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Fórmula 1 GP da Austrália

Pirelli terá que reciclar 1800 pneus após cancelamento do GP da Austrália

Marca italiana recicla pneus em fábrica parceira que reutiliza os compostos em processo não poluente

Pirelli personnel wheel tyres through the paddock

A Pirelli foi forçada a sucatear 1800 de seus pneus de Fórmula 1 após o cancelamento do GP da Austrália. Os compostos terão uma segunda vida como combustível para uma fábrica de cimento de Oxfordshire.

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Com a atual geração de pneus, a Pirelli sempre precisa reaproveitar os compostos que foram montados, mas não utilizados, devido a possíveis danos ao serem retirados dos aros.

Nas corridas descontroladas, não há escolha a não ser desmontá-las, pois o transporte de pneus por via aérea é de responsabilidade das equipes. Na Europa, pneus montados que não foram utilizados podem ser transportados por estrada ainda em seus aros e depois reutilizados na próxima corrida.

A Pirelli está acostumada a reciclar pneus não utilizados no final de um fim de semana - muitas vezes tendo que jogar fora 560 compostos para chuva, quando não há problemas climáticos - mas a situação na Austrália foi algo sem precedentes em termos de desperdício.

Conjuntos completos de 1800 pneus desmontados já chegaram por via marítima no Bahrein e no Vietnã. Após o adiamento das duas etapas, esses compostos serão mantidos nos locais, caso as corridas sejam remarcadas e, se os eventos não ocorrerem, poderão ser enviados para outro evento ao final de temporada, onde os mesmos compostos são usados.

"Terminamos de montar os pneus na quinta-feira à tarde e tivemos que desmontar tudo", disse Mario Isola, chefe do automobilismo da Pirelli, ao Motorsport.com em Melbourne.

"No futuro, e considerando que teremos um único fornecedor e design padrão para as rodas, tentaremos trabalhar juntos para encontrar uma maneira de ajustar e remover os pneus e reutilizá-los. Mas precisamos garantir que não correremos nenhum risco".

Os pneus não utilizados são enviados por cargueiros marítimos para o Reino Unido, onde são reutilizados como combustível.

"Nós esmagamos os pneus para transportá-los em menos contêineres e os enviamos de volta ao Reino Unido, onde os reciclamos em uma fábrica de cimento perto de Didcot. Nós os queimamos a alta temperatura e criamos energia, mas não poluição".

"Estamos investigando diferentes maneiras possíveis de reciclar pneus de F1, mas no momento é assim que os reciclamos depois de toda a nossa análise".

GALERIA: Relembre provas adiadas ou canceladas da Fórmula 1

1952 - No ano do primeiro título de Ascari, o primeiro cancelamento
O primeiro cancelamento de um GP no mundial de Fórmula 1 aconteceu no seu terceiro ano, em 1952. O GP da Espanha deveria ser a nona e última etapa do campeonato, no circuito de Pedralbes, mas acabou cancelado por questões financeiras. A situação se repetiu novamente em 1953, até que a etapa conseguiu integrar o calendário em 1954
1955 - Os impactos do acidente nas 24 Horas de Le Mans
Em 1955, um desastre marcou a história do automobilismo mundial. Nas 24 Horas de Le Mans, uma batida envolvendo o piloto da Mercedes Pierre Levegh matou 83 espectadores e feriu outros 180. A repercussão do acidente foi tamanha que afetou o calendário da F1, com as etapas da França, Alemanha, Suíça e Espanha canceladas. Na Suíça, as consequências foram ainda maiores, com o esporte a motor sendo banido do país pelas autoridades, algo que foi revertido apenas em 2018, com uma etapa da Fórmula E em Zurique
1956 e 1957 - As Consequências da Guerra de Suez
Em 1956, o mundo acompanhou o conflito armado que ficou conhecido como "Guerra de Suez", entre Israel e Egito. Com isso, o preço dos combustíveis subiu muito e as etapas da Espanha e da Holanda se tornaram inviáveis para as equipes, sendo canceladas. No ano seguinte, o conflito continuou afetando o calendário da Fórmula 1 e outras três provas tiveram que ser canceladas: além da Espanha e Holanda novamente, a etapa da Bélgica precisou ser removida da temporada pelo mesmo problema
1960 - Pela segurança dos pilotos
Naquele ano, a etapa da Alemanha seria realizada no Circuito de rua AVUS, em Berlim. Mas devido às reclamações dos pilotos sobre os perigos da pista, especialmente as curvas, que chegavam a ter uma inclinação de 40 graus, a prova foi cancelada.
1969 - Cancelamento por boicote
Em 1969, o GP da Bélgica foi cancelado devido ao boicote de parte dos pilotos, que exigiam mudanças para deixar a pista mais segura. O boicote veio após uma inspeção do circuito por Jackie Stewart, que, naquela época, era o piloto mais envolvido do grid no debate sobre segurança. Como os donos do circuito de Spa não cederam aos pedidos dos pilotos, a prova acabou cancelada. A etapa belga passou pela mesma situação dois anos depois, em 1971, e, depois disso, ficou de fora do calendário da Fórmula 1 até 1983, quando a pista foi reformada e encurtada.
1972 - Cancelamentos na América do Norte
Em 1972, a F1 já tentava realizar duas etapas nos Estados Unidos, assim como a Liberty tenta atualmente. Mas o projeto do GP do Oeste dos Estados Unidos, na Califórnia, não foi concretizado. Outro GP cancelado naquele ano foi o do México. Após a morte de Pedro Rodríguez, piloto que era ídolo nacional, no ano anterior, o interesse dos mexicanos pela prova caiu consideravelmente e a etapa foi cancelada.
1981 - Efeitos da Guerra FISA-FOCA
No final dos anos 70 e início dos anos 80, a Fórmula 1 se viu dividida em uma disputa entre a Federação Internacional do Esporte Automobilístico (FISA) e a Associação de Construtores da Fórmula 1 (FOCA), que levou a uma situação curiosa. No GP da África do Sul de 1981, vários pilotos boicotaram a prova devido ao embate entre as instituições. O medo de que isso se repetisse na Argentina afugentou os patrocinadores, levando ao cancelamento da prova.
1983 - No ano do bi de Piquet, uma tentativa de realizar um GP em Nova York
Na temporada de 1983, a Fórmula 1 tentou organizar uma etapa em Nova York, em um circuito de rua que seria montado no bairro do Queens, mas o projeto não conseguiu ser concretizado pela categoria, nem nos dois anos seguintes. Se tivesse sido realizada, a prova em Nova York seria a terceira em território americano no mesmo ano, junto com Long Beach e Detroit
1985 - Adiamento na Bélgica
Na temporada de 1985, o GP da Bélgica seria realizado originalmente em 02 de junho, mas após problemas com o novo asfalto do circuito, a prova precisou ser adiada, acontecendo três meses mais tarde, em 15 de setembro.
1987 - Canadá cancelado por ter muitos patrocinadores em potencial
Uma das histórias mais curiosas de cancelamentos de etapas da Fórmula 1 vem do GP do Canadá de 1987. Naquele ano, a etapa foi cancelada porque os organizadores não conseguiram resolver um problema inusitado: duas cervejarias locais, Labatt e Molson, queriam ser as patrocinadoras master do evento, mas não foi possível chegar a um acordo e a prova foi cancelada.
1995 - Efeitos do terremoto na cidade de Kobe
A etapa do Pacífico, que seria realizada no circuito de Okayama, em 16 de abril, precisou ser remarcada após o terremoto próximo à cidade de Kobe em janeiro, matando mais de 6 mil pessoas. A prova foi transferida para 22 de outubro
2003 - Cancelamento devido à guerra contra o tabagismo
O GP da Bélgica de 2003 foi cancelado devido à nova lei aprovada no país contra o tabagismo. Como muitas equipes do grid tinham patrocínio de marcas de cigarros, a etapa acabou sendo retirada do calendário. A situação foi resolvida e a F1 voltou a correr em Spa já no ano seguinte
2011 - O cancelamento mais recente
Em 2011, o GP do Bahrein estava marcado para ser a prova inaugural do campeonato, mas a etapa foi inicialmente adiada devido a protestos contra o governo do país. Foi sugerido uma mudança no calendário, para a corrida do Bahrein ser realizada em 30 de outubro com o GP da Índia fechando o ano em dezembro, mas as equipes recusaram e a prova no país do oriente médio acabou cancelada naquele ano
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Adam Cooper
Fórmula 1
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