Sob a batuta de Moreno, Kohl dá primeiros passos rumo à Indy
Lucas Kohl, de 18 anos, inicia caminhada no automobilismo norte-americano; objetivo é chegar até a Fórmula Indy; confira entrevista exclusiva feita por nosso enviado especial a Indianápolis, Luis Ferrari
A estrada para as 500 Milhas de Indianápolis é longa e começa a dez quiômetros de distância do mítico Indianapolis Motor Speedway. É no Lucas Oil Raceway, acanhado oval de 0.686 milha (1,1 km), que acontecem as provas das categorias de base da principal categoria de monopostos dos Estados Unidos.
Na última sexta-feira (27), o gaúcho Lucas Kohl e o paulista Victor Franzoni estavam lá, acelerando o carro da USF2000 com o sonho de um dia repetir as façanhas de Emerson Fittipaldi, Tony Kanaan e Helio Castroneves no palco principal.
A categoria corre com motores de 170HP, capazes de impulsionar os bólidos a 240 km/h. Fundada em 1990 e repaginada em 2010 com o suporte da Mazda, é a primeira divisão de acesso para a Indy. Já passaram por lá vencedores da Indy500, como Sam Hornish Jr e Dan Wheldon.
Há ainda dois outros degraus até a categoria principal: a Mazda Pro Series e a Indy Lights. Depois de terminar com um honroso décimo lugar em sua primeira corrida da carreira em pista oval, o estreante Kohl, de 18 anos, falou com exclusividade ao Motorsport.com Brasil.
Confira a entrevista com o competidor, natural de Santa Cruz do Sul, que traz no currículo provas de monoposto e endurance em nível regional no Rio Grande do Sul:
Por que a escolha pelo caminho até a Fórmula Indy?
Sempre gostei muito do formato do automobilismo americano, onde tudo é um espetáculo e o espectador está sempre muito próximo dos carros e das equipes. Os ovais sempre me atraíram bastante.
Quem é seu ídolo nas pistas?
Admiro muito o Schumacher, por de certa forma ter revolucionado o automobilismo e ter sido várias vezes campeão da F1. Dan Wheldon, que venceu a Indy 500 em 2011, a primeira vez que assisti (pela TV). E claro, Roberto Moreno, pois estou tendo a oportunidade de trabalhar com ele e conhecê-lo melhor, principalmente por ter sido uma pessoa que nunca desistiu e sempre correu atrás do que queria. Sigo o Moreno como exemplo.
Qual a maior dificuldade de competir numa série americana de desenvolvimento de pilotos?
O mais complicado tem sido a falta de experiência. Os pilotos que estão na frente já competiram um ou dois anos na categoria, então conhecem o carro e as pistas, que, para mim, são todas novas.
O que viu de mais parecido e de mais diferente com o automobilismo no Brasil?
O mais diferente com certeza foi o oval. Requer uma guiada muito delicada e um acerto do carro perfeito. O formato americano torna tudo um espetáculo: Cantando hino, entrevistas, sessões de autógrafo. O piloto se sente muito mais valorizado aqui nos EUA, mesmo competindo em categorias de base.
Como é trabalhar com o Roberto Moreno e qual foi o maior ensinamento dele até hoje?
Trabalhar com o Roberto é uma experiência muito boa, numa série tão competitiva onde cada detalhe faz a diferença ter alguém tão experiente como ele me ajudando é muito bom. Acredito que o maior ensinamento seja nunca se deixar abalar com nada e não desistir, como ele fez durante toda a carreira.
Como é seu plano de carreira até a Indy? Quais categorias pensa em competir e quantos anos em cada uma delas?
Tudo depende de dinheiro. O ideal seria ficar dois anos em cada categoria de base do “Road to Indy” e de preferência ser campeão. Mas sendo um piloto de corrida você tem que viver cada dia na pista. Então não parei para pensar nos próximos passos.
Nascar e suas divisões de formação de pilotos podem entrar em seus planos também?
Meu plano principal é a Indy, carros de fórmula. Nunca tive a chance de pilotar um carro fechado, de turismo. Mas, como piloto, nada está descartado. O maior objetivo é me tornar profissional e viver de automobilismo, não importa em qual categoria.
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