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F1: Hamilton deve se ajoelhar no GP da Áustria, em manifestação contra o racismo

Segundo jornal britânico, Hamilton pode aderir ao simbólico ato de apoio ao fim da desigualdade racial no GP da Áustria

Lewis Hamilton, Mercedes-AMG Petronas F1 in the press conference

Desde as primeiras notícias sobre a morte de George Floyd nos Estados Unidos e os protestos pelo fim do racismo ao redor do mundo, Lewis Hamilton tem usado suas redes sociais para falar sobre o assunto, defendendo o fim da desigualdade racial. Até agora, Hamilton tem se manifestado apenas nas redes sociais, mas isso pode mudar no início da temporada da Fórmula 1, na Áustria.

Segundo o jornal britânico Daily Mail, o hexacampeão deve aderir ao simbólico ato de se ajoelhar na hora do hino nacional no GP, marcado para 05 de julho.

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Fontes próximas ao piloto, que é o único negro nos 70 anos de história da F1, teriam indicado que ele está determinado a fazer uma demonstração pública de apoio ao movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam).

A publicação ainda traz uma declaração de um porta-voz da F1 ao Sportsmail, que afirma que a categoria vai apoiar Hamilton.

"Esse é um assunto importante e vamos apoiar qualquer um que queria mostrar apoio à luta contra o racismo", disse.

Entre as diversas publicações que Hamilton fez nas últimas semanas, uma em específico foi dedicada ao mundo do esporte a motor, uma crítica ao silêncio de seus pares. "Eu vejo vocês que estão em silêncio, algumas das maiores estrelas, que, mesmo assim, ficam em silêncio em meio à injustiça", disse.

"Nenhum sinal de ninguém da minha indústria que, logicamente, é um esporte dominado por brancos. Eu sou um dos poucos pilotos negros lá, mas, mesmo assim, eu me levanto sozinho. Eu achava que agora, depois de ver o que está acontecendo, vocês diriam algo sobre isso, mas vocês não nos apoiam. Saibam que eu sei quem vocês são e vejo o que vocês fazem...".

A mensagem de Hamilton surtiu efeito e, nas semanas seguintes, diversos pilotos do grid atual da F1, além de dirigentes e chefes de equipe, além da própria F1, se manifestaram em suas redes sociais em apoio aos movimentos pelo fim do racismo.

Desde o início dos protestos, Hamilton tem sido um dos pilotos mais ativos na luta pelo fim da desigualdade social, mas ele não está sozinho dentro do mundo do esporte a motor. Do outro lado do oceano Atlântico, Bubba Wallace, da NASCAR Cup, também tem sido uma voz ativa no combate ao racismo dentro e fora da categoria.

Nas últimas etapas, Wallace tem usado uma camiseta com os dizeres I can't breathe (Eu não consigo respirar) durante as cerimônias antes do início da prova. A frase foi dita diversas vezes por Floyd antes de sua morte e se tornou um símbolo da campanha pelo fim do racismo. Além disso, o piloto também apresentou uma pintura em homenagem ao movimento Black Lives Matter.

Anthony Hamilton, Father of Lewis Hamilton with Lewis Hamilton, McLaren Mercedes

Anthony Hamilton, Father of Lewis Hamilton with Lewis Hamilton, McLaren Mercedes

Photo by: XPB Images

Apoio do pai

Ao longo das últimas semanas, diversos nomes do mundo do esporte a motor vieram à público defender e elogiar Hamilton por seus posicionamentos nesse período e o pai do hexacampeão, Anthony Hamilton, se juntou ao coro.

"Acho que o que Lewis está fazendo é incrível. Ele fica sozinho e não tem medo de colocar a cabeça a prêmio por algo em que acredita", disse Anthony ao site GP Fans. "Estou extremamente orgulhoso dele, porque quando vejo os comentários de Lewis, acho extremamente poderoso".

"Não fico surpreso que isso tenha vindo de Lewis, porque ele é alguém que quebra paradigmas. Apenas pensei no modelo icônico que ele é em termos de falar no que ele acredita. A surpresa é que ninguém tenha feito ou dito nada antes dele".

"Isso vai afetar a todos nós, pois, de fato, ele nos vê, vê que ninguém tinha feito nada. Quando ele disse isso eu pensei que ele está certo. Ninguém no esporte tinha feito nada. Então estou extremamente orgulhoso dele por trazer isso à tona".

Anthony falou também sobre a possibilidade de Hamilton se ajoelhar na primeira etapa do ano. Segundo o pai, o piloto não deveria ser o único a tomar tal atitude, que também deveria ser feita em homenagem a todos que sofrem e sofreram com a pandemia.

"Não deveria ser Lewis, deveria ser a F1. Vamos torcer para que a F1 se ajoelhe. Deveria ser a F1 e a FIA dizendo: 'Na primeira corrida, vamos ajoelhar, não só em apoio ao Black Lives Matter, mas a todos que sofreram e estão sofrendo com a Covid".

"Para dizer muito obrigado aos médicos, enfermeiros e outros trabalhadores essenciais que colocaram suas vidas em risco, e dizer que estamos pensando em todos os afetados. Então não acho que se ajoelhar seja uma responsabilidade de Lewis. É responsabilidade da F1 se ajoelhar".

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