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Em meio à crise, chefes veem Stock em situação delicada

Com três equipes fora da categoria, paddock tenta cortar custos para manter campeonato saudável, mas difere em pensamentos

Felipe Lapenna
Largada - Corrida 1 - Velopark
Amadeu Rodrigues
Valdeno Brito - Corrida 2 - Velopark
Garagem da Mico's no Velopark
Amadeu Rodrigues e Felipe Lapenna
Popó Bueno e Beto Cavaleiro
Beto Cavaleiro
Garagem da Mico's no Velopark
Cesar Ramos e Thiago Marques
Sérgio Jimenez
Luciano Burti
Thiago Camilo - Velopark - domingo
Sergio Jimenez e Beto Cavaleiro
Cacá Bueno - Velopark - Treino classificatório
Átila Abreu - Velopark - Treino classificatório
Amadeu Rodrigues e Raphael Abbate
Largada em Curitiba - abertura da Stock Car 2016 - Corrida de duplas

O ano de 2016 não vem se revelando ser dos mais fáceis para as equipes de Stock Car. Com a saída da equipe Boettger e as momentâneas desistências de Mico’s e RZ, a associação de equipes do campeonato tem tentado cada vez mais enxugar o orçamento da categoria.

O limite estabelecido de 80 jogos de pneus por ano e uma programação de apenas dois dias (excluindo a sexta-feira) nas etapas disputadas no Rio Grande do Sul e em Londrina (PR) foram imposições para tentar aliviar os orçamentos dos times que mais passam por dificuldade.

Para Amadeu Rodrigues, dono da Hot Car, os times ainda terão de segurar firme mais algum tempo.

“A crise está pegando e vai pegar mais ainda, porque o rombo que temos no país é enorme”, falou ao Motorsport.com.

“Isso nós não vamos recuperar trocando governo. Vamos ter de pagar esta conta também.”

“Infelizmente três equipes não conseguiram continuar, mas a nossa associação de equipes – e eu sou um dos diretores – está trabalhando muito para que eles retornem. Estamos tentando reduzir o custo em geral da categoria. Abaixar custo de equipamentos, pneus e etc. Não existe um alvo só.”

Mas, mesmo com o trabalho, nem todos estão felizes. É o caso de Tiago Meneghel, dono da TMG, e Beto Cavaleiro, chefe da Cavaleiro Racing Sports.

“Acho que cometemos muitos erros na associação de equipes tentando acertar”, falou Beto, que neste ano se tornou parceiro de Amadeu Rodrigues.

“Reduzimos o número de pneus e fizemos vários acertos de valores que em performance foram errados. Colocávamos dez ou 15 pautas para abaixar o custo, mas algumas delas acabaram saindo mais caro no final. Ainda não conseguimos abaixar o custo da categoria. Apertamos dos dois lados, mas estourou no meio.”

Meneghel é ainda mais contundente e cobra dos órgãos que regem a categoria mais pulso firme e seriedade.

“O que tem de mudar é a cabeça dos envolvidos”, cravou. “Quando alguns chegaram ao Velopark falando que não daria para estar em Goiânia, todos teriam de escutar e entender que aquilo era verdadeiro. Acho que algumas pessoas daqui veem o carro bonito andando e acham que está tudo certo. Só que não está.”

“Quem está sentindo na pele são as equipes. As equipes é que se mexem. Fora os times, o resto não está tão preocupado. Nós estamos tentando nos desdobrar para arrumar uma saída.” 

Final de semana curto não resolve o problema

Santa Cruz do Sul, neste final de semana, será a segunda prova com atividades de pista só no sábado e no domingo. Beto Cavaleiro acha que foi um erro reduzir o final de semana. Para ele, o custo de um dia a mais na pista se justifica, não havendo economia importante.

“Não ajudou em nada. Você gasta com diária de hotel e comida dos mecânicos. Se o caminhão e a estrutura vão vir, eles vêm de qualquer jeito.”

“Uma diária e uma refeição não têm impacto algum no problema. Sou formado em duas faculdades de administração e tenho uma visão de comércio exterior. Acho tudo isso errado. No Velopark tivemos de fazer tudo no mesmo dia, não dá tempo de pensar. E tudo isso por conta de uma diária. Podemos encontrar outros pontos para melhorar.”

Já Amadeu Rodrigue pensa bem diferente: “estas são praças (as três do RS e Londrina) nas quais os hotéis são caríssimos. O preço de hotel em Santa Cruz do Sul é mais caro que no Rio de Janeiro. Estamos tentando equilibrar. Se você tem R$ 2 milhões, não gasta 2 e 500. Não tem como. Não parece, mas faz diferença, sim.”

“A redução de pneus foi também para nós conseguirmos melhorar estes valores.”

Indo além, Tiago Meneghel acredita que os pneus sejam o ponto crucial, mas que os regulamentos não ajudam.

“A Pirelli importa os pneus, o real está muito desvalorizado e os pneus estão muito mais caros. Isso é matemática, não é culpa de ninguém. Mas é um custo de R$ 250 mil por ano para cada equipe.”

“Aí reduzimos quantidade de todos os lados, enxugamos tudo e aí temos um treino extra de desenvolvimento em Goiânia com pneus livres – fora dos 80 jogos que se teria direito. É um descuido, uma regra fora de lógica. Isso é algo de quem não está preocupado com a crise e o custo da categoria.”

O treino citado por Meneghel foi feito para piloto do 16º lugar para trás no campeonato em Goiânia. Por terem ido mal nas primeiras provas, pilotos como Thiago Camilo, Ricardo Maurício e Allam Khodair participaram.

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Gabriel Lima
Stock Car
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