Alto nível de exigência faria com que Haas não entrasse na F1 como 11ª equipe, diz Steiner
Chefe da equipe americana comparou momento atual da categoria com o da entrada da Haas, em 2016
O mundo do esporte a motor segue aguardando a decisão final da FIA sobre a possível entrada de até duas novas equipes na Fórmula 1 a partir de 2025. E em meio a esse impasse, Gunther Steiner afirma que, em meio à polêmica atual sobre esse assunto, a Haas não teria como entrar na categoria devido ao progresso nos últimos anos.
Várias propostas, incluindo a parceria da Andretti com a Cadillac, e a Hitech, protocolaram seus interesses em integrar o grid da F1, com o presidente da FIA, Mohammed ben Sulayem, abrindo o processo seletivo para até duas novas entradas.
"Temos um contrato [com a Fórmula 1] que diz que podemos ter até 12 equipes. Não estamos fugindo do regulamento. Pelo contrário, estamos seguindo ele à risca", disse Sulayem ao Motorsport.com mais cedo.
Mas as dez equipes da F1 não compartilham do mesmo entusiasmo pelas possíveis notas entradas, pelo fato de terem que dividir a receita em mais partes, além de citar preocupações sobre a estabilidade e a logística da categoria, algo recebido com muita frustração por Michael Andretti.
O sarrafo para a admissão na F1 foi elevado a tal patamar nos últimos anos, graças à popularidade da categoria e o teto orçamentário, que Steiner admite que a Haas não teria cacife para se juntar ao grid atual.
"Não, não seria possível", disse Steiner em entrevista exclusiva ao Motorsport.com. "O esporte mudou tanto. Se você entrasse como uma entrada privada no momento, não teria como".
Steiner diz que a decisão da Volkswagen de comprar sua estrada através da Sauber em vez de montar um projeto novo mostra o quão difícil é começar do zero no esporte.
Oliver Hoffmann, Head of Technical Development at Audi Sport GmbH, with Markus Duesmann, Chairman of the Board of Management of Audi AG, with the new Audi Sport concept car
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
"O Grupo Volkswagen é bem forte. Eles correm há muito tempo, já venceram em Le Mans sei lá quantas vezes. Eles sabem sobre o esporte e decidiram não criar uma equipe nova, e sim comprar uma".
"É muito difícil montar tudo hoje. E é um risco. Se você aceita uma 11ª equipe e ela não dá certo, qual o impacto para o esporte? Porque sempre pensamos que certamente será um sucesso, mas pode ser uma falha também".
Uma das críticas no regulamento atual é a taxa de entrada de 200 milhões de dólares que uma nova equipe pagaria, visando diluir o fundo de prêmios, reduzindo as perdas para as demais. Segundo os dez times, esse valor teria que ser triplicado devido ao valor de mercado agregado do esporte.
Quando questionado sobre o que poderia fazer a diferença para convencer a FOM a permitir uma nova equipe, Steiner disse: "Nem sei o que poderia ser o diferencial".
"Há um lado tão positivo que nos deixaria feliz a ponto de dizermos sim? E ainda teremos dificuldades logísticas. Se isso acontecer, será difícil em várias áreas, mesmo que existam pontos positivos para todos".
"Para deixar claro: as equipes não tem poder de decisão. Não votamos nisso. Isso é entre a FIA e a FOM. Temos dez equipes bem fortes no momento. Sempre precisamos voltar para o que você arriscaria um pouco para crescer em vez de manter estável".
Guenther Steiner, Team Principal, Haas F1 Team, Christian Horner, Team Principal, Red Bull Racing, in the Team Prinicpal's Press Conference
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
"Não há motivos para termos sete times em perigo em vez de 10 bem sólidos. Não acho que é tudo pelo dinheiro. As dez equipes que estão aqui investiram muito dinheiro no esporte e o elevaram ao patamar atual, então nós merecemos um crescimento agora. Não é sobre a Andretti, é sobre uma 11ª equipe".
Quando questionado sobre o crescente valor das equipes de F1, algo que fez com que Gene Haas segurasse a equipe durante as polêmicas eras da Rich Energy e da Uralkaki, Steiner disse:
"Quem não ficaria feliz com o que a F1 fez? Quem poderia ter previsto há cinco anos onde estaríamos hoje? Todos ficaram felizes com metade disso. Sempre estivemos bem, mas agora estamos muito bem. Com a FOM e Stefano [Domenicali]... o esporte está no seu pico de popularidade. Ser dono de uma das dez equipes da F1 vale a pena no momento".
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