F1 vs Indy: qual carro é mais rápido, potente e mais comparações
Veja diferenças das principais categorias de monopostos
A Fórmula 1 e a Indy são as principais categorias de monopostos e frequentemente geram comparações. Enquanto a F1 sempre esteve fortemente focada em design e desenvolvimento, a Indy priorizou um grid mais nivelado com orçamentos mais baixos.
Revendo as principais diferenças, é possível apreciar igualmente a riqueza das duas categorias.
Fórmula 1 e Indy: qual carro é mais rápido?
A velocidade máxima alcançada por um monoposto da Indy é de cerca de 235 mph (378 km/h) com motores V6, de 2,2 litros, com turbocompressor duplo, já um carro atual da F1 com motores híbridos V6, de 1,6 litros, chega a aproximadamente 205 mph (329 km/h) - embora em 2019 Sebastian Vettel e Sergio Pérez tenham conseguido atingir 359 km/h em Monza e na Cidade do México, respectivamente.
O fato da velocidade máxima da F1 ser mais baixa pode ser explicado porque suas regras priorizam downforce e velocidades nas curvas.
Os carros de F1 podem acelerar muito mais rápido e estão preparados para perder muito menos tempo nas curvas. Em 2019, a Indy correu no Circuito das Américas, palco do GP dos Estados Unidos, permitindo comparações diretas pela primeira vez. Will Power cravou a pole com uma volta de 1min46s017, com uma média de 185 km/h. Quase nove meses depois, na F1, Valtteri Bottas registrou 1min32s029, 14 segundos mais rápido e com a média de 214 km/h.
Desta forma, não faz muito sentido olhar apenas para a velocidade máxima da categoria. A Indy dá ênfase à criação de um grid equilibrado, onde todas as equipes usam o mesmo chassi Dallara e podem escolher entre os motores Honda e Chevrolet. Em comparação, a F1 atualmente tem quatro fabricantes de unidade de potência e cada escuderia desenvolve suas próprias peças para os monopostos. Como tal, a competitividade dos carros varia amplamente da frente ao fim do pelotão.
Fórmula 1 e Indy: qual a potência dos carros?
Segundo os dados do site oficial da Indy, os carros da categoria têm entre 550 e 700 cv, dependendo do extra que aplicam ao turbo (turbo boost). Por outro lado, os fabricantes de motores da F1 tendem a ser bastante reservados no que diz respeito aos detalhes de quão potentes são suas máquinas. Em 2019, a Renault anunciou que tinha atingido os 1000cv, com motor combinado de combustão interna e sistemas híbridos, e Mercedes e Ferrari também superaram essa marca posteriormente.
Sistemas disponíveis na Fórmula 1 e Indy
Desde 2011, a F1 usa o DRS na tentativa de anular a desvantagem aerodinâmica de correr muito perto de outro carro e para incentivar as ultrapassagens. O sistema permite que um carro que está a menos de um segundo de outro levante uma das seções da asa traseira em retas, criando uma abertura que melhora a eficiência aerodinâmica.
A Indy introduziu o sistema push-to-pass em 2009 para ajudar a aumentar a quantidade de ultrapassagens. Controlados por um botão no volante, os pilotos podem aumentar temporariamente a potência do motor para obter 40 cv extra. Em 2017, as regras mudaram, dando a cada piloto 200 segundos de potência adicional ao longo da corrida, em vez de um número atribuído de usos.
Público da Fórmula 1 e Indy
Por ser uma categoria nacional (EUA), a audiência da Indy na televisão é muito menor do que a da F1, que é global. Em 2019, a Indy atingiu uma audiência média de 5,45 milhões de telespectadores por corrida em todos os canais afiliados à NBC, emissora oficial da categoria.
Em comparação, a audiência média da F1 no ano passado foi de 91,5 milhões globalmente, a maior desde 2012. No entanto, o número de telespectadores de ambas as categorias aumentou em 9% em comparação com 2018.
Diferenças entre os formatos de classificação da F1 e Indy:
A classificação da F1 para as corridas é dividida em três etapas conhecidas como Q1, Q2 e Q3. Todos os pilotos competem no Q1, e os cinco que estabeleceram os tempos mais lentos são eliminados e largam de 16º a 20º no GP de domingo. Os 15 restantes lutam no Q2 para alcançar uma das 10 primeiras posições a fim de garantir seus lugares no Q3. Na última sessão da classificação, Q3, os pilotos disputam a pole position e as melhores vagas no grid de domingo.
Já na Indy, depende muito do tipo de evento. Para corridas ovais, os pilotos começam um de cada vez, e a média de suas duas voltas cronometradas constitui seu tempo de classificação. Para a Indy 500, a classificação é dividida em dois dias, sendo marcado tempo a partir da média de quatro voltas do primeiro dia. Os nove primeiros repetem o processo no Fast Nine em busca da pole e os abaixo de 30º no Last Chance para decidir o grid final (e potenciais eliminados).
Para os circuitos mistos e de rua, os pilotos partem em grupos e os resultados são decididos na sua melhor volta. O grid é dividido em dois para a primeira rodada, com os seis pilotos mais rápidos de cada grupo passando para a próxima sessão de classificação, com os demais ocupando posições do 13º ao último lugar. Os 12 mais rápidos têm dez minutos para definir uma volta e os seis mais rápidos vão para Fast Six, enquanto os demais pilotos se classificam entre 7º e 12º no grid. Os seis finalistas têm seis minutos para cravar a volta mais rápida e alcançar a pole position.
Diferenças entre os formatos de corrida
Para a F1, a corrida termina quando uma distância de 305 quilômetros é atingida. Geralmente leva cerca de uma hora e meia, mas também há um limite de duas horas definido para cada prova em caso de mau tempo ou períodos prolongados de safety car. Já na Indy, é um pouco mais complicado. Não há limite de tempo nas corridas ovais, enquanto para os circuitos mistos e de rua, geralmente, há um limite de duas horas se a distância da corrida não puder ser atingida, embora o regulamento esclareça que é permitido alterar se for considerado necessário.
Uma das maiores diferenças entre a F1 e a Indy são os locais de prova. Embora a Indy seja uma categoria norte-americana, a F1 viaja pela Ásia, Europa, América do Norte e do Sul, Austrália e Oriente Médio. Como resultado, a F tem uma temporada mais longa, tanto em termos de número de eventos quanto de duração.
A Indy também tem o reabastecimento como um componente de suas corridas, algo que foi proibido na F1 desde 2010. Os mecânicos da F1 trocam os pneus dos carros em cerca de dois segundos e meio, enquanto as equipes Indy trocam os pneus e enchem o tanque (com aproximadamente 84 litros de combustível) em menos de dez segundos.
Diferença de sistema de pontos
Na F1, são atribuídos pontos aos 10 primeiros colocados, sendo 25 para o vencedor, 18 para o segundo e 15 pontos para o terceiro, até um único ponto para a 10º posição. A Indy é muito mais 'generosa' na distribuição de pontos: o vencedor recebe 50 pontos e o segundo e terceiro 40 e 35, respectivamente, e todos os que terminam a prova pontuam (os que chegam do 25º ao 33º recebem 5). Os pontos são duplicados na Indy 500 e na final da temporada em Laguna Seca.
Enquanto a F1 recuperou o ponto extra para a volta mais rápida do GP em 2019 (desde que o piloto termine entre os 10 primeiros), a Indy novamente vai além ao recompensar seus pilotos: dá um ponto de bônus pela pole position, por liderar em menos de uma volta, e também dois pontos para o piloto que liderou mais voltas.
Na F1, cada equipe também recebe pontos com base na chegada de seus pilotos (excluindo o ponto extra para a volta mais rápida). Nas corridas da Indy, são as fabricantes de motores Honda e Chevrolet que competem, recebendo o mesmo número de pontos dos seus dois pilotos mais bem classificados. Além disso, a fabricante vencedora da corrida recebe cinco pontos extras e mais um ponto para aquela que conquistar a pole.
Isso é um pouco diferente para a Indy 500, onde a montadora que garante a pole recebe dois pontos e um para a mais rápida no primeiro dia de classificação. As fabricantes de motores que atingirem o limite de 2.000 milhas (3.200 quilômetros) têm direito a um bônus igual ao número de pontos ganhos durante a corrida.
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