Max em Nurburgring valoriza pilotos do virtual para real

A estreia de Max Verstappen, tetracampeão de Fórmula 1, de GT3 em Nürburgring mais uma vez levantou a questão de se os pilotos de elite de simuladores podem passar com sucesso para o automobilismo do mundo real. Sabemos que o tetracampeão é um forte defensor dessa transição, mas a recente corrida no 'Inferno Verde' confirmou que as corridas virtuais podem, de fato, ser uma forma completa de conquistar um lugar nas corridas 'reais'.

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O holandês fez uma parceria com o britânico Chris Lulham e a dupla venceu uma corrida do NLS9, campeonato de endurance de Nurburgring, na Ferrari 296 GT3 #31 da Emil Frey Racing. Depois que Verstappen assumiu a liderança na curva 1, após uma excelente largada, ele e o companheiro de equipe criaram e mantiveram uma vantagem substancial sobre o pelotão. A dupla venceu por 24s496, marcando a primeira vitória da Ferrari na categoria desde 2017.

O segundo lugar ficou com o Ford Mustang GT3 #9 da Haupt Racing Team, pilotado pelo trio Fabian Scherer, Dennis Fetzer e Jann Mardenborough, sendo o último vencedor da Gran Turismo Academy, prova de que uma carreira iniciada por corridas de simuladores pode certamente ser um sucesso, mas Lulham também contribui para isso.

O britânico é membro da equipe de corrida virtual de Verstappen, a Team Redline, há muito tempo, depois de ter sido escolhido a dedo pelo piloto de Fórmula 1. Ele obteve vitórias importantes, incluindo as 24 Horas de Nürburgring do iRacing e as 24 Horas de Le Mans Virtual. Agora, com o Verstappen.com, ele está entrando no mundo da competição GT3 após um 2024 bem-sucedido.

O YouTuber e criador de conteúdo de Nürburgring, Misha Charoudin, argumentou que esse resultado recente aponta para o fato de que as corridas virtuais estão se tornando um importante trampolim para o automobilismo e devem acabar com qualquer estigma persistente de que os pilotos virtuais "são apenas jogadores".

"Antes de mais nada, P1 e P2 - algo muito impressionante. Na verdade, o P2 foi pilotado por outra pessoa muito interessante, se é que posso dizer isso. Jann Mardenborough, que você deve conhecer como o herói da franquia Gran Turismo, que venceu a Gran Turismo Academy, tornou-se piloto de carros de corrida e, desde então, tem muitas realizações grandiosas e inspiradoras como piloto no 'mundo real'".

"Mas o que eu quero dizer é que isso é extremamente interessante", continuou ele. "Temos Jann na P2, que conseguiu reduzir a diferença em relação ao carro de corrida da Verstappen.com de 1min10s para apenas 24s, juntamente, é claro, com seus companheiros de equipe, o tráfego e etc".

"Temos Chris Lulham, que começou, é claro que ele tinha alguma experiência em karting, mas se profissionalizou no iRacing como piloto de simulação em 2019 até agora. E ele era tão bom que Max Verstappen o escolheu, entre outros pilotos, para participar de sua equipe de corrida, Verstappen.com, onde ele quer dar oportunidades aos pilotos que vêm das corridas de simuladores e colocá-los no lugar de pilotos de carros de corrida reais", disse. "No momento, Chris Lulham é extremamente bem-sucedido na Fanatec World GT Esports Sprint Series. Ele também teve muitos outros sucessos".

"Mas temos Jann, temos Chris, temos Max Verstappen, que também é um piloto de simulador de grande sucesso. Temos Jimmy Broadbent e Steve Alvarez Brown, meus companheiros de equipe. Temos Tim Heinemann, que é extremamente bem-sucedido agora, vindo da KW para a Falken Race Team - é claro que os pilotos de simulação de grande sucesso estão se tornando pilotos dominantes na vida real".

O especialista em Nürburgring acredita que as corridas virtuais podem se tornar uma etapa necessária na carreira de um piloto: "O resultado do último fim de semana e todas as outras conquistas de outros pilotos que mencionei já devem acabar com o estigma de que 'ah, os pilotos de simuladores são apenas jogadores'".

#31 Emil Fray Racing Ferrari 296 GT3: Max Verstappen, Christopher Lulham

Ferrari 296 GT3 #31 da Emil Fray Racing: Max Verstappen, Christopher Lulham

Foto de: Jan Brucke/VLN

"Acredito que, na verdade, daqui a 10 anos, será obrigatório ser um piloto de simulador antes de ser considerado um piloto de corrida profissional. Eu diria que pelas equipes, para que você possa começar a competir em corridas da vida real e as pessoas não olhem para isso, 'oh, corrida de simulador é apenas um jogo', porque vamos encarar: a realidade é que você só precisa de um hardware de simulador - conta de eletricidade, é claro - e pode pilotar o quanto quiser".

"Se você bater, basta apertar o botão de reiniciar e começar de novo. O motivo pelo qual é tão difícil se tornar um piloto profissional de carros de corrida e chegar à Fórmula 1 são os custos de funcionamento e de viagem. Se você for para o campeonato de kart, acredito que os primeiros anos de corrida já custam um quarto de milhão de euros para o campeonato mundial", apontou.

"Você pode estar gastando até um milhão de euros por ano porque tem o custo da equipe, da viagem, de funcionamento da compra de um kart, pneus, freios, combustível, etc. E no caso de um simulador, novamente, apenas a eletricidade e o preço de compra do simulador", concluiu.

O resultado dessa corrida recente é mais uma prova de que o futuro das corridas de simuladores é brilhante. Se essa tendência continuar, o que provavelmente acontecerá, a previsão de Charoudin pode não ser tão exagerada.