35 anos: relembre 1º carro da F1 feito de fibra de carbono
Após mudanças na área técnica, McLaren decidiu investir em projeto revolucionário que ganhou sua primeira corrida em Silverstone em 1981
![John Watson](https://cdn-6.motorsport.com/static/img/amp/700000/790000/796000/796100/796170/s6_1773600/f1-british-gp-1982-john-watson.jpg)
Uma vitória histórica completará 35 anos neste final de semana em Silverstone. Além de ter marcado o primeiro triunfo da McLaren sob o comando de Ron Dennis, o GP da Grã-Bretanha de 1981 registrou também o início de uma era que perdura até os dias de hoje.
Tudo começou quando, devido a pressões da Philip Morris (dona da marca Marlboro) pela falta de bons resultados nos anos anteriores, a McLaren se viu obrigada a se juntar a uma equipe de mesmo patrocínio da Fórmula 2 - a Project 4, capitaneada por Ron Dennis.
O primeiro carro da parceria seria batizado de MP4 (na sigla, McLaren Project 4). Atualmente o modelo é chamado de MP4/1. Este projeto mudaria para sempre as concepções dos carros de Fórmula 1 por conta de sua composição. Foi o primeiro carro da história da categoria a ter o chassi feito totalmente em fibra de carbono. À época, os carros eram feitos a partir de placas de alumínio, mais pesadas e mais fracas que a fibra.
O responsável pela idealização do projeto foi o engenheiro John Barnard, trazido da IndyCar. Os contatos de Barnard nos EUA levaram a Mclaren a uma empresa chamada Hercules. Com experiência em fibra de carbono, seus engenheiros ajudaram na pesquisa do carro.
Porém, devido à complexidade do projeto, o MP4/1 ficou pronto apenas para a terceira prova do campeonato, na Argentina.
O sucesso
Não demorou muito para a McLaren descobrir o potencial que tinha nas mãos. Quatro corridas após a estreia, o carro chegaria a seu primeiro pódio com John Watson, na Espanha. O terceiro lugar foi seguido de um segundo na França, também conquistado pelo norte-irlandês. A corrida seguinte, nona do mundial, era em Silverstone.
Mostrando força, a McLaren se classificou com seus dois carros, de Watson e Andrea de Cesaris, na terceira fila do grid. Na primeira fila estavam as duas Renaults, de Rene Arnoux e Alain Prost, tão rápidas quanto pouco confiáveis graças a seus motores turbo.
Os abandonos de Alan Jones, Gilles Villeneuve e Andrea de Cesaris em um grande acidente na volta 3 e os de Nelson Piquet e Didier Pironi mais adiante deixariam Watson em ótima posição. Daí em diante, ele apenas comboiou os dois carros da Renault. E com as desistências de Prost, na volta 17, e de Arnoux, a quatro voltas do fim, ao quebrarem seus turbos, John faturou a primeira vitória da McLaren após um longo hiato.
O time não ganhava desde o GP do Japão de 1977 com James Hunt. Curiosamente, o jejum de três anos e meio que a equipe inglesa enfrentava é o mesmo que encara atualmente. A McLaren não vence na F1 desde o GP do Brasil de 2012.
A prova do sucesso
Mesmo após a vitória, grande parte do paddock da Fórmula 1 ainda torcia o nariz para o projeto revolucionário da McLaren. Sem experiências anteriores, o mundo da categoria ainda acreditava que a fibra de carbono não reagiria tão bem no aspecto da segurança, em acidentes e incêndios.
O primeiro questionamento foi sendo desmentido de prova em prova, com as numerosas batidas do italiano Andrea de Cesaris (apelidado de "De Crasheris" por isso). Já o segundo, foi a prova de que a fibra de carbono havia chegado para ficar na F1. No GP da Itália, John Watson bateu feio na Curva di Lesmo e sua McLaren, dividida em dois, pegou fogo. Antes de os bombeiros chegarem ao carro, Watson já havia saído normalmente. O monocoque não só se manteve intacto apesar do fogo, como protegeu bem o piloto.
Na verdade, a versão original do MP4/1 era mais dura do que precisava ser, por isso um novo chassi foi construído utilizando menos camadas de fibra de carbono. O resultado foi um chassi com o mesmo peso dos de alumínio, mas duas vezes mais resistente.
O projeto de John Barnard também foi utilizado nos anos de 1982 e 1983 em suas versões B, C e E. O carro serviu como base para o MP4/2 (também de Barnard), com o qual a McLaren se sagrou campeã e vice entre pilotos com Niki Lauda e Alain Prost em 1984, e campeã com Alain Prost em 1985 e 1986.
Faça parte da comunidade Motorsport
Join the conversationCompartilhe ou salve este artigo
Principais comentários
Inscreva-se e acesse Motorsport.com com seu ad-blocker.
Da Fórmula 1 ao MotoGP relatamos diretamente do paddock porque amamos nosso esporte, assim como você. A fim de continuar entregando nosso jornalismo especializado, nosso site usa publicidade. Ainda assim, queremos dar a você a oportunidade de desfrutar de um site sem anúncios, e continuar usando seu bloqueador de anúncios.