Luxo e álcool liberado: como fãs assistem à F1 em Abu Dhabi
Após passear por Yas Marina, MOTORSPORT.COM conta particularidades de evento realizado em oásis no meio do deserto árabe
Local seleto, Abu Dhabi não é como as demais etapas do mundial de Fórmula 1. No calendário desde 2009, o GP talvez não seja o mais popular entre os fãs por conta do desenho do traçado de Yas Marina. A pista proporcionou poucas corridas boas até hoje, e para muitos é um desafio aquém do esperado por suas fartas áreas de escape asfaltadas.
Ainda nesta maré, o público que comparece ao circuito localizado nos Emirados Árabes não é formado pelo mesmo tipo que vemos no Brasil, na Bélgica, ou na Inglaterra, países onde a cultura do esporte a motor é bem difundida. Esqueça filas gigantes e gritos da torcida. Apesar de alguns torcedores fanáticos, a imensa maioria não aparenta identificar a maior parte dos pilotos do grid.
Se no pódio é servida água de rosas aos vencedores por conta da rígida lei árabe contra o álcool, os champanhes da Mumm – patrocinadora oficial da F1 – ficam reservados aos convidados. Andando pela área das arquibancadas, era corriqueiro ver pessoas dividindo garrafas em suas taças e mais fácil ainda ver amigos conversando ao lado de torres de cerveja e incontáveis copos nas mesas.
A falta de pilotos locais não é nem de longe um problema, porque a esmagadora maioria dos fãs presentes para ver a F1 em Yas Marina não nasceu nos Emirados Árabes. Se vê de tudo: ingleses, australianos, italianos, alemães, espanhóis, orientais e até mesmo alguns brasileiros.
Utilizando como termômetro o desfile dos pilotos, o favorito disparado é o tricampeão Lewis Hamilton. Aos 30 anos, ele demonstra ter um carisma incomum com os torcedores. Seu boné era de longe o mais visto na cabeça dos fãs em Abu Dhabi.
Mas as atrações para o público não se concentram só no circuito. Em todos os dias de evento shows são oferecidos a quem passar na avenida do lado da reta oposta da pista, sendo apenas necessária uma pulseira, entregue na calçada na porta da arena localizada entre o Ferrari World e a pista de Yas Marina. Neste ano tocaram Blur e Florence + The Machine, entre outros.
Para o GP, ônibus funcionam nesta avenida lateral levando a todos os portões do autódromo, ao Ferrari World e ao Yas Mall - um shopping de alto padrão acoplado ao parque de diversões.
E os preços acompanham toda esta mordomia. Segundo site oficial da Fórmula 1, o ingresso mais barato para acompanhar os três dias de evento era de R$ 2663, com os mais altos chegando a R$ 5949. Ante a este dado, é quase impossível acreditar que todos os presentes pagaram pelos ingressos.
Com tudo isso, não é difícil imaginar a badalação dos bastidores deixando a corrida em si em segundo plano – o que de fato deve ter acontecido logo após a largada do último domingo.
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