Giaffone avalia dois diretores de prova na F1 e explica 'vácuo' pós-Whiting
Ex-comissário da FIA e comentarista da Band analisou atual quadro geral da tomada de decisões durante uma corrida da F1
Mesmo após as mudanças realizadas pela FIA, depois do controverso final do GP de Abu Dhabi de 2021, os comissários da federação continuam sendo alvo de críticas de pilotos, equipes e fãs da Fórmula 1.
Uma das alterações foi o revezamento de profissionais que estariam responsáveis pela arbitragem das corridas, entre Niels Wittich, ex-DTM e Eduardo Freitas, diretor do WEC, algo que é apontado como algo pior pelos pilotos, já que não há consistência de decisões entre uma corrida e outra.
Esta opinião também é compartilhada pelo piloto, comentarista da F1 na Band e pelo ex-comissário da FIA, Felipe Giaffone. Em entrevista exclusiva ao Motorsport.com, ele analisou a atual situação em que a entidade colocou a maior categoria do automobilismo mundial.
“Creio que não seja legal você ter dois diretores de prova”, disse Giaffone. “Isso poque cada um tem o seu estilo. Por exemplo, quando entrou o Masi, ele usava mais bandeiras de advertência, coisa que o Charlie Whiting não usava, e que não é nem o certo nem o errado, é um estilo. Cada um vê a prova de uma forma, interrompe com safety car ou bandeira vermelha, então eu não acho bom termos dois diretores se revezando.”
O GP da Áustria teve ao todo 43 infrações de limites de pista, com pilotos recebendo advertências e até mesmo punições de 5 segundos por terem ultrapassado com as quatro rodas de seus carros a linha branca junto às zebras, algo que, segundo Giaffone, não está ao alcance da FIA para uma resolução definitiva.
“Muito se fala dos limites de pista, só que isso não é um problema da FIA, na verdade, isso é um problema das pistas, que não recebem só a F1, tem outras categorias, tem trackday e eles precisam fazer uma adaptação e isso acaba complicando.
“Nesta última corrida, na Áustria, acho que eles poderiam trabalhar mais com as zebras... eu não gosto dessa ideia de o carro sair da linha branca e já ser penalizado, acho que poderia ter aquelas zebras duplas, para o piloto perder tempo, ele pode até sair, mas perde um pouco do equilíbrio, para daí sim ser punido com track limits.”
'Vácuo' pós-Whiting
Uma das grandes referências na ‘arbitragem’ da F1 era Charlie Whiting, que morreu às vésperas do início da temporada de 2019. O britânico sempre é lembrado como alguém que conseguia aplicar as regras sem grandes controvérsias.
Giaffone explicou como a abordagem de Whiting o diferenciava, principalmente quando se comparado com seus sucessores.
“O Charlie Whiting tinha muita credibilidade”, disse Giaffone. “Eu trabalhei bastante com ele, aliás, foi ele que me chamou para ser comissário internacional. “Você via um briefing dele, era sempre muito tranquilo. Ele falava muito bem com os pilotos, fazia homologações de pista, fazia regulamento da F1, ou seja, ele conhecia de tudo.
“Além disso, ele nunca batia de frente com pilotos e equipes, ele conhecia todos muito bem e conseguia ter um jeito, que eu aprendi bastante com ele, de você conseguir o que quer, mas sem bater de frente, o que eu admirava nele e fazia muito bem.”
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