Em Milton Keynes, todos estão tentando descobrir mais coisas para analisar nos dados e, nesta temporada, ninguém desistiu de entender por que não estávamos no nível que queríamos", detalhou à Sky Sports.

"Pouco a pouco, não houve uma varinha mágica, uma grande evolução, mas vimos coisas sendo desbloqueadas por todos na fábrica. Algumas coisas foram desbloqueadas na pista, graças ao trabalho que Max, os engenheiros e todos os outros fizeram", continuou.

A McLaren, por outro lado, pode ter sofrido com as temperaturas relativamente frias em Baku, além de ter sido privada de curvas rápidas que a ajudam a fazer a diferença. Mekies acredita que é "difícil falar por eles" e não sabe se esse elemento pode ter jogado a favor da Red Bull : "A McLaren era intocável quando as temperaturas estavam altas. Foi a temperatura ou outra coisa que influenciou o fim de semana deles? Para nós, é impossível dizer".

Apesar desse claro progresso, Mekies está longe de ter certeza de que a Red Bull conseguirá manter esse nível em outros circuitos, a começar por Singapura, o único circuito do calendário em que Verstappen nunca venceu e onde a equipe teve dificuldades nos últimos anos. Desde o início da era híbrida, em 2014, a equipe só venceu lá em 2022, graças a Sergio Pérez.

"O ponto em comum [entre Monza e Baku] é que há muito, muito pouco downforce", lembrou Mekies. "Vamos para Singapura, mudamos um pouco as equações, mantemos as curvas lentas, mas vamos para o downforce máximo. Sofremos bastante antes e durante Budapeste. Também é uma pista onde está muito mais quente e sabemos como somos sensíveis a isso, assim como todo o grid, então estamos dando um passo de cada vez".

Max Verstappen, Red Bull Racing

Foto de: Joe Portlock / LAT Images via Getty Images

"Vamos enfrentar o desafio de Singapura, é uma pista que tem sido difícil para a equipe há muitos anos. No contexto do que estamos tentando ver, será importante ver se não funciona lá", disse.

No momento, Mekies não sabe dizer se a Red Bull conseguirá manter essa forma em circuitos que, em teoria, são favoráveis à McLaren. "Honestamente, não temos essa resposta hoje", garantiu o francês. "Vamos nos deparar, durante o resto da temporada, com uma série de circuitos onde teremos essas curvas de média e alta velocidade nas quais a McLaren tem se destacado desde o início da temporada e novamente em Zandvoort. Eles tiveram uma grande vantagem sobre nós na Holanda nesses tipos de curvas".

"Fomos derrotados pela McLaren há duas corridas em Zandvoort", lembrou Mekies, assim como na prova belga. "Em Spa saímos pensando que eles eram meio segundo [por volta] mais rápidos do que nós, embora Max tivesse vencido a sprint".

Mekies prefere seguir em frente sem nenhum objetivo específico, além de compreender melhor o carro: "Estamos fazendo uma corrida de cada vez, o que é ainda mais importante do que as considerações para o campeonato de construtores. Estamos realmente tentando continuar aprendendo quais são nossas limitações, como conseguimos desbloquear algumas delas e como conseguimos nos projetar em relação a isso".

Laurent Mekies, Red Bull Racing

Foto de: Kym Illman / Getty Images

De qualquer forma, a Red Bull está em uma dinâmica positiva, ao contrário da McLaren, que pagou por vários erros recentemente, nas paradas com Lando Norris ou na pista com Oscar Piastri. Saudando uma "abordagem muito arriscada", Mekies está satisfeito por ver a equipe no caminho certo, mas não tem certeza se os resultados recentes da Red Bull poderão pressionar a concorrência.

"A confiança está em alta, por isso podemos nos arriscar um pouco mais a cada corrida, experimentar um pouco mais e conseguir mais voltas. E se isso tem algum efeito sobre o que a McLaren está fazendo, eu sinceramente não sei, provavelmente não é da nossa conta. Estamos nos concentrando em nós mesmos, é isso que queremos ver. Queremos ver o carro progredir em determinadas áreas e, se isso funcionar, será bom. Contra a McLaren, contra a Mercedes e a Ferrari", concluiu.

Com Ronald Vording, Owen Bellwood e Haydn Cobb