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Novas regras vão para 2022, mas teto de gastos já vale em 2021

Ação vem após equipes, organização e FIA concordarem com adiamento da introdução do novo pacote técnico, passando de 2021 para 2022 devido ao impacto do Covid-19

The 2021 Formula 1 technical regulations are unveiled in a press conference, Jean Todt, President, FIA, Ross Brawn, Managing Director of Motorsports, FOM, and Nikolas Tombazis

Após pedido das equipes, a FIA e a Fórmula 1 concordaram em adiar a introdução do novo pacote técnico da categoria. Ao invés de 2021, as mudanças, que incluem um novo modelo de carro, devem entrar em vigor apenas em 2022.

O pedido foi motivado pelo impacto do Covid-19 no calendário das equipes, que precisaram paralisar seus trabalhos nas fábricas por determinação dos governos europeus, como forma de tentar diminuir a disseminação do vírus. A decisão foi tomada em uma teleconferência feita nesta quinta-feira (19) com os chefes de equipe, Chase Carey e Ross Brawn representando a F1 e Jean Todt, presidente da FIA.

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Os chefes de equipe já haviam discutido anteriormente a situação devido ao impacto que o adiamento das etapas terá na sua renda, devido à dificuldade de realizar todas as etapas programadas inicialmente para 2020 e com os problemas que a economia global já está enfrentando com a pandemia.

Inicialmente, nove equipes haviam concordado com a proposta, com a Ferrari pedindo tempo para discutir as ramificações. Hoje, a Ferrari declarou apoio ao pedido. Assim, o plano consiste em manter as regras de 2020 para mais uma temporada e congelar o desenvolvimento de componentes como o chassis e a embreagem. Assim, todos "decidiram que o melhor a fazer era adiar a introdução das novas regras técnicas até 2022".

"Todas as partes discutiram ainda mais a situação atual do campeonato de 2020 e como o esporte reagirá aos desafios contínuos causados pela pandemia do Covid-19. Devido à situação financeira atualmente volátil que isso criou, foi acordado que as equipes usarão seu chassi de 2020 para 2021, com o congelamento potencial de outros componentes a serem discutidos em devido tempo", diz o comunicado da FIA.

As equipes passarão a desenvolver seus novos carros durante a temporada de 2021, que já contará com o teto orçamentário para cada equipe de US$ 175 milhões por ano, cerca de 900 milhões de reais.

GALERIA: Covid-19 já é fator mais impactante em um ano da F1; entenda

1952 - No ano do primeiro título de Ascari, o primeiro cancelamento
O primeiro cancelamento de um GP no mundial de Fórmula 1 aconteceu no seu terceiro ano, em 1952. O GP da Espanha deveria ser a nona e última etapa do campeonato, no circuito de Pedralbes, mas acabou cancelado por questões financeiras. A situação se repetiu novamente em 1953, até que a etapa conseguiu integrar o calendário em 1954
1955 - Os impactos do acidente nas 24 Horas de Le Mans
Em 1955, um desastre marcou a história do automobilismo mundial. Nas 24 Horas de Le Mans, uma batida envolvendo o piloto da Mercedes Pierre Levegh matou 83 espectadores e feriu outros 180. A repercussão do acidente foi tamanha que afetou o calendário da F1, com as etapas da França, Alemanha, Suíça e Espanha canceladas. Na Suíça, as consequências foram ainda maiores, com o esporte a motor sendo banido do país pelas autoridades, algo que foi revertido apenas em 2018, com uma etapa da Fórmula E em Zurique
1956 e 1957 - As consequências da Guerra de Suez
Em 1956, o mundo acompanhou o conflito armado que ficou conhecido como "Guerra de Suez", entre Israel e Egito. Com isso, o preço dos combustíveis subiu muito e as etapas da Espanha e da Holanda se tornaram inviáveis para as equipes, sendo canceladas. No ano seguinte, o conflito continuou afetando o calendário da Fórmula 1 e outras três provas tiveram que ser canceladas: além da Espanha e Holanda novamente, a etapa da Bélgica precisou ser removida da temporada pelo mesmo problema
1960 - Pela segurança dos pilotos
Naquele ano, a etapa da Alemanha seria realizada no circuito de rua de AVUS, em Berlim. Mas devido às reclamações dos pilotos sobre os perigos da pista, especialmente as curvas, que chegavam a ter uma inclinação de 40 graus, a prova foi cancelada.
1969 - Cancelamento por boicote
Em 1969, o GP da Bélgica foi cancelado devido ao boicote de parte dos pilotos, que exigiam mudanças para deixar a pista mais segura. O boicote veio após uma inspeção do circuito por Jackie Stewart, que, naquela época, era o piloto mais envolvido do grid no debate sobre segurança. Como os donos do circuito de Spa não cederam aos pedidos dos pilotos, a prova acabou cancelada. A etapa belga passou pela mesma situação dois anos depois, em 1971, e, depois disso, ficou de fora do calendário da Fórmula 1 até 1983, quando a pista foi reformada e encurtada.
1972 - Cancelamentos na América do Norte
Em 1972, a F1 já tentava realizar duas etapas nos Estados Unidos, assim como a Liberty tenta atualmente. Mas o projeto do GP do Oeste dos Estados Unidos, na Califórnia, não foi concretizado. Outro GP cancelado naquele ano foi o do México. Após a morte de Pedro Rodríguez, piloto que era ídolo nacional, no ano anterior, o interesse dos mexicanos pela prova caiu consideravelmente e a etapa foi cancelada.
1981 - Efeitos da Guerra FISA-FOCA
No final dos anos 70 e início dos anos 80, a Fórmula 1 se viu dividida em uma disputa entre a Federação Internacional do Esporte Automobilístico (FISA) e a Associação de Construtores da Fórmula 1 (FOCA), que levou a uma situação curiosa. No GP da África do Sul de 1981, vários pilotos boicotaram a prova devido ao embate entre as instituições. O medo de que isso se repetisse na Argentina afugentou os patrocinadores, levando ao cancelamento da prova.
1983 - No ano do bi de Piquet, uma tentativa de realizar um GP em Nova York
Na temporada de 1983, a Fórmula 1 tentou organizar uma etapa em Nova York, em um circuito de rua que seria montado no bairro do Queens, mas o projeto não conseguiu ser concretizado pela categoria, nem nos dois anos seguintes. Se tivesse sido realizada, a prova em Nova York seria a terceira em território americano no mesmo ano, junto com Long Beach e Detroit
1985 - Adiamento na Bélgica
Na temporada de 1985, o GP da Bélgica seria realizado originalmente em 02 de junho, mas após problemas com o novo asfalto do circuito, a prova precisou ser adiada, acontecendo três meses mais tarde, em 15 de setembro.
1987 - Canadá cancelado por ter muitos patrocinadores em potencial
Uma das histórias mais curiosas de cancelamentos de etapas da Fórmula 1 vem do GP do Canadá de 1987. Naquele ano, a etapa foi cancelada porque os organizadores não conseguiram resolver um problema inusitado: duas cervejarias locais, Labatt e Molson, queriam ser as patrocinadoras master do evento, mas não foi possível chegar a um acordo e a prova foi cancelada.
1995 - Efeitos do terremoto na cidade de Kobe
A etapa do Pacífico, que seria realizada no circuito de Okayama, em 16 de abril, precisou ser remarcada após o terremoto próximo à cidade de Kobe em janeiro, matando mais de 6 mil pessoas. A prova foi transferida para 22 de outubro
2003 - Cancelamento devido à guerra contra o tabagismo
O GP da Bélgica de 2003 foi cancelado devido à nova lei aprovada no país contra o tabagismo. Como muitas equipes do grid tinham patrocínio de marcas de cigarros, a etapa acabou sendo retirada do calendário. A situação foi resolvida e a F1 voltou a correr em Spa já no ano seguinte
2011 - O cancelamento mais recente
Em 2011, o GP do Bahrein estava marcado para ser a prova inaugural do campeonato, mas a etapa foi inicialmente adiada devido a protestos contra o governo do país. Foi sugerido uma mudança no calendário, para a corrida do Bahrein ser realizada em 30 de outubro com o GP da Índia fechando o ano em dezembro, mas as equipes recusaram e a prova no país do oriente médio acabou cancelada naquele ano
2020 - Covid-19 se torna o fator mais impactante em uma temporada da F1
Devido à pandemia causada pelo novo coronavírus, a F1 cancelou o GP da Austrália horas antes do início do primeiro treino livre, além de adiar as etapas do Bahrein, Vietnã, China, Holanda, Espanha e Mônaco (cancelada), totalizando sete das 22 etapas
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VÍDEO: A queda de braço das equipes no cancelamento do GP da Austrália

PODCAST: O calendário da F1 2020, o coronavírus e a Porsche Cup Brasil em Interlagos

 

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