Jordan: Mercedes, Honda e Renault devem sair da F1 em dois anos devido à crise
Para o ex-dono de equipe, as consequências da crise causada pela Covid devem levar ao abandono dessas montadoras da categoria
Ainda pode ser muito cedo para medir as consequências futuras da crise causada pela Covid-19 na Fórmula 1. Mas o ex-piloto e dono de equipe Eddie Jordan, já está convencido de que as grandes fabricantes não terão outra escolha a não ser encerrar seus programas na categoria nos próximos anos.
Desde o início da crise, a categoria vem tentando se proteger das grandes dificuldades econômicas que a ameaçam, mas uma mudança de cenário parece algo inevitável no futuro. Esta é a mensagem que o presidente da FIA, Jean Todt, divulgou no mês passado, alertando sobre a perda de fabricantes na F1 e insistindo na necessidade de um "novo acordo".
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Jordan, que teve uma equipe na F1 entre 1991 e 2005, acredita que a situação já está basicamente escrita. Sem ser mesquinho em suas previsões, o irlandês acredita que a saída parcial ou total de certas montadoras que estão presentes no esporte é inevitável".
"O mundo não só mudou muito por causa do coronavírus, os valores das pessoas também mudaram", alertou ele em entrevista ao canal de televisão alemão Sport1. "A conscientização ambiental também está no topo da lista".
"Para os chefes das montadoras, isso significa que eles também precisam se reinventar. Estou convencido de que fabricantes como Mercedes, Honda, e talvez Renault abrirão o paraquedas e encerrarão suas participações na Fórmula 1 nos próximos dois anos".
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Mercedes volta à sua função anterior?
Jordan acredita que o contexto é ainda mais perigoso para a Mercedes, que, em sua opinião, não tem motivos para continuar existindo em sua forma atual.
"Não há mais nada que a gerência da Mercedes possa fazer", diz ele. "Eles conseguiram tudo, ganharam tudo. Nessas circunstâncias, não tem mais o que ganhar. Eles venderão seus equipamentos. Talvez para Lawrence Stroll, que quer ser campeão mundial com seu filho na Aston Martin".
E Jordan também acredita que o apoio da Petronas tem uma data de vencimento, devido à atual conjuntura.
"Os preços do petróleo estão caindo, de modo que as empresas de petróleo não podem mais pagar um patrocínio de milhões de dólares por ano. Por isso, creio que a Petronas também sairá. E isso seria um enorme buraco no orçamento".
Independentemente disso, Jordan acredita que a saída da Mercedes não será total, podendo continuar como fornecedora de motores, como fez nas décadas de 1990 e 2000. "Imagino a Mercedes em uma intensa colaboração com a McLaren, como no passado", disse.
Sobre a Ferrari, o ex-dono de equipe não questiona a continuidade da equipe italiana na categoria.
"Eles são diferentes. Eles têm o sangue da Fórmula 1 correndo em suas veias, então não é algo debatido por lá. As ameaças de retirada são apenas um aviso. No futuro, Ferrari, Red Bull e, provavelmente, McLaren-Mercedes serão os pilares da categoria novamente"
Finalmente, Jordan previu que, como consequência de uma eventual saída da Mercedes da F1, Lewis Hamilton possivelmente iria para a Ferrari, causando a saída de Sebastian Vettel.
"Ao contrário de Lewis, eu não conheço Vettel muito bem mas, na minha opinião, ele não tem escolha a não ser parar ou ir para a McLaren. Lewis irá para a Ferrari. Somente os italianos podem continuar pagando seu salário. Verstappen ficará na Red Bull e tentará bater Lewis lá, mas será difícil".
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