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Bruno Baptista mostra diferenças de Corolla da Stock com carro de rua

Piloto será um dos oito competidores que estarão a bordo do Toyota Corolla, uma das grandes novidades do campeonato

Toyota Corolla de Stock - carroceria de aço, capô dianteiro e quatro portas laterais com abertura convencional, como o carro de série

Bruno Baptista, de 22 anos, é um dos oito pilotos que competirá a temporada 2020 da Stock Car com o Toyota Corolla.

O Toyota Corolla enfrentará nas pistas o seu arquirrival do mercado automotivo, o Chevrolet Cruze. Veículo mais comercializado do mundo no ano passado, o Toyota Corolla ficou em 14º lugar em vendas do nosso mercado, com 56.726 unidades. Mas foi novamente o primeiro do pódio entre os sedãs médios, superando, em muito, o Cruze, que foi o 44º colocado na classificação geral, com um total de 17.829 carros vendidos.

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Em termos de desempenho, nos modelos produzidos em série, o novo Corolla perde um pouco para o Cruze, quando comparados nas versões com motores Flex (gasolina e etanol). Equipado com motor 2 litros aspirado, de quatro cilindros, 177 cv de potência e 21.4 kgmf de torque, o carro japonês acelera de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos e não tem velocidade máxima divulgada pela fábrica. Já o Cruze, da GM, com o motor 1,4 litro turbo, de quatro cilindros, 53 cv de potência e 24,5 kgmf de torque, tem aceleração de 0 a 100 km/h em 9 segundos e 214 km/h de velocidade máxima declarada pelo fabricante.

Mas se o Toyota tem mais mercado e aceitação do público e perde em desempenho, na pista estes atributos não terão nada a ver, pois tanto o novo Stock com plataforma do Corolla e o com a carroceria do Cruze utilizarão exatamente o mesmo motor V8 6.8 movido a etanol, capaz de render 460 cv de potência e torque de 61,2 kgfm em utilização normal e até 550 cv e torque de 71,4 kgfm com o “push to pass” (botão de ultrapassagem acionado).

Assim, o desempenho de cada modelo, seja ele Corolla ou Cruze, dependerá muito mais do desenvolvimento das equipes e das atuações dos pilotos durante toda a temporada. Mesmo porque o Cruze utilizado no ano passado tinha uma carroceria de fibra de vidro (tipo bolha), separável em três partes, ao contrário do que ocorre agora com os dois novos modelos que são monoblocos e compostos por chapas de aço originais fornecidas pela Chevrolet e Toyota.

Entre as disputas de equipe, o Cruze larga com certa vantagem pois é o modelo que será utilizado pelo time campeão das três últimas temporadas, o Eurofarma RC, com o tricampeão Daniel Serra. E conta ainda com a participação também do bicampeão Ricardo Maurício, que foi o vencedor da última corrida do milhão.

Já o Corolla tem como um dos seus maiores trunfos o fato de ser o único que terá ex-pilotos de Fórmula 1 em seu comando, como Rubens Barrichello e Nelsinho Piquet, defendendo a equipe Full Time, e Ricardo Zonta, na RCM, que terá ainda Bruno Baptista, atualmente com 23 anos e vencedor de uma das provas no autódromo Velo Città, no interior de São Paulo.

Toyota Corolla de Stock - roda aro 18 com parafuso central de fixação

Toyota Corolla de Stock - roda aro 18 com parafuso central de fixação

Photo by: Divulgacao

Em Curitiba, Bruno pilotou pela primeira vez o novo Toyota Carolla com monobloco. Ele adianta que “o chassi do carro atual foi encurtado em 6 cm para encaixar a carroceria, o que reduziu a distância entre eixos de 2,80 m do Stock antigo para 2,74 m do meu Toyota”.

Isso ainda é mais do que os 2,70 metros encontrados no sedã de rua japonês, mas foi o suficiente para proporcionar mudanças no comprimento (-15 cm) e na altura (+1,5 cm) em relação aos Stock de 2019. Como a largura do modelo de competição é bem maior que a de um carro de rua, extensores de fibra de vidro foram aplicados nas portas e nos para-lamas do carro.

“O novo aerofólio traseiro ficou 10 cm mais estreito e, a partir deste campeonato, os carros terão de respeitar uma altura mínima do solo de 6 cm. Antes a medida era livre. Isso porque o assoalho também mudou. Saíram as chapas de fibra de carbono com elementos e extratores aerodinâmicos, entraram as de metal e madeira, totalmente planas”, revelou o piloto.

Equipado com câmbio de dupla embreagem, seis marchas sequenciais e automatizadas, com trocas feitas manualmente por meio de borboletas atrás do volante, o Toyota Corolla agradou o jovem piloto nos três treinos de 40 minutos que fez ao longo do dia na pista paranaense.

“Gostei do novo carro, mas como ficou propositadamente com menor carga aerodinâmica, em relação ao da temporada passada, a sua pilotagem ficou mais arisca. Ou seja, certamente vai dar mais trabalho para os pilotos e a própria equipe para se encontrar a melhor aerodinâmica possível entre as retas e curvas de qualquer circuito.”

Bruno Baptista em Curitiba

Bruno Baptista em Curitiba

Photo by: Divulgacao

Quanto ao interior, o Stock Toyota Corolla tem banco tipo concha do piloto e volante com aros laterais, ao estilo F1, com pequenos mostradores digitais que exibem números como marcha engatada, tempo de volta e quantidade de botões de ultrapassagem disponíveis. Destaque ainda para os painéis de fibra de carbono e policarbonato no lugar do vidro nas janelas laterais e traseira do carro normal.

Em relação ao desempenho final, Bruno gostou do comportamento do novo motor, mas comentou que “com o maior peso da carroceria atual, o tempo de volta deve piorar um pouco. Mas isso, por outro lado, é bom para equilibrar ainda mais o desempenho entre todos os carros. Se a Stock já era boa antes, imagine como não vai ficar agora com os carros andando ainda mais próximos. Adianto para os fãs da categoria que vão vibrar muito na frente da TV em casa”.

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