Depois de dois anos de ausência, Kimi Raikkonen voltou a escrever algumas páginas de sua vida na Fórmula 1 em 2012.
O finlandês monossilábico, irreverente fora das câmeras e com uma velocidade natural que poucos têm, estará no grid de largada representando a Lotus e espera repetir a escrita de vencer pelo menos uma prova em todos as temporadas desde 2002.
Espera, pois ainda não sabe se isso será capaz neste ano. "Dependerá do carro que tivermos. Quem sabe? Claro que quero vencer de novo. Mas, o que você pode fazer se o carro não for bom o suficidente? Andarei o mais forte que puder", conta, em entrevista ao jornal "Telegraph".
Acostumado com polêmicas mesmo sem abrir a boca, Raikkonen relembrou o fuzuê feito em cima do episódio do GP da Malásia de 2009, quando, enquanto a corrida estava interrompida e todos os pilotos dentro de seus carros, o finlandês foi visto sem macacão, de bermuda, comendo um picolé e tomando um refrigerante.
"O engraçado é que as pessoas fazem uma grande história em cima disso, afirmando que eu estava desmotivado. Mas, se a equipe te avisa que você não está autorizado a voltar, pois o carro está quebrado e é perigoso por conta da água e do Kers... Às vezes as pessoas tentam fazer histórias ruins com coisas normais. Mas a vida é assim."
O jeito despojado rendeu até uma auto-comparação com James Hunt, quando se inscreveu em uma corrida de snowmobile com o nome do campeão de 1976. "Mas naquele tempo a F-1 era diferente. A vida continua e tudo muda, mas, com certeza, acho que as coisas eram mais divertidas quando ele corria."
Apreciador do modo de vida "no limite", Raikkonen torce um pouco o nariz para a restrição da Lotus a atividades extra-curriculares desde o grave acidente de Robert Kubica no ano passado em um carro de rali. "Ah, é normal na Fórmula 1, eles tentam banir tudo. Mas mesmo antes do que houve com Robert, isso vinha escrito no contrato."
"Talvez no futuro, com alguns resultados bons, você consegue se livrar disso. Eu amo rali. Se pudesse fazer em paralelo com a Fórmula 1 eu faria. Acho que é um bom treino e uma boa diversão", destaca Kimi, que admitiu não acompanhar a F-1 quando estava fora. "Às vezes, quando estava em casa eu via, mas não fazia nenhum esforço para acompanhar."
E, segundo o campeão de 2007, não há rédeas que o impeça de se divertir, vestido de gorila ou não. "Eu faço o que quero. Se quiser me divertir com meus amigos eu vou. Não existirá ninguém que me dirá que não posso fazer. Se você fazer seu trabalho 100%, não vejo problemas."