Renault não está satisfeita com resposta da FIA sobre acordo secreto com Ferrari
Enquanto a FIA lançou deu início a uma novela com futuro incerto, Cyril Abiteboul falou sobre, reafirmando a posição das equipes que protestaram após o anúncio do acordo com Ferrari
Sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020. Pouco antes do final do último dia dos testes de pré-temporada da Fórmula 1, a FIA publicou um breve comunicado de imprensa que anunciava que, após uma investigação na unidade de potência de 2019 da Ferrari, um acordo confidencial havia sido concluído com a Scuderia.
A equipe, ao mesmo tempo, comprometia-se a oferecer sua ajuda para melhorar o regulamento e o controle do motor, enquanto participa de uma série de ações para o futuro, particularmente em questões ambientais.
Os resultados da investigação não foram repassados às sete equipes que não usam motores Ferrari (excluem-se a própria, além de Haas e Alfa Romeo), que lançaram uma ofensiva exigindo a transparência da Federação. A Federação respondeu, afirmando que o sigilo é algo previsto em seu Regulamento Disciplinar e Jurídico, sendo a maneira escolhida para resolver a questão por causa da "impossibilidade material" de provar uma quebra de regulamento, apesar da desconfiança.
Foi depois dessa resposta da Federação que Cyril Abiteboul, chefe da equipe Renault, falou à revista francesa Autocar. Para o francês, o objetivo das sete equipes continua sendo a transparência e, nesse ponto, a resposta FIA não satisfez.
"Não queremos que isso vire uma questão legal. O que gostaríamos é que a FIA e a F1, pela reputação do campeonato, entendam que eles precisam dar satisfações sobre essa história para que possamos deixar para trás", disse Cyril.
"Fizemos uma declaração e a FIA respondeu, confirmando que o fato não estava claro, porque, caso contrário, não teria dado por encerrado. Qual o próximo passo? Discutir com as equipes".
"O acesso às regras deve ser o mesmo para todos"
O francês não desiste, apesar da vontade da FIA de tentar encerrar o caso. "Está claro que esse comunicado surpreendeu a todos, e o que é importante para nós é tentar entender o processo de tomada de decisão. Além disso, reclamamos do acordo não para alterá-lo, mas para entendê-lo".
"Além disso, como se refere a algumas medidas adicionais que serão tomadas para manter a execução do regulamento, gostaríamos de garantir o cumprimento. As regras e o acesso a elas devem ser a mesmas para todos os participantes".
É difícil não ler nestas últimas frases uma certa referência ao Regulamento Disciplinar e Jurídico, que diz, com relação aos termos de transação, que existe a obrigação de confidencialidade "em relação às pessoas físicas ou jurídicas não interessadas na investigação".
As equipes rivais da Ferrari que levantaram a questão da legalidade ao longo de 2019 e que terão que respeitar as medidas que podem ter sido tomadas após esse acordo secreto podem ser consideradas "não interessadas na investigação"? Sem dúvidas, essa é uma das chaves do caso.
De qualquer forma, desde essas declarações, o Conselho Mundial do Esporte a Motor declarou na última sexta apoio às decisões tomadas pelo órgão e "se opôs firmemente a qualquer comentário que prejudicasse a reputação e a imagem da FIA e o Campeonato Mundial de Fórmula 1". De qualquer jeito, a série parece longe de terminar.
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