Stock Car: Átila Abreu conta bastidores da contratação de Barrichello pela Bandeiras
Piloto e proprietário da equipe também avalia primeiro ano como comandante da escuderia que estreou em 2025
Rubens Barrichello, Átila Abreu e Christian Fittipaldi
Uma das histórias mais impactantes de 2025 na Stock Car foi o anúncio de Rubens Barrichello na Scuderia Bandeiras para a próxima temporada, interrompendo uma sequência de 13 temporadas completas na Full Time.
Átila Abreu, piloto e proprietário da Bandeiras, falou com exclusividade ao Motorsport.com e deu detalhes de como tudo começou até a assinatura do contrato do veterano de 53 anos de idade.
“Acho que a vinda do Rubinho, para nós, no nosso segundo ano de existência, diz muito sobre a equipe, pela confiança que ele nos depositou”, disse Átila. “Ele é provavelmente o piloto mais experiente do nosso automobilismo, um cara que viveu tantos anos na F1, que tem tanto conhecimento, na Stock Car também, com números excepcionais, dois títulos, confiar no nosso trabalho, uma equipe que existe há só um ano, tem um peso muito grande".
"Mas a ideia surgiu num bate-papo, 'vamos ver os outros pilotos e aí a gente, avaliando os nomes cogitados', e eu tinha um patrocinador que também queria aumentar sua exposição. Então, eu tinha o orçamento do outro carro, e quando levamos o nome de alguns pilotos, o do Rubinho surgiu e o pessoal gostou bastante, colaborou financeiramente para que o projeto fosse viável".
"Depois fomos conversar com o Rubinho para saber se ele estava disponível, e ele foi super receptivo. E vou te falar que do dia que a gente abordou para o dia que a gente assinou foram 12 dias. Foi uma negociação bem rápida, eu acho que foi muito franco de ambas as partes, o que tinha na mesa, quais os lados que interessariam para cada um, então foi muito fácil de abordar, negociar e fechar"'.
"A parte mais difícil talvez tenha sido guardar o segredo, porque o contrato já estava assinado cerca de uma semana antes, e a gente sabe que no nosso meio os rumores correm rápido, e mesmo assim conseguimos segurar até o momento do anúncio, então foi superlegal".
Após completar uma temporada inteira, Átila fez um balanço sobre esta experiência, tendo que compartilhar não só a mentalidade de piloto/dono de equipe, mas com sentimentos que poderiam ser dissonantes.
"Quando eu tomei a decisão aqui, na última etapa, as pessoas já sabiam que eu iria montar a equipe. Para mim tinha um frio na barriga de falar, 'estou fazendo a coisa certa ou não?', 'qual é o tamanho desse passo que estou dando?', os prós e contras, apesar de eu já ter avaliado, a gente sabe que na prática, vão surgir desafios que nem sempre a gente previu".
"E hoje eu posso te falar que o Átila de hoje tem certeza que tomou a melhor decisão da carreira dele, da minha vida dentro do automobilismo, acho que ter montado a escuderia realmente foi um divisor de águas para mim, montaria de novo de olho fechado, então foi super legal. As coisas que têm acontecido para a Scuderia Bandeiras são muito legais".
"Para o Átila piloto também me trouxe uma outra visão, os meus resultados de pista melhoraram, a gente voltou a ser competitivo, todas as coisas que eu procurava. Eu tive que aprender muito a lidar com situações que eu jamais imaginaria que passaria, a corrida do Velocitta que eu estava ganhando, e aí quebra meu carro, e ganha o Nelsinho".
"Ali foi uma corrida assim que para mim, como piloto, eu estava muito bravo, e ter que virar aquela chave e comemorar que era a primeira vitória da equipe, aquele final de semana a gente venceu as duas, com o Enzo e o Nelsinho, foi um aprendizado e um desapego de sentimentos que às vezes um piloto tem, muito difícil. Então, foi super legal, eu acho que eu como profissional, como ser humano, evoluí muito nesse ano de entendimento das coisas".
Com tantos investimentos e um crescimento grande no decorrer da primeira temporada, dá para imaginar a Bandeiras como campeão em quanto tempo?
"É difícil falar porque quando você olha para números, resultados, hoje um dos melhores pilotos da Stock Car é o Thiago Camilo, se você pegar por números, vitórias, tudo. O piloto em atividade que tem mais vitórias é um piloto que não tem título, então se você falar é justo? Não é. Pelos números, o Thiago, eu, estamos entre os 10 maiores vencedores de corrida, não temos título, então são situações que nem sempre condizem, mas é o nível da Stock Car, você está lidando com os melhores pilotos do Brasil, as melhores equipes, então acho que para ser campeão é uma somatória de fatos, mas eu acho que a gente tem condições plenas de ser campeão em 2026".
"Se você pegar a mão de obra que a gente tem, os mecânicos, os engenheiros, são todas pessoas muito experientes que já venceram corridas, títulos em outras equipes, você pega o Rubinho, duas vezes campeão da Stock Car, o Nelsinho este ano está em terceiro, eu tenho uma baita experiência, estamos para definir o quarto piloto e divulgar em breve, então assim, a gente acha que teríamos duas capacidades, se a gente vai ser campeão ou não, não depende só de nós".
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