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Brawn diz que dissidentes da associação das equipes têm "visão curta"

Apesar da saída de quatro times, dentre eles Ferrari e McLaren, dirigente diz que Mercedes segue comprometida a gastar menos

O chefe da Mercedes, Ross Brawn

Ross Brawn criticou as quatro equipes que deixaram a associação dos times, FOTA, nos últimos meses. Ferrari, Red Bull, Toro Rosso e Sauber decidiram negociar seus contratos e regular os gastos sozinhas, decisão essa que o chefe da Mercedes espera que não leve a F-1 a um colapso no futuro.

“Acho que quem não reconhece que a FOTA tem um papel muito importante tem visão curta. Acho que infelizmente é da natureza da F-1 que todos parecem ter dificuldade em se unir a respeito destas questões mais amplas.”

Para o dirigente, a decisão das quatro equipes tem a ver com o momento político da categoria, bem mais calmo do que na época da criação da FOTA, em plena crise que praticamente acabou com a presença das montadoras no esporte.

“Estamos muito comprometidos com a FOTA, acreditamos que é uma pena que tenhamos perdido membros porque creio que eles possam se arrepender depois. Quando houve pressão de fora a FOTA se uniu. Agora, que não há tanta, a competitividade natural das equipes estão dividindo-a um pouco.”

Um dos principais pontos discutidos na FOTA é o acordo de redução de gastos, que propõe tetos para o corte anual dos orçamentos. As dúvidas a respeito do cumprimento do chamado RRA teriam afastado Red Bull e Ferrari da organização.

“O acordo é muito importante. Temos de encontrar algumas maneiras de restringir os gastos na F-1, já que as regras esportivas e técnicas não conseguem ir longe o bastante. O conceito é muito importante, para é preciso que todos se comprometam e trabalhem juntos para encontrar a melhor solução para o sistema de redução de custos.”

De acordo com Brawn, a Mercedes, que trabalha com as dissidentes para manter ao menos os orçamentos sob controle, segue comprometida a diminuir os gastos.

“Estamos comprometidos a isso e vamos perseverar para tentar que isso seja aplicado de maneira corrida para que esse seja o futuro da F-1, porque sem isso corremos um risco maior.”

O inglês salientou que pretende continuar lutando para que os gastos sejam reduzidos e para que haja maior unidade entre as equipes.

“Tenho muita fé na FOTA, mas estou desapontado com o que aconteceu nos últimos meses. Espero que não nos arrependemos disso na F-1, porque um dos objetivos era encontrar as soluções certas para a categoria, não apenas para alguns times.”

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Julianne Cerasoli
Fórmula 1
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