Wilsinho revela ao TotalRace se arrepender de não ter ido para a Indy
Brasileiro recebeu proposta "irrecusável" no início da década de 70, mas preferiu ficar na F-1: "Infelizmente foi essa a decisão"
Se a resposta de Wilson Fittipaldi Jr. àquele "figurão" estadunidense no início da década de 70 fosse um sim, a história do automobilismo brasileiro poderia ser muito diferente. Em entrevista exclusiva ao TotalRace, o irmão de Emerson Fittipaldi e fundador da equipe Fittipaldi Automotive comentou que recebeu uma proposta irrecusável financeiramente para ir para a Fórmula Indy, naquela época ainda a USAC, e largar a Fórmula 1.
Quando era piloto da Brabham no começo da década de 70, Wilson recebeu uma visita de um promotor da categoria. Após muito pensar, sua resposta foi a que todos sabem: não. "Estava na Fórmula 1 e veio um organizador americano me fazer uma proposta muito boa, espetacularmente e financeiramente boa para eu ir à Indy. Não me lembro do nome dele, mas chegou de calça jeans, cinto largo, camisa diferente, lá dentro do box da Brabham. Ele disse: 'Nós escolhemos cinco pilotos da Fórmula 1 para levar para lá, e um deles é você'. Falei: 'Me dá uns dois dias para pensar'. Mas como a cabeça estava focada em Fórmula 1, Fórmula 1, Fórmula 1, era complicado. Ele voltou no domingo, mas minha decisão foi de continuar na categoria. Até tive uma conversa longa de alguns dias com a minha esposa e aí eu tomei a decisão que eu não sairia da F-1 para ir para a Indy", contou Wilsinho.
Mas vendo o caminho que as coisas tomaram e onde poderia estar nos Estados Unidos, Wilsinho se disse arrependido de não ter aceitado o convite. "Hoje eu me arrependo. Deveria ter ido para a Indy, iria fazer a temporada inteira. Eu seria o primeiro brasileiro a andar nos Estados Unidos. Pensava tanto na Fórmula 1 que ela me cegou, não conseguia ver o que era melhor para mim. Mas é fácil tentar mudar a história depois que ela acontece. Difícil é prever que as coisas aconteçam, e infelizmente foi essa a decisão", revelou Wilsinho.
Na Fórmula 1 como piloto, fez 38 GPs, 35 largadas e marcou somente 3 pontos na carreira, que iniciou-se no GP da Espanha de 1972 e encerrou-se no dos Estados Unidos em 1975. Nesse meio tempo, foi piloto da Brabham e projetista/piloto do primeiro ano da Copersucar Fittipaldi, a única equipe brasileira na categoria. "Trocaria os meus anos que corri na Fórmula 1 por essa oportunidade de ter andado na Fórmula Indy", finalizou.
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