F1: Em novo trecho, Piquet repete racismo e acrescenta fala homofóbica contra Hamilton

Vídeo faz parte da mesma entrevista que já gerou debate na semana passada

Visita do Motorsport.com à garagem de Nelson Piquet em 2017

Visita do Motorsport.com à garagem de Nelson Piquet em 2017

Jose Mario Dias

A polêmica envolvendo os comentários de Nelson Piquet sobre Lewis Hamilton ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira. Em novo trecho viralizado, oriundo da mesma entrevista ao canal Motorsports Talk, o tricampeão da Fórmula 1 volta a usar o termo "n***inho" para se referir ao piloto da Mercedes, além de proferir uma expressão de cunho homofóbico.

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No vídeo, Piquet foi questionado sobre sua opinião acerca de Keke Rosberg, campeão da F1 em 1982, e respondeu o seguinte: "O Keke era um bosta. Tinha valor nenhum. É como o filho dele [Nico]. Ganhou um campeonato. O 'neguinho' devia estar dando mais c* naquela época, aí tava meio ruim".

Piquet falava de Nico Rosberg, filho de Keke, que segue sendo o único companheiro de Hamilton a derrotar o britânico desde a chegada do inglês à Mercedes, em 2013. Nico foi campeão de 2016 após um ano tenso contra Hamilton, anunciando sua aposentadoria da F1 dias após a conquista.

O novo trecho divulgado, também da entrevista a Ricardo Oliveira, volta a esquentar a discussão. O comentário que estourou nas redes sociais foi feito por Piquet e levou a uma forte reação da comunidade desportiva, incluindo notas de repúdio da F1 e da FIA.

Em resposta na terça-feira, Hamilton disse que "chegou a hora" de mudar "pensamentos arcaicos". E agora Piquet se manifestou sobre o caso na quarta, dizendo que gostaria de "esclarecer histórias que circulam na imprensa sobre um comentário que fiz em uma entrevista no ano passado".

Apesar de Piquet admitir que o que foi dito "foi mal pensado, e não vou me defender disso", ele alega que o termo usado "é ampla e historicamente usado de forma coloquial na língua portuguesa como sinônimo de 'pessoa' ou 'cara', e não foi usado com intenção de ofender".

"Nunca usaria o termo do qual fui acusado de usar em algumas traduções", disse. "Condeno fortemente qualquer sugestão de que teria usado essa palavra com o objetivo de diminuir um piloto por causa da cor de sua pele".

Após a divulgação do primeiro trecho, na semana passada, a F1 se manifestou, condenando a fala de Piquet: "Linguagem discriminatória ou racista é inaceitável de qualquer forma e não deve fazer parte da sociedade. Lewis é um embaixador incrível do nosso esporte e merece respeito", diz o comunicado. “Seus esforços incansáveis ​​para aumentar a diversidade e a inclusão são uma lição para muitos e algo com o que estamos comprometidos na F1”.

A Mercedes também divulgou uma declaração de apoio ao seu piloto, acrescentando: "Condenamos nos termos mais fortes qualquer uso de linguagem racista ou discriminatória de qualquer tipo."

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA), que regula o esporte, postou a seguinte mensagem nas redes: "A FIA condena fortemente qualquer expressão racista ou discriminatória, que não tem lugar no esporte ou na sociedade. Prestamos nossa solidariedade a Lewis Hamilton e nosso apoio ao seu compromisso pela igualdade, diversidade e inclusão no esporte a motor. 

Na quinta-feira (30), o caso seguiu repercutindo no paddock da F1 durante o dia de mídia pré-GP da Grã-Bretanha. Genro de Piquet, Max Verstappen também condenou o uso de palavras do tricampeão, afirmando que é preciso ensinar as pessoas para que tais termos jamais sejam utilizadas, enquanto defendeu que Piquet "definitivamente não é racista".

Já Hamilton voltou a lamentar o ocorrido, afirmando ser mais um caso de racismo contra ele ao longo de sua trajetória na F1, reafirmando a necessidade de mudar "mentalidades arcaicas" e cobrando ações reais, além de pedir para que não se dê mais plataforma a "vozes velhas".

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