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Brawn rebate Vettel e Hamilton sobre novos formatos para F1: não devemos ter medo de testar

Diretor esportivo respondeu os comentários sobre possíveis mudanças nos formatos do final de semana da F1 para 2020, enfatizando que quaisquer ajustes serão experimentais

Christian Horner, Team Principal, Red Bull Racing and Ross Brawn, Managing Director of Motorsports, FOM on the grid

Os donos da F1 continuam discutindo com as equipes e a FIA sobre a possibilidade de se testar um formato diferente em alguns fins de semana da F1, com corridas classificatórias e grid reverso para 2020, visando melhorar o espetáculo.

Mas a proposta foi criticada por Lewis Hamilton e Sebastian Vettel após a classificação do GP de Singapura no último final de semana, com Vettel definindo a ideia como "besteira" e de "abordagem errada".

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Ainda em Singapura, o diretor esportivo da F1, Ross Brawn, falou sobre "uma variedade de declarações de pilotos e especialistas" sobre a proposta, que disse que ainda estava sendo discutida.

"Para tentar esclarecer a situação e evitar mal-entendidos: há discussões sobre experimentos em 2020, com mudanças no formato de classificação, com o objetivo de tornar um fim de semana um pouco menos previsível", disse Brawn. "Quero enfatizar a palavra ‘experimento’ porque é disso que se trata, uma pequena amostra para estabelecer as direções para o futuro.”

"Estamos cientes de que o atual formato de classificação é emocionante e espetacular, mas o importante também é garantir que a corrida, que é a principal coisa do fim de semana, seja a melhor possível. E não importa quantas simulações você faz, não há medida mais precisa do que a pista. A Fórmula 1, as equipes e a FIA estão estudando a possibilidade de um formato revisado para um pequeno número de eventos para a próxima temporada.”

"Com regulamentos esportivos e técnicos estáveis ​​em vigor para 2020, é o momento perfeito para essas avaliações".

"Nenhuma decisão foi tomada ainda porque estamos finalizando todos os detalhes, mas os feedbacks recebidos até agora são, na maioria, positivos", acrescentou.

"Entendo que os puristas estão preocupados, não devemos ter medo de realizar experimentos, caso contrário, não podemos progredir."

"Não queremos mudar por mudar, queremos melhorar nosso esporte, porque, como o desenvolvimento dos carros, se você ficar parado, corre o risco de ficar para trás."

Carros e formatos diferentes em 2021?

Caso a F1 mude o formato de alguns fins de semana em 2020 e essas alterações caírem no gosto de pilotos e fãs, elas poderão ser introduzidas de maneira definitiva para a temporada 2021, que tem definido que os carros terão o efeito solo de volta. Relembre como era a época que a categoria tinha carros baseados nesse conceito.

1970 - Chaparral 2J-Chevrolet
A tecnologia foi primordialmente explorada pela equipe Chaparral, que utilizou o modelo 2J no campeonato norte americano de protótipos, o Can-Am. No entanto, mesmo sem ter conquistado nenhuma vitória, a novidade foi banida da categoria.
1978 - Lotus
A equipe chegou a experimentar o efeito solo em 1977, mas foi no ano seguinte que implementou a tecnologia em definitivo. O time venceu oito corridas naquele ano e conquistou o mundial de construtores e o mundial de pilotos com Mario Andretti.
1978 - Lotus
Andretti venceu seis provas e somou 64 pontos, 13 a mais que seu companheiro de equipe, Ronnie Peterson. A Lotus só não venceu todas as etapas do mundial porque seu carro tinha problema de confiabilidade, algo comum na antiga F1.
Colin Chapman: o criador, mas nem tanto
Colin Chapman, o projetista chefe e proprietário da Lotus, colhe até hoje os louros pelo sucesso do efeito solo na F1. No entanto, apesar de ser o idealizador do carro vencedor, os responsáveis por trazer o efeito solo para a equipe foram Tony Rudd e Peter Wright, que já tinham tentado algo similar na BRM no final dos anos 60.
1978 - Brabham BT46B Alfa Romeo
Além da Lotus, outras equipes de várias categorias já estavam perseguindo ideias semelhantes desde o começo da década de 70. A Brabham foi quem mais se aproximou de bater a Lotus em 1978.
1978 - Brabham BT46B
Niki Lauda venceu a etapa da Suécia da F1 com um carro que usava um ventilador para "chupar" o ar debaixo do carro e forçar o efeito solo. No entanto, a tecnologia do time foi banida antes do fim da temporada.
1978 - Jody Scheckter, Ferrari 312T4
Apesar de não usar o efeito solo em 1978, a equipe italiana foi vice-campeã em 1978, graças à confiabilidade do carro que venceu todas as vezes que a Lotus teve problemas. Em 1979, a Ferrari reuniu o que tinha de melhor do carro do ano anterior com uma versão própria do efeito solo, e com isso dominou o campeonato. Jody Scheckter venceu e Gilles Villeneuve foi vice.
1980 - Williams FW07B Ford Cosworth
A Williams resolveu dois problemas do efeito solo e faturou a temporada de 1980 com Alan Jones. A equipe conseguiu reduzir os custos da solução e fazer com que as peças se ajustassem às curvas, evitando a perda do efeito fora das retas.
1980 - Nelson Piquet, Brabham BT49-Ford Cosworth
Nelson Piquet venceu suas primeiras corridas a bordo de uma Brabham naquele mesmo ano e fez frente à Alan Jones no campeonato mundial.
1980 - Brabham BT49
O brasileiro triunfou três vezes na temporada e chegou a liderar o campeonato.
1980 - Nelson Piquet (Brabham) e Alan Jones (Williams)
No entanto, a falta de confiabilidade do carro acabou impedindo Piquet de pontuar nas duas últimas etapas, enquanto Jones vencia as provas e superava o brasileiro, sagrando-se campeão mundial.
1981 - Nelson Piquet, Brabham BT49C
O ano foi um dos mais disputados da história da categoria, com sete pilotos de seis equipes diferentes vencendo corridas.
1981 - Nelson Piquet, Brabham
Nelson Piquet brilhou no carro da Brabham, que era capaz de se ajustar às curvas para manter o efeito solo e vencer a concorrência. O brasileiro conquistava ali o primeiro título mundial de sua galeria.
1982 - Keke Rosberg, Williams FW08
No último ano do efeito solo na categoria, Rosberg se valeu da regularidade para ser campeão mundial.
1982 - Keke Rosberg, Williams
Naquele ano, 11 pilotos diferentes venceram corridas, mas o finlandês, que venceu apenas uma, chegou mais vezes nos pontos do que todos os rivais e levou o caneco.
1982 - Excesso de acidentes pôs fim ao efeito solo
Os acidentes se tornaram frequentes com o avanço do efeito solo, pois bastava o carro tocar no chão para o efeito ser totalmente cancelado, fazendo com que os pilotos perdessem o controle do carro. Dois dos acidentes foram fatais. Na imagem acima, o acidente que tirou a vida de Gilles Villeneuve.
1982 - Excesso de acidentes pôs fim ao efeito solo
O último acidente fatal daquele ano foi o de Riccardo Paletti, no Canadá. Logo em seguida, a FIA decidiu eliminar totalmente o efeito solo. Depois do acidente de Paletti, as próximas mortes durante em um fim de semana de GP foram as de Ratzenberger e Senna em Imola, 12 anos depois.
2021 - O retorno do efeito solo
Em 2019, a F1 está decidindo os rumos que tomará no futuro. Buscando aumentar as ultrapassagens e o espetáculo, a categoria decidiu reintroduzir a tecnologia a partir de 2021.
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