Mudança no regulamento eleitoral da FIA proposta por Sulayem deve barrar candidaturas de rivais em 2025; entenda
Eleição para o cargo máximo do automobilismo mundial está marcada para dezembro e, ao que tudo indica, atual presidente deve concorrer sem oposição

No próximo dia 12 de dezembro, a FIA elegerá o seu próximo presidente para um mandato de quatro anos e, ao que tudo indica, Mohammed ben Sulayem deve concorrer sem nenhuma oposição, devido a uma mudança no regulamento que deve tornar impossível o surgimento de novas candidaturas.
Em meio a uma gestão polêmica, marcada por um grande enfrentamento contra a Liberty Media sobre questões desportivas e comerciais da Fórmula 1, e também com os próprios pilotos da categoria, limitando o que eles podem ou não fazer em um fim de semana de corrida, três nomes surgiram nos últimos meses como potenciais rivais de Sulayem no pleito de dezembro.
A candidatura de oposição mais forte é a do americano Tim Mayer, ex-chefe de comissários da F1, que foi demitido pelo próprio Sulayem no ano passado. Mais recentemente, surgiram também as campanhas de Laura Villars e Virginie Philipott. Porém, há uma grande chance de que nenhuma das três chapas seja homologada no prazo determinado pela FIA.
Todos os candidatos precisam homologar sua candidatura perante à FIA, que precisa ratificar os pedidos até o 24 deste mês. Mas uma mudança introduzida recentemente, após uma forte campanha de Sulayem, deve bloquear qualquer oposição ao emiradense.
Segundo as normas eleitorais atuais, o candidato à presidência precisa entregar um documento com dez nomes para além do seu próprio, que ocuparão os principais cargos de sua gestão. São eles: o Presidente do Senado, o Vice-Presidente para Mobilidade Automotiva, o Vice-Presidente Desportivo e os sete Vice-Presidentes regionais (América do Norte, América do Sul, Ásia-Pacífico, África, Oriente Médio e Norte da África e dois para a Europa).
O problema está nos sete vices regionais. O candidato à presidência não tem uma liberdade para escolher quem ele quiser como representante das regiões: ele precisa escolher os nomes a partir de uma lista aprovada pela FIA, como pessoas com qualificação para compor o Conselho Mundial do Esporte a Motor.
A FIA publicou recentemente a lista dos indivíduos aptos a compor as chapas presidenciais com 29 nomes e, da América do Sul, há apenas uma pessoa aprovada: Fabiana Ecclestone. A esposa do ex-chefão da F1, Bernie Ecclestone, é a atual Vice-Presidente para a América do Sul e é uma forte apoiadora da gestão de Sulayem.

Bernie Ecclestone, Chairman Emiritus of Formula 1 and his wife Fabiana
Foto de: Jerry Andre / Motorsport Images
Para além das questões políticas, o regulamento eleitoral impede que uma mesma pessoa seja nomeada em mais de uma chapa o que, no caso da América do Sul, inviabilizaria qualquer possibilidade de um pleito com mais de um candidato.
Em setembro, Sulayem revelou sua lista de sete vice regionais, mantendo Fabiana para a América do Sul, tendo ainda Anna Nordkvist e Manuel Avino Roger para a Europa, Lung-Nien Lee da Ásia-Pacífico, Rodrigo Ferreira Rocha para a África, Shaikh Abdulla bin Isa Al Khalifa do Oriente Médio e Norte da África e Daniel Coen para a América do Norte.
A novidade é mais uma na lista de polêmicas que Sulayem vem somando ao longo de sua primeira gestão à frente da FIA. Em junho, nomes importantes do esporte a motor vieram à público criticar o emiradense por atitudes centralizadoras de poder.
À época presidente da Motorsport UK (Confederação Britânica de Automobilismo), David Richards, disse que tem "preocupações sobre a erosão da responsabilidade e da boa governança dentro da FIA", que tem visto uma alta rotatividade de funcionários nos últimos três anos.
Richards foi impedido de participar de uma reunião do Conselho Mundial do Esporte a Motor depois de se recusar a assinar um acordo de confidencialidade reforçado.
Robert Reid, ex-vice-presidente esportivo de Ben Sulayem, renunciou ao cargo em abril devido ao seu desconforto com "decisões críticas tomadas sem o devido processo", bem como com um "colapso fundamental nos padrões de governança" sob o comando de Ben Sulayem, cuja mais recente iniciativa de mudar os estatutos da FIA é vista como uma consolidação de poder por seus críticos.
A eleição da FIA está marcada para 12 de dezembro, na Assembléia Geral da Federação, que será realizada em Tashkent, no Uzbequistão
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