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GUIA: O que esperar da MotoGP em 2018?

Com volta do Brasil, confira as principais novidades e a situação dos principais pilotos e equipes para a temporada do Mundial de Motovelocidade deste ano

Start action

Sem muitas mudanças na fórmula que fez os três últimos campeonatos os mais imprevisíveis da história do Mundial de Motovelocidade, a MotoGP chega a 2018 novamente prometendo bastante.

Os testes mais uma vez sugerem que a alternância de performances entre equipes e pilotos em condições de clima e pistas diferentes continuarão a dar o tom na temporada deste ano. Assim como nas últimas ocasiões, o mais consistente em todos os palcos terá a vantagem no fim do ano.

2018 marcará também a maior temporada na história da MotoGP, com 19 etapas (uma a mais que no ano passado) após a adição do GP da Tailândia, a ser corrido no dia 7 de outubro.

Os favoritos

 

Andrea Dovizioso, Ducati Team, Marc Marquez, Repsol Honda Team
Andrea Dovizioso, Ducati Team, Marc Marquez, Repsol Honda Team

Foto: Gold and Goose / LAT Images

Campeão em quatro de seus cinco anos na MotoGP, Marc Márquez chega mais uma vez como o grande favorito. Principalmente porque a equipe Repsol Honda solucionou a maior parte de seus problemas de aceleração, que prejudicaram o piloto durante 2015 e 2016.

Com uma entrega de potência mais uniforme, bem adaptada ao software obrigatório do campeonato, a Honda parece ter dado um passo à frente bastante importante. Tanto Marc Márquez, quanto Dani Pedrosa e Cal Crutchlow – pilotos com apoio de fábrica da HRC – têm se mostrado bastante rápidos e satisfeitos com a RC213V.

A Ducati, após um ano surpreendentemente bom com Andrea Dovizioso em 2017, agora aposta todas as suas fichas no italiano após a pré-temporada errática de Jorge Lorenzo. O espanhol liderou o primeiro teste na Malásia, mas se perdeu completamente no treino seguinte na Tailândia e voltou a reclamar do equipamento, falando que a Desmosedici anda não parece "sua moto". Por outro lado, Dovi parece ter ritmo para estar consistentemente na frente como na maior parte das provas do último ano.

Já na Yamaha, duas histórias diferentes. O time de fábrica continua sofrendo com o equilíbrio da moto de uma maneira muito parecida com a que sofreu na parte final do último ano. Mas o pior para a fábrica certamente é ver Maverick Viñales e Valentino Rossi falando coisas diferentes ao reclamar do desempenho da YZR-M1. Um acredita que a principal questão é a performance do chassi nas freadas, o outro chama atenção para o desenvolvimento da eletrônica.

E, no meio disso, Johann Zarco da Tech 3 Yamaha continua brilhando. Ele liderou a última sessão de testes da MotoGP no Catar e há até quem o coloque entre os favoritos ao título. O francês utiliza o chassi de 2016 da Yamaha com o motor atualizado.

Silly season

 

Valentino Rossi, Yamaha Factory Racing
Valentino Rossi, Yamaha Factory Racing

Foto: Valentino Rossi

A chamada ‘dança das cadeiras’ nos bastidores promete esquentar a temporada. Dos principais pilotos, apenas Márquez e Viñales têm contratos firmados para o próximo ano, o que significa que vários correrão por seus futuros nas primeiras provas desta temporada.

De todos os pilotos, o que está sob o maior risco é Dani Pedrosa. Na Honda desde 2006, ele pouco pôde oferecer a Márquez nas últimas temporadas. Outro que pode ter o futuro complicado é Andrea Iannone, após ser batido pelo parceiro de Suzuki Alex Rins na pré-temporada. Fora da Pramac para o próximo ano, Petrucci tentará assegurar um lugar em algum time de fábrica para 2019. Muitos o ligam à Aprilia.

Mesmo sem acordos concretos, Valentino Rossi, que em 2019 completa 40 anos de idade, tem boas chances de continuar na Yamaha (a duração do contrato é a incógnita) e a dupla da Ducati deve ser efetivada para um novo ciclo de dois anos.

Moto2: Retorno do Brasil e mundial cheio de favoritos

 

Miguel Oliveira, Red Bull KTM Ajo
Miguel Oliveira, Red Bull KTM Ajo

Foto: Gold and Goose / LAT Images

Sim, em 2018 voltaremos a ter um representante do Brasil em todas as corridas do Mundial de Motovelocidade. Eric Granado retorna ao campeonato em grande estilo, após se tornar campeão Europeu de Moto2 no último ano.

Ele correrá na categoria intermediária do mundial ao lado de Stefano Manzi na mediana equipe Forward, que neste ano será a única a utilizar o chassi da fábrica suíça Suter. Campeã com Marc Márquez em 2012, a fabricante caiu de performance desde então, e chegou até anunciar saída do mundial, antes de anunciar sua união com a Forward. Seus resultados nos testes foram apenas razoáveis. O objetivo de Granado para este ano é pontuar apenas.

Na disputa pelo título, a Kalex continua a ser uma força considerável, após vencer os últimos cinco campeonatos. No entanto, a KTM ameaça. Depois de vencer as últimas três corridas do último ano, a fábrica austríaca liderou a última sessão de testes com Sam Lowes, que retorna à categoria intermediária neste ano. Além dele, os pilotos do time de fábrica, Miguel Oliveira e Brad Binder, prometem bom desempenho.

Do lado da Kalex, Pecco Bagnaia, Alex Márquez, Mattia Pasini e Lorenzo Baldassarri iniciam como as principais forças. Os estreantes Romano Fenati e Joan Mir podem surpreender. A decepção foi Hector Barberá. Voltando à categoria intermediária a exemplo de Lowes, ele não foi bem em nenhum treino da pré-temporada.

Moto3: Em busca de um novo Joan Mir

 

Jorge Martin, Del Conca Gresini Racing Moto3
Jorge Martin, Del Conca Gresini Racing Moto3

Foto: Gold and Goose / LAT Images

Após o domínio imposto por Joan Mir no último ano, a categoria base do mundial fica sem dono para 2018 com a ida do espanhol para a Marc VDS na Moto2.

Seu substituto na Leopard Racing, o experiente Enea Bastianini, é um dos candidatos ao título. Depois de uma temporada ruim na Estrella Galícia, ele se mostrou em forma durante toda a pré-temporada. Ex-companheiro do italiano, Aron Canet não pode ser descartado por sua velocidade, mas ainda não mostrou consistência para lutar por um título.

Quem melhor alia experiência e velocidade parece ser Jorge Martin. Recordista de poles no último ano com nove, ele sofria no final das provas por problemas na gestão do equipamento. Neste ano, seu quarto na categoria, ele promete ser uma grande força, principalmente pelo desempenho nos testes.

A incógnita é a KTM. Depois de uma temporada bastante ruim na Moto3, a montadora parece não ter se encontrado mais uma vez e sofreu para colocar seus pilotos no top-10 nos treinos.

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