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Jordan: Mercedes, Honda e Renault devem sair da F1 em dois anos devido à crise

Para o ex-dono de equipe, as consequências da crise causada pela Covid devem levar ao abandono dessas montadoras da categoria

Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1 W09, leads Max Verstappen, Red Bull Racing RB14, Nico Hulkenberg, Renault Sport F1 Team R.S. 18, and Daniel Ricciardo, Red Bull Racing RB14

Ainda pode ser muito cedo para medir as consequências futuras da crise causada pela Covid-19 na Fórmula 1. Mas o ex-piloto e dono de equipe Eddie Jordan, já está convencido de que as grandes fabricantes não terão outra escolha a não ser encerrar seus programas na categoria nos próximos anos.

Desde o início da crise, a categoria vem tentando se proteger das grandes dificuldades econômicas que a ameaçam, mas uma mudança de cenário parece algo inevitável no futuro. Esta é a mensagem que o presidente da FIA, Jean Todt, divulgou no mês passado, alertando sobre a perda de fabricantes na F1 e insistindo na necessidade de um "novo acordo".

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Jordan, que teve uma equipe na F1 entre 1991 e 2005, acredita que a situação já está basicamente escrita. Sem ser mesquinho em suas previsões, o irlandês acredita que a saída parcial ou total de certas montadoras que estão presentes no esporte é inevitável".

"O mundo não só mudou muito por causa do coronavírus, os valores das pessoas também mudaram", alertou ele em entrevista ao canal de televisão alemão Sport1. "A conscientização ambiental também está no topo da lista".

"Para os chefes das montadoras, isso significa que eles também precisam se reinventar. Estou convencido de que fabricantes como Mercedes, Honda, e talvez Renault abrirão o paraquedas e encerrarão suas participações na Fórmula 1 nos próximos dois anos".

Relembre os carros da Renault na F1

1977: Renault RS01
Piloto: Jean-Pierre Jabouille
1978: Renault RS01
Piloto: Jean-Pierre Jaboullie
1979: Renault RS10
Pilotos: Rene Arnoux, Jean-Pierre Jabouille
1980: Renault RE20
Pilotos: Rene Arnoux, Jean-Pierre Jaboullie
1981: Renault RE30
Pilotos: Rene Arnoux, Alain Prost
1982: Renault RE30
Pilotos: Rene Arnoux, Alain Prost
1983: Renault RE40
Pilotos: Eddie Cheever, Alain Prost
1984: Renault RE50
Pilotos: Philippe Streiff, Patrick Tambay, Derek Warwick
1985: Renault RE60
Pilotos: Francois Hesnault, Patrick Tambay, Derek Warwick
2002: Renault R202
Pilotos: Jenson Button, Jarno Trulli
2003: Renault R23
Pilotos: Fernando Alonso, Jarno Trulli
2004: Renault R24
Pilotos: Fernando Alonso, Jarno Trulli, Jacques Villeneuve
2005: Renault R25
Pilotos: Fernando Alonso, Giancarlo Fisichella
2006: Renault R26
Pilotos: Fernando Alonso, Giancarlo Fisichella
2007: Renault R27
Pilotos: Giancarlo Fisichella, Heikki Kovalainen
2008: Renault R28
Pilotos: Fernando Alonso, Nelsinho Piquet
2009: Renault R29
Pilotos: Fernando Alonso, Nelsinho Piquet e Romain Grosjean
2016: Renault R.S.16
Pilotos: Kevin Magnussen, Jolyon Palmer
2017: Renault R.S.17
Pilotos: Nico Hülkenberg, Jolyon Palmer, Carlos Sainz Jr.
2018: Renault R.S.18
Pilotos: Nico Hülkenberg, Carlos Sainz Jr.
2019: Renault R.S.19
Pilotos: Nico Hülkenberg, Daniel Ricciardo
2020: Renault R.S. 20
Pilotos: Daniel Ricciardo e Esteban Ocon
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Mercedes volta à sua função anterior?

Jordan acredita que o contexto é ainda mais perigoso para a Mercedes, que, em sua opinião, não tem motivos para continuar existindo em sua forma atual.

"Não há mais nada que a gerência da Mercedes possa fazer", diz ele. "Eles conseguiram tudo, ganharam tudo. Nessas circunstâncias, não tem mais o que ganhar. Eles venderão seus equipamentos. Talvez para Lawrence Stroll, que quer ser campeão mundial com seu filho na Aston Martin".

E Jordan também acredita que o apoio da Petronas tem uma data de vencimento, devido à atual conjuntura.

"Os preços do petróleo estão caindo, de modo que as empresas de petróleo não podem mais pagar um patrocínio de milhões de dólares por ano. Por isso, creio que a Petronas também sairá. E isso seria um enorme buraco no orçamento".

Independentemente disso, Jordan acredita que a saída da Mercedes não será total, podendo continuar como fornecedora de motores, como fez nas décadas de 1990 e 2000. "Imagino a Mercedes em uma intensa colaboração com a McLaren, como no passado", disse.

Sobre a Ferrari, o ex-dono de equipe não questiona a continuidade da equipe italiana na categoria.

"Eles são diferentes. Eles têm o sangue da Fórmula 1 correndo em suas veias, então não é algo debatido por lá. As ameaças de retirada são apenas um aviso. No futuro, Ferrari, Red Bull e, provavelmente, McLaren-Mercedes serão os pilares da categoria novamente"

Finalmente, Jordan previu que, como consequência de uma eventual saída da Mercedes da F1, Lewis Hamilton possivelmente iria para a Ferrari, causando a saída de Sebastian Vettel.

"Ao contrário de Lewis, eu não conheço Vettel muito bem mas, na minha opinião, ele não tem escolha a não ser parar ou ir para a McLaren. Lewis irá para a Ferrari. Somente os italianos podem continuar pagando seu salário. Verstappen ficará na Red Bull e tentará bater Lewis lá, mas será difícil".

GALERIA: Relembre a história da Honda na F1

1964 - A estréia da Honda na F1
Ronnie Bucknum foi o responsável por guiar o RA271 em três grandes prêmios naquele ano. O melhor resultado foi um 13º lugar na Alemanha.
1965 - O primeiro Triunfo
O recém chegado Richie Ginther foi bem sucedido e conquistou a primeira vitória da Honda na Fórmula 1, no GP do México
1966 - resultados pouco expressivos
Os americanos Richie Ginther e Ronnie Bucknum continuaram guiando pela marca.
1967 - Segunda vitória
O campeão mundial de 1964, John Surtees, chegou à Honda e venceu o GP da África do Sul, última conquista da primeira passagem dos japoneses pela F1.
1968 - Bons resultados antes da saída
Surtees conseguiu mais dois pódios para a Honda em 1968, na França e nos Estados Unidos.
Jo Schlesser, Honda RA301
Na França, Jo Schlesser sofreu um acidente fatal. A morte do piloto pesou na decisão da fabricante para sair da F1 no final daquele ano.
1983 - O retorno
A Honda voltou à F1 em 1983, fornecendo motores para a equipe Spirit. Na foto, vemos Stefan Johansson guiando a Spirit Honda. Parceria durou apenas 6 corridas.
1983 - Parceria com a Williams
Os motores Honda da Spirit chamaram a atenção da Williams de Keke Rosberg, que experimentou os propulsores no GP da África do Sul.
1984 - O início de uma era
A primeira vitória da Williams Honda aconteceu no GP de Dallas. Keke Rosberg venceu a prova e deu início a um período de conquistas que durou quase uma década.
1984 - O início de uma era
A primeira vitória da Williams Honda aconteceu no GP de Dallas. Keke Rosberg venceu a prova e deu início a um período de conquistas que durou quase uma década.
1985 -  A chegada de Mansell
Na segunda temporada completa com motores Honda, a Williams venceu quatro provas, duas com Rosberg e duas com Nigel Mansell.
1986 - O título de Construtores
O então bicampeão mundial, Nelson Piquet, substituiu Rosberg que foi para a McLaren. Com 4 vitórias do brasileiro e 5 de Mansell, a Williams Honda conquistou seu primeiro mundial.
1987 - O Tri de Nelson Piquet
Piquet foi campeão em 87 e Williams Honda foi bicampeã de construtores. O brasileiro se tornava tricampeão da F1, após vencer outros dois campeonatos com a Brabham.
1987 - Título e discórdia
Contudo, a relação de Piquet, Williams e Honda não foi das melhores, com o brasileiro acusando a equipe de favorecer Mansell e a Honda querendo se distanciar das polêmicas.
1987 - Lotus, Honda e Senna
Naquele ano três forças unidas se destacaram na última grande temporada da Lotus na F1. Com a Honda e Ayrton Senna, a Lotus venceu nas ruas de Mônaco e Detroit.
1988 - Piquet e Senna trocam de volante
Com o fim do contrato com a Williams, Piquet ocupou o assento deixado por Senna na Lotus, apostando no sucesso. No entanto a equipe nunca mais construiu um equipamento capaz de vencer.
1988 - Terceiro título da Honda
Enquanto isso, A McLaren Honda começava aquele que seria o ano mais dominante da história da F1 até aquele momento. Senna e Prost venceram 15 das 16 corridas do ano e o brasileiro se tornou campeão.
1989 - Japoneses vencer a quarta seguida
No ano do tetra da Honda, Senna e Prost protagonizaram uma rivalidade histórica, com o francês levando a melhor no fim do ano. De 89 à 92, a Honda equipou apenas os carros da McLaren.
1990 - Pentacampeonato da Honda
Após a saída de Prost, a McLaren trouxe Gerhard Berger para ser companheiro de Senna. O brasileiro sagrou-se bicampeão da F1 após mais uma disputa com o rival francês.
1991 - Hexa da Honda e tri de Senna
Aquele foi o ano dos últimos títulos da fabricante japonesa e do piloto brasileiro.
1992 - A Honda anuncia a saída da F1
De saída, a Honda amargou sua primeira derrota em 6 anos, sendo batida pela Renault que fez parceria com a Renault. A última vitória da McLaren Honda foi conquistada por Berger na Austrália.
2000 - Retorno ao lado da BAR
Jacques Villeneuve se uniu a uma fabricantes de cigarros e à Honda para a formação de uma equipe que estreou como grande promessa na F1 mas que não alcançou grandes resultados.
2001 - O primeiro Pódio da BAR Honda
No GP da Espanha, Villeneuve conseguiu levar seu carro até o terceiro lugar e assim levar o carro ao pódio pela primeira vez.
2001 - Honda equipa a Jordan
A Jordan teve relação estreita com os japoneses nos anos 90, quando chegou a vencer corridas com os motores Mugen-Honda, empresa do filho do criador da Honda. A nova parceria não rendeu.
2002 - Mais decepções
No ano em que parecia que a BAR Honda iria engrenar, o time não conseguiu nenhum pódio sequer.
2002 - Último ano com a Jordan
A parceria se encerrou após um ano de abandonos causados por falhas nos motores da fabricante japonesa.
2003 - Chegada de Button e mais decepções
A chegada do piloto que seria responsável pelos melhores resultados da equipe não foi suficiente para melhorar a campanha da BAR Honda.
2004 - O ano dos pódios
O grande destaque da temporada foi Jenson Button que subiu ao pódio em dez das 18 provas do ano. Button foi o terceiro colocado no mundial, atrás apenas dos pilotos da Ferrari.
2004 - Pódio de Takuma Sato nos EUA
O protagonista pode ter sido Button, mas 2004 se tornou inesquecível para a Honda, pois foi o ano em que pela primeira e única vez, um piloto japonês subiu ao pódio com a Honda.
2005 - Nova decepção
Com o sucesso na temporada anterior, esperava-se que a BAR Honda pudesse enfim desafiar os times de ponta, o que não aconteceu. No fim do ano a BAR deixou de existir.
2006 - Honda assume com grandes ambições
A marca japonesa comprou a fábrica da BAR em Brakley e trouxe Rubens Barrichello da Ferrari para se somar a Button. O ano foi proveitoso para a equipe que fechou o ano em quartana tabela.
2006 - Início com pole
O ano começou bem para a Honda, com a pole na Austrália e várias outras provas largando nas três primeiras filas.
2006 - Vitória Histórica
Apesar das boas classificações, a Honda só subiu ao pódio três vezes na temporada. O grande momento da marca, foi a vitória de Jenson Button na Hungria.
2006 - Primeira e última
A vitória na Hungria foi a primeira da Honda em 2006 e a última da marca como equipe. Ao todo, a Honda conquistou três vitórias com carro próprio: México 1964, África do Sul 1967 e Hungria 2006.
2006 - Super Aguri Honda
Os planos ambiciosos da Honda ainda envolveram a estréia da Super Aguri, outra montadora japonesa que era equipada com motores da Honda e servia como uma parceira estratégica.
2007 - O início do fim
Mais uma vez, a Honda apostava alto impulsionada por uma temporada anterior muito boa. No entanto, a equipe fez péssima temporada e acabou o ano com apenas 6 pontos.
2007 - Super Aguri
Se em 2006 a novata japonesa foi última no campeonato, a segunda temporada do time representou um avanço pois foi a penúltima do grid, com 4 pontos, dois a menos do que a Honda.
2008 - Falência da Super Aguri liga sinal de alerta
A equipe chegou a fazer algumas provas, mas as dívidas se acumularam e a empresa fechou as portas no meio do ano.
2008 - Honda também deixa F1
A última temporada da marca japonesa com equipe própria foi marcada por resultados modestos. A crise global pesou para saída da Honda, que praticamene abandonou a fábrica no fim do ano.
2008 - Último pódio com carro próprio
Barrichello conquistou o último pódio do time em Silverstone. A Honda só voltaria ao pódio com Max Verstappen em 2019.
2009 - O sucesso que não foi
A Honda abandonou a F1 de forma repentina. Para manter as operações, Ross Brawn, então diretor da equipe, comprou a fábrica e todos os equipamentos por valor simbólico e fundou a Brawn GP.
2009 - O sucesso que não foi
Coma saída total da Honda, Ross Brawn precisou comprar motores Mercedes no 'fiado'. A parceria deu certo e a equipe foi campeã mundial. A Mercedes comprou a equipe no fim do ano.
2015 - O terceiro retorno
A Honda voltou pela terceira vez para a categoria, dessa vez refazendo parceria com a McLaren de Fernando Alonso. No entanto, o motor híbrido japonês não foi bem sucedido.
2016 - Os fracassos se acumulam
Nem com os quintos lugares de Alonso em Mônaco e nos Estados Unidos a McLaren Honda conseguiu se levantar. Falta de potência e de confiabilidade foram os grandes problemas
2017 - Fim do amor
Com mais problemas nos motores Honda, a McLaren e Fernando Alonso perderam a paciência e o contrato foi rompido no final da temporada.
2018 - Novos ares, resultados promissores
A Toro Rosso assumiu o desafio de servir como campo de testes da Honda e a nova parceria rendeu frutos. Pierre Gasly foi quarto no Bahrein e apesar de não somar muitos pontos, a união funcionou.
2019 - O laboratório
Em 2019 a Honda passou a equipar a equipe principal da Red Bull e a Toro Rosso passou a ser constantemente utilizada como espaço para testar as melhorias dos japoneses.
2019 - A redenção
A Red Bull Honda conseguiu três pódios até o momento nesta temporada. O grande momento, foi a vitória de Verstappen no GP da Áustria
2019 - Lavando a alma com champagne.
A Red Bull fez questão de enviar Toyoharu Tanabe ao pódio para estourar a champagne junto de Verstappen. Enfim os japoneses voltaram ao seu lugar na F1. O desafio agora é manter a forma.
A Red Bull Honda demonstrou que a vitória na Áustria não foi um caso isolado e voltou a vencer na Alemanha. O resultado foi ainda mais especial por Daniil Kvyat ter levado a Toro Rosso Honda ao pódio na terceira posição.
Honda Racing
Os números da marca japonese na F1: 74 vitórias, 177 pódios, 77 poles, 62 voltas mais rápidas e 6 títulos mundiais de construtores, sendo 2 com a Williams e 4 com a McLaren.
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