Mundial de Rali: problema elétrico impõe dificuldade a brasileiros que tentam o título
Varela e Gugelmin consertaram o carro com prova em andamento e forçaram o ritmo para recuperar terreno

Uma peça de apenas R$ 50 exigiu da dupla brasileira Reinaldo Varela/Gustavo Gugelmin mais do que habilidade ao volante e astúcia nas dunas do deserto do Saara durante o primeiro dia da 20ª edição do Rally do Marrocos, válido pela última etapa do Campeonato Mundial da modalidade Cross-Country da categoria.
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Logo no início da prova, o plug de conexão da ventoinha do carro da dupla, que briga pelo título mundial, se soltou e forçou piloto e navegador a improvisar um conserto com a corrida em andamento.
Vencedores das etapas do Qatar e Casaquistão, além de terem obtido o segundo lugar nos Emirados Árabes, Varela e Gugelmin lutam por dois pontos para garantir o campeonato de 2019. Eles terminaram o primeiro dos cinco dias de corrida na oitava colocação. Seus mais diretos concorrentes, os russos Fedor Vorobyev/Kirill Shubin, ficaram na sétima posição.
Problema inesperado
O sistema de refrigeração do motor é alterado pelas equipes para obedecer ao regulamento FIA, que, como na F-1, determina as regras técnicas da competição.
“Foi um susto, claro, mas a gente tem que manter a cabeça no lugar. Neste tipo de rali é muito comum acontecerem coisas inesperadas – e aí está a graça, você nunca sabe como será o próximo dia. Ou o próximo quilômetro”, diz o piloto da equipe Monster Energy/Can-Am.
“Uma peça baratinha dessas pode colocar tudo a perder em um campeonato mundial. Felizmente nós identificamos rápido o problema, que aconteceu duas vezes. Primeiro, 30 segundos antes da largada. Depois, no primeiro quilômetro de prova. O carro superaqueceu. Nós paramos e fizemos uma ligação direta, sem plugue. Depois disso, como esperávamos, o carro foi perfeito até o final”, conclui Varela.

Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin, Can-Am Maverick X3 - FIA World Cup for Cross-Country Rallies 2019
Photo by: Marian Chytka
Desafio comum
A maior dificuldade para todos os competidores do Mundial no primeiro dia no Marrocos foi a grande quantidade de pedras, presentes especialmente em 100 dos 300 quilômetros de especiais (trajeto cronometrado em alta velocidade).
“Isso provocou muitas quebras e pneus furados. Sem contar os vários abismos que ladeavam a trilha. Pelo menos um carro caiu em um deles, mas felizmente sem feridos graves. Andamos rápido e o nosso Can-Am Maverick foi sensacional, e nos ajudou a recuperar terreno. O importante é que o nosso carro está muito bom e confiável. Amanhã vamos fazer outra prova de recuperação. Mas sempre com foco na briga pelo título”, diz Gustavo Gugelmin.
“Nossos principais rivais também tiveram problemas e ficaram em sétimo. Então, estamos tranquilos, pois mantivemos nossas chances”, observa o navegador da equipe Monster Energy/Can-Am.
O segundo dia de competição do Rally do Marrocos contará com 295 quilômetros de especiais e 200 de deslocamentos. Confira a classificação deste sábado no deserto do Saara:
1) Aron Domzala/ Maciej Marton (Polônia), Can-Am Maverick X3
2) Kees Koolen/Monica Plaza (Holanda/Espanha), Can-Am Maverick X3 RXS
3) Gerrard Farres Guell/Armand Monleon (Espanha), Can-Am Maverick
4) Aleksei Shmotec/Andrei Rudnitsk (Rússia/Bielorussia), Snag Proto
5) Hernan Garces/Juan Pablo Latrach (Chile), Can-Am Maverick X3
6) Aleksandr Dorosinskiy/Oleg Uperenko (Rússia/Lituânia), Can-Am Maverick X3
7) Fedor Vorobyev/Kirill Shubin (Rússia), Can-Am Maverick X3
8) Reinaldo Varela/Gustavo Gugelmin, Can-Am Maverick X3
9) Sergei Kariakin/Anton Vlasiuk (Rússia), Snag Proto
10) José Luís Pena Campo/Tafael Tornabell Cordoba (Espanha), Polaris RZR 1000 Turbo
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