Di Grassi: “Se tivesse R$ 800 milhões, a última coisa na qual eu investiria seria um autódromo”
Piloto vê importância de investimentos da iniciativa privada no Rio de Janeiro, mas vê inviabilidade econômica em relação aos autódromos do mundo todo
A dúvida sobre o local que abrigará o GP do Brasil de F1 e a possível chegada da Fórmula E no país no mesmo ano suscitam o debate sobre as praças esportivas, bem como seus financiamentos.
Um dos pilotos mais presentes nessas discussões, seja nas redes sociais ou pela imprensa, é Lucas di Grassi, que já desenhou layouts de pistas para receber a Fórmula E em São Paulo, na região do Parque do Ibirapuera, e no Rio de Janeiro, na Marina da Glória.
Falando sobre o Autódromo do Rio de Janeiro na região de Deodoro, um dos possíveis locais para a F1, di Grassi vê o investimento como uma boa notícia à cidade.
“Há essa história de F1 no Rio e o autódromo de Deodoro, que esperamos que aconteça”, disse Di Grassi em entrevista exclusiva ao Motorsport.com.
“A questão ambiental nem é o maior problema. Sinceramente, se a iniciativa privada fizer um autódromo daquele porte no Rio de Janeiro, a quantidade de empregos e de desenvolvimento econômico compensaria. Só de ter saneamento básico e tudo mais, seria importante. É melhor fazer o autódromo e depois salvar a área de mata em outro lugar do que não fazer o circuito.”
“O Rio de Janeiro está precisando tanto de investimento, que seria interessante.”
Mas faz ressalvas sobre o autódromo do ponto de vista como negócio, citando outros locais.
“Eu, se tivesse R$ 800 milhões na minha conta, a última coisa na qual eu investiria seria um autódromo. Um shopping tem mais retorno do que um autódromo.”
“Mesmo se receber a Fórmula 1, não fecha a conta. Interlagos, que já está construído, não fecha a conta. Austin está quebrado. A Índia não recebe mais nada, assim como Istambul. Se fechasse as contas, esses autódromos estariam sendo utilizados. Ainda tem Nurburgring, Hockenheim...”
“Tomara que seja só dinheiro de iniciativa privada, que é o que eles têm falado, e seria excelente para o Rio e para o automobilismo do Brasil.”
“Mas o custo operacional, mesmo se vier MotoGP, Fórmula 1, WEC e tudo mais, não fecha a conta. No final, esses eventos não geram os lucros que eles podem gerar.“
País já fracassou em trazer a F-E
O Brasil não faz parte do calendário da Fórmula E na temporada 2019/2020. O Chile é o único representante sul-americano no campeonato. Já tentamos receber a categoria em algumas oportunidades, mas as tratativas não foram adiante. Relembre o histórico:
Faça parte da comunidade Motorsport
Join the conversationCompartilhe ou salve este artigo
Principais comentários
Inscreva-se e acesse Motorsport.com com seu ad-blocker.
Da Fórmula 1 ao MotoGP relatamos diretamente do paddock porque amamos nosso esporte, assim como você. A fim de continuar entregando nosso jornalismo especializado, nosso site usa publicidade. Ainda assim, queremos dar a você a oportunidade de desfrutar de um site sem anúncios, e continuar usando seu bloqueador de anúncios.