Análise
Fórmula 1 GP da Espanha

O Impeachment de Kvyat e a sucessão vitoriosa de Verstappen

João Corrêa avalia o 'afastamento' de Daniil Kvyat da Red Bull e o impacto que a chegada vitoriosa de Max Verstappen pode trazer de positivo para a Fórmula 1

(L to R): Max Verstappen, Red Bull Racing and Daniil Kvyat, Scuderia Toro Rosso with the media
Race winner Max Verstappen, Red Bull Racing celebrates with the team
Daniil Kvyat, Scuderia Toro Rosso STR11
Max Verstappen, Red Bull Racing
Daniil Kvyat, Scuderia Toro Rosso
Race winner Max Verstappen, Red Bull Racing celebrates with the team
Daniil Kvyat, Scuderia Toro Rosso
Daniil Kvyat, Scuderia Toro Rosso STR11
Max Verstappen, Red Bull Racing RB12
Daniil Kvyat, Scuderia Toro Rosso STR11
1st place Max Verstappen, Red Bull Racing celebrates with the team
Max Verstappen, Red Bull Racing RB12
Daniil Kvyat, Scuderia Toro Rosso STR11

Passada duas semanas da descoberta de que a Red Bull participa da atual temporada da Fórmula 1 tendo à disposição cinco pilotos - Daniel Ricciardo, Max Verstappen, Daniil Kvyat, Carlos Sainz Jr. e o reserva Pierre Gasly - ninguém está questionando se ter tantos pilotos em treino constante não se constitui uma vantagem indevida ou abuso do poder econômico, outrossim, especulam as razões que levaram ao afastamento de Kvyat.

O piloto russo foi afastado por razões mais do que óbvias apontados pelo 'relator' do time austríaco, Helmut Marko: 'crime de irresponsabilidade ao volante' demonstrado nas duas últimas corridas.

No GP da China, Kvyat atrasou o ponto de freada e, queimando a zebra por dentro da curva, enfiou o bico de seu carro na linha de Sebastian Vettel - que, para evitar a colisão, bateu em Kimi Räikkönen, companheiro de equipe, comprometendo a corrida do time italiano.

Kvyat alegou que todos os pilotos já fizeram isso antes dele e que Vettel não teve nenhuma razão de reclamar com ele, em uma discussão transmitida ao vivo para o mundo todo, através das câmeras na antessala do pódio.

No GP da Rússia, correndo em casa, as 'pedaladas' de Kvyat foram mais do que evidentes, inclusive, tendo como vítima o mesmo piloto da Ferrari, o que poderia abrir suspeita de ser um 'crime' doloso, ao invés, de apenas culposo. Deixou de frear duas vezes, provocando duas batidas na traseira do carro vermelho de Vettel que acabou no muro de contenção do autódromo de Sochi, cidade da antiga União Soviética.

Entretanto, Kvyat não seria 'afastado' para a Toro Rosso se não fosse pela existência daquele que muitos estão considerando como a maior revelação da F1 desde Sebastian Vettel.

Ano passado, aos 17 anos de idade, Max Verstappen, o novo *'Holandês Voador', se transformou no mais jovem piloto da categoria em toda sua história e, até o Grande Prêmio da Espanha, quando estreou na Red Bull, já obteve 62 pontos na curta carreira com a Toro Rosso. Oxalá a vitoria de Verstappen no GP da Espanha seja uma indicação de origem supersticiosa de que, nesse momento da história humana, todos os sucessores de 'afastados' serão igualmente ganhadores.

Mas o que temos de concreto e valioso para a Red Bull é que a marca se recupera do vexame antiesportivo que deu no final do ano passado ao ameaçar retirar-se da categoria por não conseguir os motores que ambicionava para poder lutar de igual para igual com suas rivais diretas.

Queria que Mercedes e Ferrari lhe cedessem seus motores sem ao menos oferecer em troca, quem sabe, o exclusivo design de seu contratado Adrian Newey, um mago da aerodinâmica. No processo, desprezou a Renault - que tão bem lhe servira para ganhar quatro campeonatos. Recupera-se porque demonstra coragem de inovar, a eficiência pró-ativa dos campeões - o que demanda energia, a palavra-chave do marketing da empresa.

Além disso, temos o retorno da importância dos pilotos no marketing da Fórmula 1. Esse marketing não havia acabado por conta da disparidade dos equipamentos ou com os aborrecidos sete campeonatos de Michael Schumacher, isso se deu pela falta de pilotos carismáticos como Nelson Piquet, Ayrton Senna, Alain Prost e Nigel Mansell.

As excentricidades engraçadas de Räikkönen e os modernismos comportamentais de Hamilton não são suficientes para manter os holofotes da mídia, atenção esta que justifica os milhões de euros em patrocínio que são jogados na categoria máxima do automobilismo.

Já a incontrolável 'fissura' de Max Verstappen, um autêntico touro vermelho, vai dar o que falar. Já na primeira corrida, foi adotado por milhões fãs da F1 em todo o mundo. E na primeira vitória ainda tinha que levantar uma bandeira. Deu até saudade por aqui...

* O primeiro piloto a ter o apelido de “Holandês Voador” (Flying Dutchman) foi  Arie Luyendyk que ganhou duas vezes as 500 Milhas de Indianápolis. “Holandês Voador” é o nome de um lendário navio fantasma que assombrava os 7 mares. E era rápido, muito rápido.

João C. Corrêa trabalha há quase 5 anos na sede do Motosport.com Global em Miami. No Brasil trabalhou durante muitos anos como programador (Buccaneer Software-MSX).

 

 

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