Relato da corrida

Fórmula E: Da Costa tem etapa perfeita em Berlim e amplia liderança após problemas dos principais rivais; Di Grassi é 10º

Português da Techeetah conquistou todos os 30 pontos disponíveis na etapa

Antonio Felix da Costa, DS Techeetah, DS E-Tense FE20

Cinco meses depois do eP de Marraquexe, a Fórmula E retomou oficialmente a temporada 2019/20. Com seis etapas e 180 pontos em jogo, o campeonato ainda está em aberto.

No treino classificatório, a Techeetah dominou a sessão, com o português, líder do campeonato, garantindo a pole position e quatro pontos extras. Além dos três da pole, ele recebeu mais um pelo tempo mais rápido das sessões de grupos, primeira etapa do treino. Ao seu lado, o bicampeão Jean-Éric Vergne, que tenta se recuperar após um início ruim de temporada.

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Já para os brasileiros, o treino não foi dos melhores. Enquanto Felipe Massa foi o melhor classificado, em 10º, Lucas di Grassi conquistou apenas a 21ª posição após uma volta ruim no Q1 e o novato Sérgio Sette Câmara em 23º.

Essa é a primeira de duas corridas da categoria usando o sentido inverso do traçado tradicional do aeroporto Tempelhof.

No grid, uma diferença com relação ao treino. Oliver Rowland, que havia se classificado em oitavo, teve problemas com o carro e largou dos boxes. Com isso, todos ganharam uma posição no grid.

 

A largada foi tranquila, sem problemas na primeira curva, apesar dos carros tentando passar de uma vez pelas curvas da pista. Da Costa disparou na frente sem dar chances para Vergne, enquanto Lotterer tentou colocar sua Porsche na disputa contra o bicampeão. Ao final da primeira volta, Massa seguia em oitavo, após ganhar a posição de Rowland, Di Grassi já era 16º, e Sette Câmara se mantinha em 22º.

Com três voltas, era notável a performance superior da Techeetah. Da Costa já abria 1s9 para Vergne, que tinha uma diferença de 2s3 para Lotterer. Os pilotos da equipe chinesa ficavam trocando voltas mais rápidas entre si. No pelotão da frente, nenhuma mudança, com os sete primeiros seguindo a mesma ordem da classificação.

Em oitavo, Massa passou a sofrer ataque da Jaguar de Mitch Evans, que fazia uma prova de contenção de danos após terminar em nono na classificação e ver sua diferença para Da Costa na ponta subir para 15 pontos durante o treino.

Enquanto isso, Di Grassi foi o piloto que mais conquistou posições nas primeiras voltas e começava um ataque à Mercedes de Stoffel Vandoorne, que também fazia prova de recuperação. 

Com 10 minutos de prova, Robin Frijns colocou sua Virgin no muro, deixando pedaços de fibra de carbono na pista. Ao mesmo tempo, Sette era o primeiro a acionar o modo ataque, em busca de ganhar posições.

Lá na frente, Nyck de Vries ultrapassou Buemi, assumindo a quarta posição e Evans conseguiu a oitava posição em cima de Felipe Massa. Logo em seguida, o safety car foi acionado devido ao fato de Frijns ter deixado seu carro na entrada da última curva.

A corrida ficou sob safety car por cerca de cinco minutos. A retirada do carro do piloto da Virgin tomou mais tempo que o comum devido ao fato do número de fiscais estar reduzido por causa das normas de segurança introduzidas pela pandemia.

Após a relargada, Vergne deu uma aproximada em da Costa, que não conseguiu disparar na frente como vinha fazendo. Enquanto isso, Bird conseguiu ultrapassar D'Ambrosio para ocupar a sétima colocação. Atrás de Vergne, Lotterer e de Vries também tentavam se juntar à briga pela ponta. Mas as Techeetahs conseguiram abrir após três voltas, ativando o modo ataque sem problemas.

Na marca de 20 minutos, de Vries conseguiu ultrapassar Lotterer usando o modo ataque, assumindo a terceira posição e di Grassi conseguiu passar Vandoorne quando o belga saiu do traçado para assumir o modo ataque. Minutos depois, Lotterer deu o troco no piloto da Mercedes quando o holandês errou na freada da primeira curva.

Com 14 minutos, Felipe Massa acabou perdendo o ponto de frenagem e parou no muro, causando uma bandeira amarela local. No rádio, ele reclamou da roda dianteira direita. Após três minutos, a direção de prova acionou a bandeira amarela na pista inteira, equivalente ao safety car virtual da F1. Neste momento, com 11 minutos para o fim, da Costa, Vergne, Lotterer Bird, de Vries, Evans, Buemi, D'Ambrosio, Vandoorne e Di Grassi eram os dez primeiros.

Na relargada, com nove minutos, enquanto Da Costa tinha uma boa vantagem, Vergne ficou pressionado por Lotterer, Bird e de Vries. Já na primeira volta, Da Costa demorou demais na ativação do modo ataque, quase perdendo a liderança para Vergne, mas conseguiu se manter na ponta por pouco.

Mas foi apenas um susto momentâneo para o português, que rapidamente disparou na frente, abrindo quase dois segundos de diferença em poucas curvas. Já Vergne começou a ter problemas, sendo ultrapassado por Bird e Lotterer. 

Com a ativação do modo ataque. Bird e Lotterer passaram a disputar o segundo lugar nos minutos finais, com o britânico levando a melhor, enquanto Vergne perdia ainda mais posições, para de Vries e Vandoorne.

Em disputa com Buemi nos dois minutos finais, uma notícia que deixou da Costa ainda mais feliz: Mitch Evans acabou rodando no meio da pista após um toque de Günther, caindo para o final do pelotão, fora da zona de pontos.

O fantasma do consumo de energia voltou a aparecer no final. Da Costa passou pela linha de chegada com oito segundos para o fim da prova, decretando duas voltas restantes, com todo o grid já com cinco por cento de bateria.

No final, António Félix da Costa passou no limite do consumo de bateria, completando uma etapa perfeita nesta quarta, conquistando todos os 30 pontos disponíveis: 25 da vitória, três da pole, um da volta mais rápida da fase de grupos da classificação e um da volta mais rápida da corrida.

Em segundo, Andre Lotterer, que vinha em uma temporada muito irregular após o segundo lugar na primeira corrida em Diriyah. Fechando o pódio, Sam Bird, que tenta se recuperar na temporada.

Completando o Top 10, De Vries, D'Ambrosio, Vandoorne, Buemi, Günther, Di Grassi e Sims. Vergne acabou abandonando na última volta, enquanto Evans foi apenas o 15º.

ATUALIZAÇÃO: Após a corrida, a FIA desclassificou Maximilian Gunther por exceder o uso de energia de seu carro. Confira mais detalhes aqui.

A Fórmula E continua já amanhã (6), com a segunda das seis corridas no aeroporto Tempelhof na capital alemã. O dia terá apenas uma sessão de treino livre, além da classificação e da corrida. O Jaguar i-Pace eTrophy também realiza mais uma corrida na quinta-feira.

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Guilherme Longo
Fórmula E
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