Guerra 'FIA': Sete momentos em que F1 e FIA entraram em 'conflito'
Liberty Media, Stefano Domenicali e Mohammed Ben Sulayem vem protagonizando embates que deixam claro que os dois lados não estão em plena concordância há um certo tempo
A Fórmula 1 não ficou nada satisfeita com a crítica feita pelo presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem nas redes sociais ao tomar ciência da possível venda da categoria para os sauditas por cerca de R$100 bilhões. Como resposta, a Liberty Media - dona dos direitos da F1 - enviou uma carta com um tom nada amigável.
Mas esse episódio não é o primeiro entre FIA e F1 a deixar claro que os dois lados que compõe a principal categoria do automobilismo não andam em harmonia. O Motorsport.com traz alguns momentos em que as duas 'entidades' bateram de frente nos últimos meses.
1. FIA barra plano da Fórmula 1 em inserir seis corridas sprints em 2022
A medida adotada em 2023 - de dobrar o número de sprints de três para seis - poderia ter entrado em vigor já no ano passado, uma vez que esta era a vontade da F1. Contudo, a FIA barrou a ideia. De acordo com Ben Sulayem, a 'manobra' não foi possível, na época, porque era necessário uma melhor avaliação da proposta. Ele queria entender se seus funcionários poderiam "absorver a carga extra" de trabalho e negou veementemente que o motivo principal estava relacionado com dinheiro.
2. FIA contrata conselheira pessoal de Toto Wolff e aprova diretiva técnica sem aprovação da F1
Em junho, a FIA anunciou a saída do diretor-executivo Peter Bayer. Como substituto, a entidade elegeu Shaila-Ann Rao para o cargo de forma interina - o que casou desconfiança. A ex-diretora jurídica do órgão passou três anos na Mercedes como conselheira pessoal do chefe da equipe, Toto Wolff.
Sua nomeação se tornou ainda mais polêmica quando a FIA implementou uma diretiva técnica, na terça-feira que antecedeu o GP do Canadá, para ajudar a conter o porpoising, e na quinta a Mercedes surgiu no autódromo com essa diretiva já implementada no carro, sendo a única equipe a 'ter tempo' suficiente para adotá-la antes do fim de semana de corrida - o que só aumentou as suspeitas de que Shaila-An Rao pudesse ter avisado o time das flechas de prata com certa antecedência.
Mohammed bin Sulayem, President, FIA, on the podium for the trophy presentations
Photo by: Carl Bingham / Motorsport Images
3. FIA fura Fórmula 1 e lança calendário da temporada 2023 sem avisar
Em setembro de 2022, a FIA divulgou um comunicado à imprensa sobre o calendário da temporada 2023. Porém, a declaração não foi feita conforme a 'tradição': normalmente, Liberty Media e FIA sempre esse comunicado de maneira conjunta - o que não aconteceu no ano passado. Nessa ocasião, a FIA não avisou previamente a Liberty da aprovação e do envio do calendário.
4. FIA não libera superlicença para Colton Herta estrear na Fórmula 1
O mercado de pilotos da Fórmula 1 também foi motivo para desentendimento entre as duas partes. A AlphaTauri liberou Pierre Gasly para correr na Alpine, como substituto de Fernando Alonso, e queria contar com os trabalhos do piloto norte-americano, e que corre na Indy, Colton Herta.
Herta não tinha os pontos necessários na superlicença para correr na categoria e precisaria que a FIA abrisse uma exceção - o que o órgão não fez e gerou bastante revolta, além de ter levantado um debate sobre os pontos que são distribuídos na superlicença dos pilotos que competem em categorias que tem chancela da FIA e as que não estão no guarda chuva da Confederação Internacional do Automobilismo.
Pole man Lewis Hamilton, Mercedes, celebrates after Qualifying
Photo by: Jerry Andre / Motorsport Images
5. FIA impede pilotos da Fórmula 1 de se manifestarem de maneira sociopolítica sem aviso prévio
Em dezembro do ano passado, a FIA divulgou a versão atualizada do Código Desportivo Internacional para a temporada de 2023 com uma atualização polêmica: os pilotos não poderão se manifestar de maneira política, religiosa e pessoalmente sem aviso - e 'aceite' - prévio do órgão durante os fins de semana de corrida da Fórmula 1.
6. Fórmula 1 reage de maneira 'morna' ao anúncio da Cadillac/Andretti que animou FIA
A Andretti animou o presidente da FIA, no início deste ano, ao anunciar que se juntou à Cadillac para entrar na Fórmula 1 a partir de 2026. Ben Sulayem, que é amplamente a favor da chegada de novas equipes no grid, recebeu a notícia com muito entusiasmo. O que não aconteceu com a F1. A categoria reagiu de forma totalmente 'morna', o que gerou estranheza.
7. Fórmula 1 rebate crítica da FIA sobre possível venda da categoria em tom de ameaça
O último embate entre FIA e Fórmula 1 veio nesta semana. Depois de vir à tona que sauditas queriam comprar a categoria por cerca de R$100 bilhões, o presidente da entidade alegou, pelas redes sociais, que era um valor "exagerado" e que um possível comprador deveria pensar no esporte e não só na questão financeira.
Em resposta, a Liberty Media - detentora dos direitos da F1 - enviou uma carta em tom de ameaça alegando que Ben Sulayem estava ultrapassando alguns limites e desviando de suas funções, além de enfatizar a mínima intervenção da entidade em assuntos relacionados aos direitos da categoria.
VÍDEO - HAMILTON: TRETA com Verstappen é “CONTO DE FADAS” / FIA pede CUIDADO com VENDA da F1
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