ANÁLISE: Se Masi deixar direção de provas da F1, quem o substituiria? Veja possíveis candidatos
Secretário da FIA admitiu recentemente que federação pode tirar australiano de função ou dividi-la, mas não seria uma tarefa simples
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Faltando apenas algumas semanas para o início da temporada de 2022 da Fórmula 1, seguem as especulações sobre o papel de Michael Masi como diretor de provas da FIA. A manutenção do australiano ou sucessão da vaga faz parte da investigação em andamento a respeito da controvérsia do GP de Abu Dhabi, evento que o deixou na linha de fogo dos especialistas do esporte e de fãs nas redes sociais.
O que aconteceu nas últimas duas voltas provocou uma onda de críticas que causaram muitos danos ao esporte em um momento que deveria ter sido um de seus melhores, com o Twitter incendiado por sugestões, mesmo que sem base, de uma conspiração.
Portanto, talvez não seja surpresa que o CEO da F1, Stefano Domenicali, tenha um interesse pessoal na melhor forma de resolver a situação.
O italiano passou pela FIA antes da Liberty Media e tem uma boa compreensão de como a organização funciona. Ele tem trabalhado em estreita colaboração com o novo presidente Mohammed Ben Sulayem e seu braço direito, Peter Bayer.
Na semana passada, Bayer, que atua como secretário-geral de Esporte da FIA desde 2017 e recentemente assumiu um papel mais prático na F1 como diretor executivo do departamento de monopostos, deu uma visão intrigante sobre o tipo de discussões que estão acontecendo. .
"Ele fez um super trabalho", disse ele ao jornalista Gerhard Kuntschik quando questionado sobre Masi. "Dissemos isso a ele, mas também que existe a possibilidade de haver um novo diretor de provas. Só posso fazer sugestões ao Conselho Mundial, e eles definitivamente o incluirão."
Ele acrescentou: "Eu assegurei a Michael o apoio da federação em nossas discussões e o informei - queremos continuar trabalhando com você, mas também preciso da sua compreensão de que temos que lidar com o problema".
Bayer também deixou claro que, mesmo que Masi fique, mudanças significativas estão por vir. Em primeiro lugar, alguns dos trabalhos que ele vem fazendo serão divididos, reduzindo a carga.
"Haverá uma divisão das tarefas do diretor de provas, que também é diretor esportivo, delegado de segurança e pista", reiterou.
A função de inspeção de circuitos ocupa muito tempo. No final de 2021, Masi teve que fazer várias viagens a Jeddah entre as corridas para verificar o progresso no novo local e, na era da Covid-19, qualquer viagem extra se torna um desafio.
Michael Masi, Race Director, walks the track
Photo by: Jerry Andre / Motorsport Images
Seu antecessor, Charlie Whiting, conseguiu conciliar vários empregos, mas teve anos para crescer em seus muitos papéis e enfrentou um calendário mais curto do que Masi em 2022.
Outra mudança inevitável é a proibição das intervenções de rádio dos chefes de equipe. Tradicionalmente, apenas o gerente/diretor esportivo de cada escuderia tinha uma linha direta com os comissários, mas como parte do acordo para transmitir mensagens selecionadas, eles foram incentivados a participar mais na última temporada.
Às vezes, foi ótimo para a TV, mas as conversas inflamadas de Christian Horner e Toto Wolff em Abu Dhabi foram um passo longe demais, e agora FIA e F1 percebem que permitir que eles participem foi um erro, pois colocou uma pressão extra desnecessária sobre Masi.
As chamadas de rádio de rotina das equipes agora também serão atendidas por outra pessoa no controle da corrida.
"Os chefes de equipe não poderão mais intervir neste canal", disse Bayer. "No entanto, os gerentes de equipe ainda poderão, porque eles precisam fazer perguntas."
"Queremos construir um buffer com um membro da equipe que responderá a essas perguntas. No futuro, o diretor poderá se concentrar em sua tarefa e não será mais distraído."
A terceira mudança esperada é a introdução de ajuda remota em termos de olhos e ouvidos extras trabalhando em um local dedicado, revisando incidentes e fornecendo informações ao controle nos circuitos.
Isso faz muito sentido, já que o diretor está muito ocupado lidando com as consequências de um acidente e qualquer situação de carro de segurança, enquanto também tenta verificar se alguém foi o culpado.
Todos esses desenvolvimentos vão facilitar a vida de quem tem a função de 'árbitro' do esporte.
Então, o que mais poderia mudar, supondo que Masi fique? Falou-se em trazer um ou dois outros diretores para alternar e dividir as obrigações, mas o consenso foi que, enquanto o trabalho gira com os comissários, o esporte precisa de consistência com o papel do diretor de provas.
Outra proposta é ter co-diretores, ou seja, alguém sentado ao lado de Masi com uma voz mais forte do que o atual vice-diretor, compartilhando a responsabilidade pelas decisões.
Michael Masi, Race Director, walks the track with an FIA colleague
Photo by: Simon Galloway / Motorsport Images
Se Masi perder o cargo de diretor de corrida e, por exemplo, for solicitado a se concentrar em trabalhos de inspeção de circuito e delegado de segurança, quem poderia intervir?
Substituí-lo é um desafio para a FIA e por várias razões. Em primeiro lugar, nem todos os potencialmente qualificados estarão dispostos a abrir mão de 23 fins de semana com todas as viagens associadas. E em segundo lugar, mais do que nunca o trabalho é visto como uma cadeira elétrica.
Os principais candidatos são essencialmente pessoas que desfrutam de uma vida relativamente tranquila em campeonatos de baixo perfil com pouco risco de enfrentar tempestades globais de mídia social, e podem estar relutantes em entrar na cova dos leões.
A FIA está bem ciente do desafio que qualquer recém-chegado enfrentará, outra razão para ter co-diretores, colocando menos pressão nos ombros de apenas um indivíduo.
Entre os qualificados para ocupar o lugar de Masi dentro do sistema da FIA estão Eduardo Freitas, diretor de corridas de GT e do WEC há mais de duas décadas, e Scot Elkins, que atuou como vice na F1, mas já está ocupado com Fórmula E e DTM e tem um vida familiar em casa nos EUA.
Depois, há o antigo nome do DTM Niels Wittich, já nomeado vice de Masi para 2022. Ele poderia ir direto para o assento principal?
Niels Wittich, Race director
Photo by: Alexander Trienitz
Também existem diretores de corrida competentes, mas menos conhecidos, em outras categorias ao redor do mundo – como Peter Roberts, familiarizado com a cena da F1 por seu papel na Porsche Supercup – mas a lista daqueles disponíveis e dispostos a fazer o trabalho é relativamente curta.
Todos os citados também podem compartilhar um papel de co-diretor, trabalhando ao lado de Masi.
Há também alguns veteranos da FIA à margem que podem ser chamados de volta para ajudar, mesmo que apenas como acompanhante ou consultor.
O ex-vice de Whiting, Herbie Blash, tem muita experiência, mas tendo deixado a F1 no final de 2016 e se mantido ocupado com seu trabalho com a Yamaha nas corridas de motos, ele pode não ter o desejo de se comprometer com 23 finais de semana de corrida.
Depois, há Colin Haywood, outro membro importante da equipe de Whiting que atuou por muitos anos como gerente de sistemas de controle de corrida da FIA.
Ele também passou alguns anos como vice de Masi antes de sair no início de 2021, embora tenha mantido um papel como consultor. Pode-se argumentar que sua vasta experiência foi perdida na temporada passada, e não apenas em Abu Dhabi.
A FIA recrutará de fora de seu rol estabelecido? O primeiro lugar lógico a se olhar é para os gerentes/diretores esportivos atuais ou passados, os que conhecem as regras de dentro para fora e entendem o sistema da FIA. Ees também são, geralmente, personalidades estáveis, capazes de pensar rapidamente e tomar decisões rápidas, que é o que o papel exige.
De fato, o homem que atualmente faz esse trabalho na Ferrari, Laurent Mekies, estava sendo preparado pela FIA como substituto de Whiting. No entanto, depois de atuar como vice-diretor de provas em 2017-18, o francês optou por retornar ao cargo de linha de frente em Maranello.
Um homem que poderia cair facilmente na berlinda é o diretor esportivo da F1 e ex-policial Steve Nielsen, um gerente com experiência no currículo, que envolve Tyrrell, Benetton e Renault no passado, e que muitos considerariam a escolha ideal.
Steve Nielsen, F1
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
No entanto, ele já é multitarefa com seus muitos outros trabalhos – incluindo ajudar a escrever as regras que o diretor de provas supervisiona – e com Ross Brawn deixando a organização da F1 no final de 2022, sua carga de trabalho pode se tornar ainda mais pesada. Seu nome apareceu, mas não é esperado que ele seja um candidato.
Acredita-se que algumas pessoas que trabalham para equipes já foram sondadas. No entanto, é difícil ver qualquer atual gerente ou diretor esportivo seria convencido pela FIA às vésperas de uma nova temporada.
A busca também pode se estender para aqueles que tiveram outros trabalhos nas escuderias, e um nome que surgiu é o do ex-diretor executivo da Alpine, Marcin Budkowski. Ele era o chefe de fato do time de Enstone no ano passado, antes de sair no início de janeiro.
Ele trabalhou para a FIA por um tempo, em uma função técnica, antes de ficar frustrado com a falta de oportunidade de progredir lá dentro e então retornar a uma função de equipe em 2017.
Ele está disponível e traria uma interessante combinação de experiência e habilidades, mas se gostaria de fazer isso e se seria aceito pela federação, F1 e as escuderias como diretor de provas é outra questão.
Budkowski talvez pudesse retornar em outro papel – fala-se da FIA estar procurando um diretor esportivo, cargo que era de fato um dos de Masi e que assumiria parte da carga de trabalho atual do diretor de provas. De fato, Marcin estava escalado para um papel semelhante antes de deixar a FIA da última vez.
Marcin Budkowski, Executive Director, Alpine F1, in the team principals Press Conference
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
A conclusão é que quem faz o trabalho de diretor de provas, seja Masi ou um recém-chegado, enfrenta uma tarefa muito árdua.
Depois de Abu Dhabi, haverá mais foco do que nunca no processo de tomada de decisão no controle de corrida e pouca margem para erros.
"[Michael] desenvolveu casca grossa contra as investidas de times individuais", disse Bayer. "Quando você trabalha na FIA, precisa estar ciente de que está trabalhando para a 'polícia esportiva'."
"O policial raramente recebe simpatia, como na vida cotidiana. O que se tornou insuportável são as reações nas redes sociais, que não vão parar por nada, como você viu com as ameaças de morte contra [Nicholas] Latifi."
"Michael não tem uma conta, mas a hostilidade em outros canais realmente o atingiu", concluiu Bayer.
SERGIO MAURICIO defende Masi, sem “PASSAR PANO”, e “ADORA” POLARIZAÇÃO entre Hamilton e Verstappen
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