Entrevista

Com pouca experiência na pista, líder da Porsche revela evolução e ajuda de Átila Abreu

Léo Sanchez, empresário do ramo farmacêutico, tem menos de dois anos de experiência nas pistas, mas já garante bons resultados ao lado de um dos astros da Stock Car

Léo Sanchez, Átila Abreu comemoram vitória em Goiânia

Foto de: Luca Bassani

A Porsche Endurance Series tem um ‘novo’ líder na categoria 3.8. Após duas vitórias nas duas primeiras etapas de 2019, ao lado de Átila Abreu, experiente piloto da Stock Car, Léo Sanchez faz jus ao adjetivo “novo”, mesmo com 36 anos de idade. O piloto e megaempresário do ramo farmacêutico começou sua carreira nas pistas no ano passado, tendo como coach o piloto da Shell V-Power na maior categoria do automobilismo brasileiro.

Neste ano, os frutos começaram a surgir, com as duas vitórias – e a liderança – na Porsche, e a experiência na Stock Light.

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Em entrevista exclusiva ao Motorsport.com, o bem-humorado piloto pontuou as vantagens e desvantagens de ter iniciado tão tarde no automobilismo.

“Um ponto positivo de ter começado tarde, é que eu não tinha vícios, então eu consigo ter evolução. O pessoal brinca que eu sou muito disciplinado, eles falam e eu faço exatamente o que pedem. Se falarem para eu frear a 52 metros, eu freio no 52 e eles já entenderam isso.”

“Na Light é um carro mais selvagem, não aceitam desaforo como o da Porsche. Muito da evolução que estou tendo na Porsche, vem do trabalho de pilotar na Light também.”

“O carro da Porsche é mais legal de pilotar, em termos de potência. Gosto mais de lá porque tem um torque maior, mas um não compromete o outro.”

Ao contrário de nove entre 10 pilotos, Léo não começou no kart quando criança e tentou a vida profissional como pilotos, apesar da paixão pelo esporte ser motivada pelo ídolo da maioria dos atuais competidores.

“Como tenho mais de 30, vi o Ayrton Senna. Hoje em dia, a meninada não chegou a vê-lo, e eu tinha isso como uma paixão, mas confesso que achava um pouco impossível. Sou de São Bernardo do Campo, lá não tem kartódromo. Comecei a trabalhar com 16 anos de idade, as coisas foram acontecendo, sendo que nunca achei que iriam acontecer. No ano passado o universo conspirou a favor e eu acabei entrando nesse mundo do automobilismo e estou gostando bastante.”

Sanchez criou um dos maiores conglomerados econômicos do país, o Grupo NC, detentor da EMS Farmacêutica, Legrand e Under Skin. Responsável pelo setor de novos negócios do grupo, a palavra inovação é a que tem habitado sua cabeça na maior parte do tempo e mesmo em um ambiente novo, o dos boxes, o piloto traz consigo o jeito de se administrar situações das pistas para os escritórios e vice-versa.

 “Estou conseguindo fazer as coisas mais rápidas e melhores e até revendo os processos, porque aqui tem toda uma dinâmica que envolve a corrida. Na empresa, às vezes você traça um plano e você vai ver se deu certo, três, seis meses ou até um ano. Aqui não, é a cada etapa, com dois ou três dias de duração, e aquela estratégia que você tem com a equipe, com dois dias você já sabe se vai dar certo.”

Átila Abreu e Léo Sanchez em Portugal

Átila Abreu e Léo Sanchez em Portugal

Photo by: Telmo Gil

Léo não esconde sua predileção pela corridas de longa duração, já que são nelas que ele pode mostrar toda sua evolução. Além disso, o piloto/empresário elogia o papel de Átila Abreu.

“Tenho me identificado muito com as corridas de endurance, porque como comecei tarde, eu vou melhorando durante a corrida e meus tempos vão baixando, e era para ser o contrário. Nessas provas de maior duração, quando dá 50 minutos de corrida, uma hora, eu estou no nível do restante dos líderes. Há também a questão de estratégia de combustível, de carros, hora de parar, hora de sair, e isso é algo que quer investir bastante na minha carreira e o Átila tem me ajudado bastante.

“A Porsche é um carro muito diferente, em comparação à Light, mas acaba agregando. O Átila e eu estamos fazendo um trabalho legal, ele tem me passado muitas referências, principalmente nos pontos em que posso melhorar.”

Pai de três filhos, uma ‘escadinha’ de cinco, três e um ano de idade, Sanchez admitiu que fará de tudo para que não se repita com eles o que aconteceu com ele.

“Meu pai faleceu muito cedo, eu tinha nove anos de idade. E essa experiência tem sido muito boa com meus filhos, tem um que gosta, o do meio, ele se identifica. Assim que puder, já vou colocá-lo no kart.  Moramos em Campinas agora e lá tem vários kartódromos.”

 

 

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