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Com KTM, Moto2 pode virar “Davi x Golias”, alerta chefe

Dono na Tech 3 diz que alto investimento da KTM pode fazer campeonato perder competitividade

Miguel Oliveira, Red Bull KTM Ajo

Com a entrada da KTM neste ano como fabricante de chassis na Moto2 ao lado da equipe Ajo Motorsport, a categoria intermediária do Mundial de Motovelocidade pode vir a ter uma hegemonia técnica em um futuro próximo. Pelo menos é isso o que teme Herve Poncharal, dono da Tech 3.

O time austríaco venceu as últimas três provas da temporada de 2017 e mostrou ritmo superior a todos os times que utilizavam outros chassis, como o Kalex – que dominou as últimas temporadas.

Poncharal, que fabrica chassis próprios para sua participação na Moto2 desde que o campeonato substituiu a 250cc em 2010, disse que a força crescente da KTM pode ser danosa à categoria.

"O fato de você ter uma fábrica real envolvida vai ser sempre como Davi contra Golias. Em algumas histórias agradáveis, Davi está ganhando. Mas na vida real isso não dura muito", disse Poncharal.

"O meu sentimento é que a Moto2 vai mudar".

Poncharal acrescentou que está considerando acabar com o envolvimento da fábrica da Tech 3 no campeonato e usar outro chassi após 2018.

"Eu vou fazer no próximo ano o mesmo projeto na Moto2, mas vou ter que analisar o futuro", disse Poncharal.

"Precisamos decidir se vale a pena. Queremos continuar o nosso projeto. Mesmo que seja competitivo, podemos não ter a possibilidade de ter os pilotos certos.”

"Ou isso, ou voltamos para quando estávamos nas 250cc como time de fábrica da Yamaha com Olivier Jacque (ano em que o time foi campeão). Isso é algo que eu preciso decidir."

Marc VDS: Kalex tem que "mudar de estratégia" contra KTM

Michael Bartholemy, chefe da equipe Marc VDS – campeã em 2017 – disse que uma mudança de estratégia será necessária por parte da fábrica alemã Kalex no próximo ano para enfrentar a KTM.

"A KTM vem muito forte na Moto2, é a primeira vez que estamos lutando contra um fabricante com uma pequena empresa como a Kalex", disse ele.

"Para mim, quando entrei na Moto2, sempre houve essa coisa de que não tínhamos o dinheiro das fábricas e o know-how para desenvolver a moto.”

"Neste momento vai ser assim, temos que trabalhar, e teremos um inverno muito atarefado. Temos que mudar nossa estratégia e espero que eu possa voltar a Valência em fevereiro com uma moto forte".

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