Brawn planeja evitar conflitos de agenda entre F1 e MotoGP
Dirigente quer aprender com o sistema de categorias de base da MotoGP e minimiza possibilidade de mudanças radicais em breve
Novo diretor esportivo da F1, Ross Brawn se encontrou com o executivo máximo da Dorna, Carmelo Ezpeleta, para discutir a possibilidade de evitar conflitos de agenda entre a principal categoria de automobilismo do planeta e a MotoGP.
As duas primeiras etapas de ambos os campeonatos aconteceram no mesmo fim de semana em 2017, sendo que haverá mais seis conflitos até o término da temporada – incluindo a decisão da MotoGP, em Valência, e a penúltima prova da F1, no Brasil.
Em entrevista à Reuters, Brawn disse que essa situação não é “inteligente”. O inglês disse que se encontrou com Ezpeleta em Barcelona para ver como que uma categoria poderia aprender com a outra.
“Não somos orgulhosos demais para consultar outros campeonatos e ver qual é a melhor forma de avançar. É difícil manejar as datas, e nem sempre podemos alcançar aquilo que queremos, mas ao menos estamos dialogando para tentar fazer dar certo”, disse Brawn.
Brawn também afirmou que é um admirador da estrutura da MotoGP. “Gosto da meritocracia que há entre Moto3, Moto2 e MotoGP”, disse.
“Acho que é interessante olhar pelo aspecto comercial, a forma como eles estruturam as equipes, os acordos e a forma como isso funciona com as equipes clientes.”
Apenas dois dos pilotos do top 10 da MotoGP em 2017, Cal Crutchlow e Danilo Petrucci, chegaram à categoria sem passar pelas duas classes de base.
A estrutura da F1 é mais bagunçada, sendo que vários pilotos pularam a GP2 (agora chamada de F2) e vieram de outras categorias, como F3, GP3 ou F-Renault 3.5.
“Deveríamos ter os 22 ou 24 melhores pilotos do mundo na F1. Há considerações comerciais, o que significa que nem sempre alcancemos isso.”
“É um problema complexo, porque aí temos que colocar as equipes em posições nas quais elas não tomam as decisões comerciais. Elas apenas tomariam as decisões com base nos pilotos mais fortes que elas puderem encontrar.”
Sem planos de revolução
Enquanto a chegada da Liberty fez crescer a esperança de que o sistema de distribuição financeira da F1 seria alterado para evitar que as equipes maiores recebessem valores mais altos, Brawn afirmou que este seria um projeto de longo prazo.
“Não haverá uma revolução na F1, onde, de repente, apareceríamos com uma grande mudança e tudo ficaria melhor. Será um processo constante”, comentou.
“Até que tenhamos a capacidade de realmente entender a direção que o esporte deveria tomar, não faremos nenhuma mudança nas grandes coisas. É simplesmente arriscado demais.”
Brawn, que já deu a entender no passado que analisaria a ideia de realizar corridas extracampeonato, minimizou a possibilidade de implementar grandes mudanças no formato dos fins de semana em si.
Com a tecnologia moderna, você pode montar o esporte em qualquer forma que as pessoas quiserem assistir. Acho que 1h40, 1h45 um ótimo período para uma corrida.”
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