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Hamilton detona projeto de autódromo no Rio: "A atitude mais sustentável é não derrubar árvores"

Hexacampeão foi cobrado por fãs do esporte ao longo da semana nas redes sociais

Lewis Hamilton, Mercedes-AMG F1 in the press conference

Após a divulgação da carta do CEO da Fórmula 1 Chase Carey ao governador em exercício do Rio, Cláudio Castro (PSC) sobre as licenças ambientais e impedimentos à construção do Autódromo de Deodoro, que busca sediar o GP do Brasil no futuro, muitas pessoas críticas ao projeto usaram as redes sociais pedindo respostas de grandes nomes do esporte, incluindo Lewis Hamilton, que se pronunciou sobre o caso nesta quinta.

A carta, que teve o conteúdo divulgado na segunda-feira (05), fala que as negociações da F1 com a Rio Motorsports para o futuro do GP do Brasil estão basicamente concluídas, faltando apenas as licenças para início da construção do autódromo.

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"Estou escrevendo para atualizá-lo de que nós agora finalizamos os acordos para uma corrida com o Rio Motorsports LLC, que vai sediar, organizar e promover eventos da Fórmula 1 no Rio de Janeiro", escreveu Carey. "Esses acordos estão prontos para execução e anúncio por parte da Fórmula 1 assim que todas as licenças necessárias forem expedidas pelas autoridades relevantes, como INEA/CECA, no Rio de Janeiro, Brasil".

Na terça-feira, a hashtag "Brasil diz não ao desmatamento" esteve entre os assuntos mais comentados do Twitter, com muitos cobrando ações de Hamilton, um grande defensor da causa ambientalista.

Nesta quinta-feira, durante a coletiva para o GP de Eifel, o hexacampeão deu sua visão sobre o caso.

Perguntado se apoiava a construção do autódromo em Deodoro, Hamilton desviou sobre o assunto, falando que não chegou a conversar com membros da Rio Motorsports, o senador Flavio Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro em Abu Dhabi em 2019.

"Não acho que cheguei a falar com eles sobre a corrida", disse. "No encontro que tivemos, acho que eles só queriam dar algumas camisetas ou algo do tipo. É isso. Não tivemos discussões sobre um GP. Qual era a questão mesmo?".

Na sequência, o hexacampeão disse que torcia para não receber uma pergunta sobre o tipo, mas voltou a defender que, para ele, não é necessário mais um circuito no mundo.

"Em primeiro lugar, eu amo o Brasil. É um dos países onde tenho mais seguidores. Os brasileiros significam muito para mim e o apoio deles a mim ao longo dos anos é imenso".

"Eu estava torcendo para não receber uma pergunta do tipo porque, no final das contas, meu pensamento é que o mundo não precisa de um circuito novo. Acho que já existem circuitos suficientes no mundo que são ótimos".

"Eu amo Interlagos e estive no Rio algumas vezes, é um lugar bonito. Mas derrubar uma floresta... não sei de todos os detalhes. Eu ouvi que potencialmente será algo sustentável. Mas a atitude mais sustentável que você pode ter é não derrubar árvores".

"Particularmente, em um momento em que lutamos contra uma pandemia, e há uma crise contínua no mundo. Novamente, não tenho todos os detalhes, mas não é algo que eu apoio pessoalmente".

Em 2019, Hamilton já havia se posicionado contra à construção de Deodoro devido a derrubada da Floresta do Camboatá.

"Isso significa que vão derrubar árvores?", disse Hamilton em 2019. "Não aprovo isso. Temos um país muito bonito aqui, uma floresta importante para o futuro. Temos de focar no meio ambiente. Amo o Rio, gostaria de passar mais tempo lá, mas não quero correr em um circuito que prejudicou o meio ambiente, uma terra tão bonita para o nosso futuro".

Rio de Janeiro busca desbancar São Paulo como sede do GP do Brasil de F1

Desde antes do ano passado, as duas cidades travam disputa para receber a etapa brasileira da F1 no futuro. Embora a capital paulista já tenha um autódromo pronto e bastante popular (Interlagos), falta à 'candidatura' paulistana o aporte financeiro que os cariocas dizem ter. São Paulo tem o 'ônus' de ser uma das duas provas da F1, junto de Mônaco, que não pagam taxa para a categoria para sediar uma corrida.

Os promotores da etapa de Interlagos querem uma renovação com a F1. Porém, enfrentam a concorrência fluminense. O Rio teria oferecido cerca de US$ 65 milhões (R$ 353 milhões). Já São Paulo teria feito proposta de US$ 20 milhões (R$ 109 milhões). Segundo o Estadão, os cariocas estariam perto de desbancar os paulistas para ter a prova brasileira da categoria máxima do automobilismo. Entretanto, o Rio Motorsports deu calote recente na MotoGP.

Presidente Bolsonaro quer F1 no Rio

O projeto de levar a F1 para o Rio tem forte apoio político do presidente. O mandatário é paulista, mas fez sua carreira política no Rio e um de seus filhos, Flávio Bolsonaro, é senador pelo estado. Outro herdeiro de Jair, Carlos Bolsonaro é vereador na capital. Todos já defenderam publicamente a construção do autódromo em Deodoro. A iniciativa também tem contrato para receber a MotoGP em 2022, mas as obras parecem longe de começar.

De todo modo, a Secretaria de Esporte do Rio de Janeiro aprovou, em novembro, o projeto para a realização da prova por dez anos na na capital, autorizando captação de R$ 302 milhões em incentivos fiscais para o GP do Brasil de F1 em 2021 e 2022.

Seriam R$ 151 milhões por evento, mas, como o valor começará a ser pago antes, não haverá estouro do limite de R$ 138 milhões anuais previsto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O valor será investido para pagar parte da taxa à Liberty Media para a realização da prova.

Deodoro e o Impacto Ambiental

A carta de Carey é de 14 de setembro e menciona as licenças pendentes para o início das obras para construção do autódromo na região de Deodoro. O estudo de impacto ambiental do projeto ainda precisa ser aprovado para que o complexo 'saia do papel'.

O Instituto Estadual do Ambiente (INEA) ainda está elaborando o parecer técnico a respeito do Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) para a construção. Concluída essa etapa, o parecer será submetido primeiro à Procuradoria e, só posteriormente, à Comissão Estadual de Controle Ambiental (CECA), responsável pela emissão da licença.

Segundo a empresa de consultoria ambiental Terra Nova, contratada pela Rio Motorsports, consórcio que pretende levar o GP do Brasil à capital carioca, o projeto de construção deve causar mais de 30 impactos ambientais na Floresta e o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) mostra que a floresta conta com Áreas de Preservação Permanente e espécies de fauna e flora sob risco de extinção.

No estudo, a Rio Motorsport promete usar 810 mil metros quadrados do espaço como área de preservação ambiental, além da implantação de área de soltura e recuperação de animais silvestres e a criação de um horto florestal.

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Os detalhes da carta de Chase Carey sobre GP do Brasil e o que falta para o Rio ser confirmado na F1

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