Fórmula 1 GP do Canadá

F1: Por segurança, FIA adota nova diretiva em relação ao porpoising; entenda

Quaisquer mudanças não exigem a aprovação unânime de todas as equipes, segundo o órgão; saiba mais

Sergio Perez, Red Bull Racing RB18, Charles Leclerc, Ferrari F1-75, Carlos Sainz, Ferrari F1-75, Max Verstappen, Red Bull Racing RB18, George Russell, Mercedes W13, Pierre Gasly, AlphaTauri AT03, the rest of the field at the start

Em meio ao intenso debate sobre o porpoising na temporada 2022 da Fórmula 1, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) adotou uma nova diretiva em relação ao fenômeno após pedido da maioria dos pilotos, que alegaram preocupações de segurança.

A principal manifestação dos pilotos, com destaque para George Russell, britânico da Mercedes, e Carlos Sainz, espanhol da Ferrari, aconteceu no briefing pré-GP do Azerbaijão, na semana passada. A corrida acentuou a preocupação, até por causa das várias 'quicadas' decorrentes do circuito de Baku.

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Após a prova, uma cena ampliou a discussão sobre o porpoising, já que Lewis Hamilton, britânico da Mercedes, teve dificuldades para sair de seu carro em função de fortes dores nas costas geradas pelo fenômeno.

Agora, antes do GP do Canadá, a FIA reagiu com a implementação de uma diretiva técnica que inclui medidas de curto e longo prazo. Entende-se que tal ato não terá impacto na configuração dos carros em Montreal, onde o foco do órgão será a coleta de dados.

Em um comunicado, a FIA informou: "Após a oitava rodada do campeonato FIA de F1 deste ano, na qual o fenômeno das oscilações aerodinâmicas (porpoising) da nova geração de carros da F1, bem como o efeito deste fenômeno durante e após a corrida na condição física dos pilotos, foi visível novamente, a FIA, como órgão máximo do esporte, decidiu que, em prol da segurança, é necessário intervir para requerer que os times façam ajustes necessários para reduzir ou eliminar o fenômeno".

A FIA esclareceu que tomou tal atitude de segurança principalmente em prol da concentração dos pilotos (veja mais abaixo). Isso significa que quaisquer mudanças não exigem a aprovação unânime de todas as equipes.

O órgão destacou que "decidiu interferir após consultas com médicos e em prol da segurança dos pilotos". "Em um esporte em que os pilotos estão rotineiramente pilotando em velocidades que excedem os 300 km/h, consideramos que toda a concentração tem de ser focada em sua tarefa, de modo que excessos de fadiga e dor nos pilotos podem ter consequências significativas caso isso resulte em perda de concentração."

Lewis Hamilton, Mercedes-AMG

Lewis Hamilton, Mercedes-AMG

Photo by: Simon Galloway / Motorsport Images

"Adicionalmente, a FIA tem preocupações com relação ao impacto físico imediato na saúde dos pilotos, com alguns deles reportando dores nas costas nos eventos recentes", seguiu o órgão em seu esclarecimento.

A FIA disse que a diretiva técnica vem para "guiar os times em relação às medidas que a FIA pretende tomar para lidar com o problema". A primeira medida proposta é "maior escrutínio do assoalho do carro, tanto em termos de design quanto em relação ao desgaste observado".

Em segundo lugar, haverá “a definição de uma métrica, baseada na aceleração vertical do carro, que dará um limite quantitativo para um nível aceitável de oscilações verticais. A fórmula matemática exata para esta métrica ainda está sendo analisada e as equipes foram convidadas a contribuir para este processo. Além dessas medidas de curto prazo, a FIA convocará uma reunião com as equipes para definir medidas que reduzam a propensão dos carros a exibir tais fenômenos no médio prazo”.

DEBATE: Mercedes tem razão de reclamar sobre porpoising dos carros?

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