Jovens são "irrelevantes" e mulheres "reclamam demais", dispara chefão da F-1
Bernie Ecclestone defende que a categoria não precisa aumentar números de audiência ou apostar nas mídias sociais
Segundo o bilionário, a categoria não deveria se importar com a queda na audiência, uma vez que isso significaria simplesmente que as pessoas não estão assistindo TV, preferindo tablets e outras formas.
[publicidade] “Muito das críticas que temos enfrentado é devido à queda de audiência de TV, mas isso foi visto em quase todos os esportes”, defendeu em entrevista à revista Campaign Asia-Pacific. “A audiência caiu? Duvido. Ela só migrou para outras áreas porque hoje as pessoas assistem nestes iPads ou mesmo nos telefones. E só agora que estamos percebendo que se perdemos 10% da audiência da TV aberta podemos ter ganho em outras áreas pois mais pessoas estão assistindo à F-1 de outras formas.”
A Fórmula 1, contudo, não é das modalidades mais abertas às mídias sociais e apenas nas últimas provas tem fomentado a participação dos espectadores no twitter, por meio de hashtags que aparecem nos gráficos de cada prova. Vídeos no Youtube, por exemplo, são severamente controlados. E Ecclestone garante que “não está interessado em twittar” e não vê futuro no engajamento neste tipo de mídia.
“Se você ter uma marca que quer colocar diante de algumas centenas de milhões de pessoas, posso fazer isso facilmente para você na TV. Agora, você está me dizendo que preciso encontrar um canal para fazer com que essa pessoa de 15 anos assista à F-1 porque alguém quer colocar uma nova marca diante deles? Eles não vão ficar nem um pouco interessados”, acredita.
Para Ecclestone, o tipo de patrocinador que a Fórmula 1 atrai não tem apelo nas gerações mais jovens e, por isso, a categoria não deveria se importar com eles.
“Jovens verão a marca Rolex, mas vão comprar? Eles não têm dinheiro. Nosso outro patrocinador, a UBS – jovens nem ligam para bancos. Eles não têm dinheiro o bastante para colocar no banco. É o que eu acho.”
Ecclestone criticou também as mulheres que, “gostam de criticar” as mudanças no esporte. Sobraram ainda críticas para a Ferrari, que “costumava ter uma torcida fantástica”, segundo o dirigente, “mas agora não estão vencendo muito e sua popularidade despencou. Nos velhos tempos, as pessoas andavam com a bandeira da Ferrari e ficava tudo vermelho. Não vejo mais isso. O mundo muda.”
Assim como já havia defendido durante o final de semana do GP Brasil, Ecclestone acredita que o problema que tirou do grid Marussia e Caterham antes do final da temporada é de gestão, e não de má distribuição de dinheiro. “É só não gastar tanto. Essas equipes não precisam estar com problemas financeiros. Eles precisam pensar no que têm e gastar da melhor maneira. A Williams, por exemplo. Anos atrás, Frank tinha um orçamento muito pequeno e sempre tinha problemas. Mas ele sempre pagou o que devia. Dirigia a equipe de acordo com o dinheiro disponível. Ele não sonhava em competir com a Ferrari. Eventualmente, as coisas melhoraram e ele está onde está hoje”, lembrou o inglês, referindo-se ao time que é hoje terceiro colocado no mundial de construtores. “É o mesmo problema de mulheres e cartões de crédito”, finalizou.
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