Curitibanos comentam última corrida da Stock no autódromo
Farfus, Zonta e Julio Campos lamentam final de autódromo e relembram início da carreira em pista próxima a cidade natal
Localizado em Pinhais, o Autódromo Internacional de Curitiba deverá ver sua última corrida de Stock Car neste final de semana. Segundo circuito que mais recebeu a Stock Car atrás de São Paulo, a pista paranaense deverá se tornar um empreendimento imobiliário no segundo semestre de 2016.
Curitibano e atualmente atuando no DTM, Augusto Farfus Jr lembrou ao Motorsport.com seu primeiro contato com o automobilismo, ainda nos anos 80.
“A primeira vez que vi um carro de corrida de perto foi aqui”, disse ele. “Foi com cinco ou seis anos, era um treino do Paulo de Tarso e do Paulão Gomes de Opala. Me lembro como se fosse hoje, foi lá no começo do pit lane. Tenho grandes lembranças, mas a melhor é a vitória do WTCC aqui em 2007.”
“Esperava que não fosse acontecer, mas temos de aceitar. Perder um autódromo no Rio de Janeiro e agora em Curitiba é muito ruim. São lugares onde fãs e patrocinadores estão presentes. É um problema complexo.”
Falando de culpados, Farfus crê que tenha faltado visão na administração do autódromo. “Se você for olhar na Europa, temos pistas utilizadas para shows, demonstrações, feiras de carro, provas de atletismo, de ciclismo, escolas de pilotagem e etc. É um autódromo que funciona o ano inteiro e acaba gerando uma boa renda. Aqui você tem um autódromo que fica fechado boa parte do ano, o que gera só despesa.”
Sendo campeão de F3000 em 1997 e de FIA GT em 1998 além de ter atuado na F1 entre 1999 e 2005, Ricardo Zonta também lamentou a perda de um pedaço de sua história. “Comecei minha carreira aqui, andando de Gol e Voyage. Tinha 15 anos de idade.”
“Presenciei vários momentos e até trouxe uma categoria internacional, a World Series, em 2002, quando fui campeão. São várias memórias. Por um lado é uma pena, porque estamos em uma das pistas mais bem estruturadas do Brasil. Mas os investidores estão pensando em fazer condomínios. Fazer o quê?”
Não tiveram a mentalidade de rentabilizar a pista. Quando tiveram, já era tarde. Vou falar o quê? Acho que o poder público deveria ter feito alguma coisa para ajudar. Agora não tem o que fazer.”
Único curitibano a vencer no Autódromo Internacional de Curitiba pela Stock Car, no ano passado, Julio Campos também se confessou frustrado. “Se despedir de algo que você gosta nunca é legal. Saber que o autódromo vai ser fechado é muito triste.”
“A gente não sabe o que vai ser aqui, só que esta é a última prova oficial da Stock Car. Fico feliz de ter ganho aqui, tendo sido o único curitibano. Mas não vem ao caso, vamos ficar com uma praça a menos. As pistas já são poucas no Brasil e estamos perdendo uma delas.”
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